Programa Recicleiros Cidades: conheça a história do jingle que avisa as pessoas que o caminhão da coleta está chegando

O dia 6 de janeiro entrou para a história do Instituto Recicleiros. Foi na noite daquela segunda-feira que, em meio à matéria especial do Jornal Nacional sobre reciclagem, surgiu a música “Plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha… não jogue no lixo comum, separe pro dia do caminhão da reciclagem”.

O jingle, criado em 2018, e que está até hoje sendo tocado nos caminhões de coleta seletiva nos municípios que integram o Programa Recicleiros Cidades, abriu a participação do Instituto Recicleiros na série especial de quatro episódios sobre reciclagem exibido no maior e mais tradicional telejornal brasileiro.

Mas, qual é a história por trás dessa música leve e convidativa que vem marcando época e serve como um lembrete às pessoas que o caminhão da reciclagem está chegando?

 

O jingle que ganhou o Brasil

Há 7 anos, Recicleiros buscava iniciativas para conscientizar as pessoas dos municípios beneficiados com o Programa Recicleiros Cidades. A proposta era alertar a população que o caminhão da reciclagem estava passando para que os munícipes, dia a dia, adotassem o hábito de fazer a separação e a destinação correta. Afinal, para a reciclagem acontecer, de fato, é essencial que os materiais cheguem às Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs).

“Então surgiu a ideia de usar o caminhão como mídia porque o veículo passa em frente à casa das pessoas, além de um jingle para ser veiculado nas rádios locais”, lembra Felipe Sauma, Diretor de Criação, responsável por coordenar o desenvolvimento desse material.

De acordo com Sauma, o processo criativo considerou uma música que ficasse na mente dos ouvintes – lembra da música do caminhão do gás? –, mas sem criar poluição sonora. Havia o compromisso de ser uma música leve, cadenciada, mas com um tom animado, e com um refrão e uma instrução no final.

A música, desenvolvida em cerca de um mês, conta com elementos sonoros de materiais recicláveis, que serviram como percussão. Todos os itens estavam representados. “Estudamos os timbres para ver quais funcionariam melhor na música. Por exemplo, utilizamos sons de garrafas de vidro, papel amassado, tina de plástico e latão de metal”, acrescenta que se diz realizado com essa produção: “estamos trabalhando a mudança de cultura das pessoas, que estão cuidando do meio ambiente”.

Propósito de informar e conscientizar

Como a separação e o descarte correto são essenciais para a reciclagem funcionar, o jingle cumpre uma missão importantíssima na adesão da coleta seletiva e reciclagem. É isso o que tem ficado evidente nas praças que contam com cooperativas de reciclagem incubadas pelo Instituto Recicleiros.

Nas pesquisas Vox Lab realizadas por Recicleiros nos municípios onde o Programa está em pleno funcionamento, o carro de som foi um dos meios de comunicação mais votados pela população como um bom local para receber informações sobre a coleta, atrás apenas do rádio e redes sociais.

Durante as mobilizações porta a porta, é muito comum que os munícipes se refiram ao caminhão da coleta seletiva como “aquele da musiquinha”. Também não é raro ver moradores que preferem entregar o material para os coletores e, para isso, esperam ouvir a música se aproximando. E é claro, outro grande indicador de sucesso sempre será o engajamento das crianças, que costumam reproduzir a música em casa ou em atividades escolares. Sinal que o jingle tem cumprido seu propósito.

Ficha técnica

Música

“Separe pro caminhão da reciclagem.”

Direção de Criação

Felipe Sauma

Composição

Daniel Ayres

Felipe Sauma

Rodrigo Scarcello

Produção

Rodrigo Scarcello

Músicos

Ed Encarnação

Raphael Zarella

Rodrigo Scarcello

 

 

Como Guaxupé (MG) está desbravando a economia circular, a partir de uma parceria entre Delterra e Recicleiros

Delterra e Recicleiros estão colaborando para implementar abordagens inovadoras no Brasil, trazendo melhorias significativas na participação da reciclagem e nas taxas de recuperação de materiais. Essa parceria público-privada na cidade de Guaxupé (MG), exemplifica como cidades do Sul Global podem desenvolver sistemas sustentáveis de gestão de resíduos.

Guaxupé, cidade brasileira reconhecida por sua produção de café de alta qualidade, vem ganhando destaque nos últimos anos pelos avanços na gestão de resíduos sólidos e nas práticas de economia circular. Recentemente, um projeto colaborativo entre Delterra e Recicleiros tem evidenciado a transformação dos hábitos de reciclagem da comunidade local.

Uma parceria estratégica para um impacto sustentável

O Instituto Recicleiros, uma organização da sociedade civil de destaque no setor de reciclagem no Brasil, traz anos de experiência e um profundo entendimento dos contextos locais para uma parceria transformadora. Reconhecida por seu compromisso com a sustentabilidade socioambiental, Recicleiros tem sido fundamental no fomento ao engajamento comunitário e no apoio a redes de cooperativas em diferentes partes do Brasil, incluindo Guaxupé (MG). O conhecimento e a conexão com a realidade local fortalece o projeto com estratégias sob medida e uma abordagem de confiança.

Leia também:

Campanha de reciclagem Separa+ expande ações de conscientização em território do Programa Recicleiros Cidades

Recicleiros fecha parcerias para promover mudança de comportamento para reciclagem

A Delterra é uma organização global sem fins lucrativos que trabalha para reduzir resíduos e maximizar o reaproveitamento de materiais, incluindo plásticos e orgânicos. Seus programas abrangem toda a cadeia de valor, colaborando com cidades para construir sistemas de gestão de resíduos e reciclagem que aumentem a qualidade e a quantidade de materiais recuperados e com empresas para desenvolver mercados, ampliar a capacidade de processamento e a demanda, além de tornar as cadeias de valor mais eficientes, transparentes e éticas. Por meio dessa colaboração, a Delterra adaptou seu modelo comprovado de mudança de comportamento — desenvolvido na Argentina e na Indonésia — ao contexto cultural e social único do Brasil.

Juntas, Delterra e Recicleiros, com o apoio da Alliance to End Plastic Waste, estão criando sistemas de reciclagem sustentáveis com foco nas especificidades locais, garantindo um impacto positivo de longo prazo.

Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis da cooperativa Recicla Guaxupé.
Imagem: Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis da cooperativa Recicla Guaxupé.

Compreender os motivadores culturais para a mudança

O projeto foi lançado com uma fase intensiva de pesquisa envolvendo a comunidade. Residentes, tanto recicladores quanto não recicladores, foram entrevistados individualmente ou em grupos focais, com o objetivo principal de entender os fatores culturais que influenciam o comportamento de reciclagem em Guaxupé. As descobertas ressaltaram a importância de enquadrar a reciclagem como um dever cívico coletivo, além de destacar o aspecto social do serviço — que não apenas beneficia o meio ambiente, mas também apoia os trabalhadores da cooperativa de reciclagem Recicla Guaxupé. Isso levou ao lançamento do programa Separa+, que enfatiza a ideia de que os esforços de cada indivíduo contribuem para uma comunidade mais saudável.

Motivadores culturais para mudança de comportamento em Guaxupé.
Imagem: Motivadores culturais para mudança de comportamento em Guaxupé.

Construir um modelo de sucesso

Após socializar os insights exclusivos destacados pela pesquisa com a população local, Delterra e Recicleiros rapidamente desenvolveram um plano de mudança de comportamento visando expandir a iniciativa para toda a cidade em um ano, começando com um piloto para testar a abordagem. O governo local também foi envolvido no desenvolvimento dessas estratégias, o que aumentou a viabilidade técnica do projeto. Esse processo de cocriação garantiu que todas as intervenções fossem relevantes para a comunidade. Na prática, a abordagem para gerar engajamento e participação combinou interações porta a porta, comunicação digital e em massa, além de um chatbot para guiar os moradores no processo de reciclagem.

Equipes da cooperativa Recicla Guaxupé, Prefeitura, Delterra e Recicleiros trabalhando no plano.
Imagem: Equipes da cooperativa Recicla Guaxupé, Prefeitura, Delterra e Recicleiros trabalhando no plano.

Fortalecer agentes locais de mudança

Um diferencial importante do projeto foi sua integração com a campanha de prevenção à dengue de Guaxupé. Ao trabalhar com agentes de saúde que já realizam visitas regulares às residências como parte de suas funções, foi possível vincular a reciclagem à saúde pública, incentivando ainda mais a participação da comunidade. Isso foi viabilizado pelas altas taxas de receptividade nas visitas e pelas relações de confiança que esses agentes já haviam estabelecido com os moradores atendidos.

Ao mesmo tempo, a cooperativa local, Recicla Guaxupé, continuou seus esforços educativos em residências e comércios, como vinha fazendo consistentemente desde o início da coleta seletiva na cidade, em 2020.

Ao unir esses esforços distintos, essa parceria inovadora maximizou os recursos e criou uma mensagem unificada: a reciclagem proporciona benefícios ambientais e de saúde pública para toda a comunidade.

Membros da cooperativa Recicla Guaxupé—prontos para a ação. 
Imagem: Membros da cooperativa Recicla Guaxupé—prontos para a ação.

Resultados iniciais e impacto duradouro

A fase piloto, conduzida em um dos dez setores de coleta do município, apresentou resultados notáveis, destacando a eficácia da colaboração entre Delterra e Recicleiros. Durante um período de monitoramento de oito semanas no microterritório designado, foram observados os seguintes resultados:

  • A taxa de participação na área (medida pela quantidade de materiais coletados em relação ao potencial de geração de resíduos) alcançou um nível 3,5 vezes maior que no período anterior à ativação.
  • Houve um aumento de 33% no número de residências que passaram a separar materiais recicláveis para coleta nos pontos de descarte designados.

Embora esses resultados preliminares sejam muito positivos, tanto a Delterra quanto Recicleiros continuarão monitorando a participação ao longo do tempo para confirmar mudanças sistêmicas e duradouras. As conclusões finais serão apresentadas ainda em 2025.

Em parceria, Delterra e Recicleiros não apenas alcançaram melhorias nas taxas de reciclagem em curto prazo, mas também seguem desenvolvendo modelos para assegurar que essas transformações sejam profundas e duradouras. Aproveitando as vantagens de cada organização, essa parceria está criando um modelo replicável em outras comunidades pelo Brasil para alcançar o sucesso na reciclagem de resíduos.

Sobre Delterra e Recicleiros

O Instituto Recicleiros é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos fundada em 2006, que atua como um facilitador-chave entre administradores públicos, empresas, catadores de resíduos e a sociedade na abordagem de questões socioambientais. Entre suas iniciativas, Recicleiros foca na criação e incubação de cooperativas – abrangendo operações, administração e gestão – com o objetivo de capacitar catadores a se tornarem empreendedores coletivos qualificados organizados em cooperativas, promovendo o desenvolvimento sustentável de seus negócios. Atualmente, por meio do Programa Recicleiros Cidades, o instituto atua em 14 municípios em todas as cinco regiões do Brasil.

A Delterra é uma organização ambiental global sem fins lucrativos que projeta e desenvolve soluções inovadoras e escaláveis para enfrentar os desafios ambientais mais complexos do mundo – em campo e em larga escala. A Delterra trabalha com cidades, comunidades e o setor privado no Brasil, Argentina e Indonésia para transformar sistemas de reciclagem e gestão de resíduos, melhorando de forma eficaz os resultados ambientais e impulsionando a circularidade, ao mesmo tempo que beneficia a saúde, os meios de subsistência e a economia.

Campanha de reciclagem Separa+ expande ações de conscientização em território do Programa Recicleiros Cidades

A campanha Separa+, que promove ações de comunicação e conscientização junto à população de Guaxupé (MG), território que conta com o Programa Recicleiros Cidades, entra em uma nova fase. Neste mês, promotores do Separa+, cooperados da Recicla Guaxupé e Agentes de Saúde do município estão visitando moradores e comerciantes para conscientizar, orientar e esclarecer possíveis dúvidas sobre a separação de recicláveis – plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha.

O Separa+ é uma iniciativa conjunta entre a cooperativa Recicla Guaxupé, a ONG Delterra, o Instituto Recicleiros e a Prefeitura de Guaxupé, que visa promover uma mudança de comportamento na população em relação à reciclagem.

Essa expansão do Separa+ passa pelo acordo entre Recicleiros e Delterra em Guaxupé (MG), visando a mudança de comportamento da população. A ideia da parceria é aplicar as experiências exitosas da Delterra nos seus projetos no exterior, e testar o desempenho da estratégia pela primeira vez no Brasil, considerando o potencial de um território adequado, com estrutura exemplar, como Guaxupé.

“Temos posicionado o Programa Recicleiros Cidades como um grande laboratório de práticas que possam ajudar o Brasil a elevar seus índices de reciclagem”, afirma Erich Burger, Diretor Institucional do Instituto Recicleiros.

Novos hábitos socioambientais

Desde maio deste ano, a equipe do Programa Separa+ vem trabalhando para que os moradores adquiram novos hábitos de reciclagem, mostrando que, ao separarem o lixo para a reciclagem dentro de casa, estão contribuindo não só com o meio ambiente e para a limpeza e sustentabilidade de Guaxupé, mas também colaborando com a renda das famílias dos cooperados que vivem da reciclagem.

Durante as visitas, além de orientações sobre os tipos de materiais recicláveis e como separá-los corretamente, os moradores recebem um calendário de coleta, no qual podem marcar o dia em que o caminhão da reciclagem passa por seu bairro. O calendário também inclui um QR code que permite acesso, via WhatsApp, ao canal oficial do projeto Separa+, onde os moradores podem tirar dúvidas, obter informações sobre os dias e horários de coleta e conhecer mais sobre o trabalho da cooperativa Recicla Guaxupé.

As equipes de campo também estão visitando os comércios dos bairros e da região central da cidade para informar sobre os materiais recicláveis e a coleta seletiva. Além disso, os times de comunicação incentivam os comerciantes a colaborar com a campanha, permitindo a exibição de cartazes informativos.

“O serviço de coleta seletiva está bastante avançado em Guaxupé, mas a população ainda está incorporando este novo hábito às suas rotinas. A comunicação precisa ser constante, e é preciso responder às dúvidas e dificuldades de quem ainda não aderiu à reciclagem, por isso as visitas porta a porta são tão importantes” diz Luciana Ribeiro, representante do Instituto Recicleiros.

Além das visitas promovidas pela campanha Separa+, os guaxupeanos também estão sendo impactados por outros meios de comunicação, como rádios, jornais, ônibus circulares e redes sociais.

Eleições 2024: as propostas Recicleiros para coleta seletiva inclusiva e reciclagem

O Instituto Recicleiros acumula anos de experiência no desenvolvimento de ecossistemas eficientes para coleta seletiva inclusiva e reciclagem nos municípios brasileiros. E, com base nesse conhecimento acumulado, preparou um documento exclusivo com propostas socioambientais para gestão sustentável de resíduos, pensando nas Eleições 2024, que vão eleger prefeitos e vereadores nos quatro cantos do Brasil.

O material inédito “Plano de Governo – Gestão Sustentável de Resíduos em âmbito Municipal” foi desenvolvido a muitas mãos pelo time de especialistas do Instituto Recicleiros. A ideia é nutrir candidatas e candidatos que participarão do processo eleitoral de informações e conhecimentos consistentes que podem ser incorporados aos respectivos planos de governo para uma gestão socioambiental sustentável e inclusiva.

Vale lembrar que a gestão de resíduos é uma responsabilidade direta dos municípios, onde ocorrem ações efetivas de coleta, tratamento e destinação final. Por isso, é crucial que os governantes integrem propostas sólidas e eficazes em seus planos de governo. Na visão Recicleiros, é fundamental tratar a questão dos resíduos sólidos como prioridade nas políticas públicas municipais, não apenas para cumprir a lei, mas também para promover a sustentabilidade ambiental, a saúde pública e a qualidade de vida da população.

Experiência prática e programa estruturado

As sugestões Recicleiros contemplam a experiência de incubação de 14 cooperativas de reciclagem do Programa Recicleiros Cidades, que implanta e promove nos municípios um sistema referência de coleta seletiva e reciclagem. O documento aborda:

  • Planejamento, regulamentação e orçamento municipal. 
  • Estruturação da coleta seletiva no município.
  • Capacitação e inclusão dos catadores nas políticas públicas.
  • Educação ambiental e conscientização da população sobre a importância da reutilização e reciclagem.
  • Parcerias com organizações da sociedade civil e iniciativas privadas.
  • Criação de campanhas de engajamento para promover práticas sustentáveis.

“Nosso compromisso é garantir que os candidatos às eleições de 2024 se tornem agentes de transformação nas suas comunidades”, afirma Cezar Augusto, gerente da Academia Recicleiros do Gestor Público. “A coleta seletiva não é apenas uma questão ambiental, mas uma oportunidade para promover justiça social, gerar emprego e renda, e construir cidades mais resilientes”, acrescenta.

Recicleiros acredita que o equilíbrio do meio ambiente, a coleta seletiva inclusiva e a reciclagem são direitos constitucionais, e devem ser políticas de Estado. Portanto, trabalha ao lado de todos os gestores públicos do Brasil, sempre com a premissa técnica e apartidária.

“Essas sugestões visam não apenas a implementação de um sistema de coleta seletiva eficiente com medidas já testadas e consolidadas ao longo dos últimos anos por Recicleiros em diversas localidades espalhadas pelo Brasil e iniciativas já consolidadas de outras organizações congêneres, mas também a inclusão social, econômica e ambiental, fortalecendo catadoras e catadores de materiais recicláveis e orgânicos compostáveis, promovendo um desenvolvimento sustentável para o município”, finaliza Cezar Augusto.

Para baixar gratuitamente as sugestões do Instituto Recicleiros para Planos de Governo, clique neste link.

Reciclagem no Brasil: incentivos não são suficientes sem engajamento de atores públicos e privados

O Governo Federal anunciou recentemente um conjunto de medidas que somam mais de R$ 425 milhões em incentivos à reciclagem e ao trabalho de catadores e catadoras de materiais recicláveis. Essas iniciativas abarcam, entre outras coisas, a retomada do Programa Cataforte e a Lei de Incentivo à Reciclagem (LIR). 

As medidas têm foco no fortalecimento de cooperativas e associações de catadores de recicláveis e segue a linha de programas lançados no passado, priorizando o investimento em máquinas, equipamentos e capacitações.

Um cenário familiar para o Instituto Recicleiros, que atua há 17 anos com o desenvolvimento de soluções para a gestão sustentável de resíduos sólidos com inclusão de catadores em todo Brasil, por meio do Programa Recicleiros Cidades. Além disso, em 2023, o Instituto Recicleiros alcançou um marco importante com a regulamentação dos Certificados de Crédito de Massa Futura pelo Decreto Federal 11.413/2023, criado e executado de maneira pioneira pela organização.

Leia também:

Recicleiros lança Relatório de Impacto Socioambiental 2023

A importância da gestão pública para o sucesso da reciclagem

Recicleiros e BNDES fecham parceria para investir em infraestrutura e capacitação de catadores

Para Erich Burger, diretor do Instituto Recicleiros, o incentivo anunciado pelo Governo Federal é importante, mas sozinho não muda a realidade histórica da reciclagem no país. 

“Investimentos em infraestrutura são muito importantes mas sozinhos não sustentam as operações de coleta seletiva e reciclagem, mesmo com a melhor infraestrutura possível e em qualquer formato de operação, com ou sem catadores. Enquanto não houver um critério claro e definitivo sobre o pagamento por serviços ambientais que são prestados pelas cooperativas, viveremos de ciclos que, em geral, não constroem legado e acabam por desperdiçar os investimentos”, explica o diretor. 

Ainda de acordo com o diretor, os custos de coleta, processamento e destinação ambientalmente adequada dos resíduos são muito superiores ao preço de venda dos materiais, que, além de serem baixos, são muito voláteis. 

“Enquanto essa realidade não for encarada e a conta do serviço não for dividida entre municípios e setor empresarial com base no artigo 33 da PNRS, que versa sobre a Responsabilidade Compartilhada pelo Ciclo de Vida dos Produtos, viveremos nessa lógica de exploração do trabalho dos catadores e num eterno ciclo de desvalorização da cadeia, que não permite avançar em qualidade e eficiência, nem tampouco atender o mercado com o mínimo nível de compliance”, finaliza Burger.

Recicleiros traz inovação para a reciclagem

Em 2023, o Instituto Recicleiros contabilizou mais de 970 mil pessoas atendidas com coleta seletiva na porta de casa em 14 operações municipais localizadas em 11 estados brasileiros e a geração de, até o momento, 347 postos de trabalho para catadoras e catadores de materiais recicláveis que, neste modelo, passam por um intenso processo de formação profissional por meio do sistema de incubação da Academia Recicleiros do Catador. Esses são do Relatório de Impacto Socioambiental, divulgado recentemente. 

O principal compromisso da instituição é o desenvolvimento de ecossistemas sustentáveis, operacionalmente eficientes e com geração de trabalho digno para os catadores, para que as cooperativas se transformem em parceiro estratégico da limpeza pública municipal. Além disso, há progressos nas condições sanitárias das cidades devido ao fortalecimento da gestão de resíduos nos territórios.

A importância da gestão pública para o sucesso da reciclagem

O Brasil ainda está distante de taxas minimamente aceitáveis de reciclagem. Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a reciclagem caminha a passos lentos por uma série de razões e ainda tem um longo caminho pela frente. Nesse contexto, qual a importância da gestão pública para o sucesso da reciclagem?

Colocar os materiais de volta ao ciclo produtivo, proporcionar a reciclagem, é tarefa do município, mas como fazer? “Cabe ao município saber a quantidade de resíduos que seu município produz e as suas características. Após essa etapa, é hora de buscar ajuda técnica para poder mensurar e ter proposições de como ter a coleta seletiva. Às vezes, para um município menor, somente alguns pontos de entrega voluntária já são suficientes para receber todo material reciclável da cidade. Em outros casos, é preciso mensurar uma frota de caminhões que consigam cobrir a cidade, ou até mesmo ter as soluções conjugadas”, diz Andréa Portugal, gerente de operações do Instituto Recicleiros.

A coleta seletiva deve ter um local adequado para levar esses resíduos de forma que eles possam ser separados por tipo e comercializados. Assim, evita-se que o aterro sanitário esgote seu tempo de vida útil antecipadamente, o que gera mais custos e impactos ambientais ao município. É nesse momento que entram as organizações de catadores que, preferencialmente, devem receber esse material e, obviamente, serem remuneradas pelo serviço que prestam à cidade.

Mas, a responsabilidade do município não para por aí. Agora que começa a parte mais sensível: como informar e educar os seus munícipes, para que todo sistema de coleta seletiva funcione? As informações referentes a coleta seletiva e reciclagem devem ser repassadas com recorrência. E as repartições públicas devem ser o primeiro lugar onde essa prática deve acontecer. Logo, treinar os servidores é fundamental, afinal, a prefeitura deve dar o exemplo para toda a população.

A escola é outro local de vital importância para o sucesso da reciclagem. Um município com resultados efetivos passa pelo trabalho na base. O engajamento no dia a dia de todas as escolas fazendo a separação e a destinação é de extrema importância. A cultura da coleta seletiva e reciclagem precisam fazer parte do currículo escolar, da diretoria e do corpo docente. Portanto, deve haver treinamento e condições de se levar as boas práticas aos alunos.

A responsabilidade da gestão pública dentro da coleta seletiva e reciclagem

É bom recordar que a coleta seletiva está dentro dos serviços de saneamento básico sob a responsabilidade da municipalidade, como está descrito na Política Nacional de Saneamento Básico, de 2007. 

Os gestores municipais devem oferecer aos munícipes os serviços de coleta seletiva para 100% de sua população, ou seja, não se trata de luxo, mas de um serviço essencial, uma obrigação prevista em lei a fim de dar condições para que esse material seja processado e volte ao ciclo produtivo, dentro de uma economia circular.

“Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é obrigação do município dar destinação adequada aos resíduos gerados dentro de seu território, e a coleta deve ter ao menos duas frações: os recicláveis secos – plásticos, vidro, papel e metal – e orgânicos mais rejeitos. Cabe ao município garantir que somente irá para o aterro sanitário, ou outra forma permitida de disposição final, rejeito que não tenha outra possibilidade que não essa”, acrescenta Andréa.

Fato é que quando os gestores públicos entendem que a coleta seletiva é um ganho para o município, tudo tende a fluir. Quando todo o sistema funciona, o que se vê é geração de trabalho e renda, desonerando a parte assistencial do município; redução dos pontos de descarte irregular, o que reduz os casos de doenças ocasionados pelos vetores que ali se hospedam; a vida útil dos aterros aumenta, entre outros benefícios. Dessa forma, os resultados da coleta seletiva devem ser muito bem divulgados junto à sociedade.

Responsabilidade compartilhada

Há um grande desafio quando falamos de responsabilidade compartilhada dentro da legislação, pois não está claro até onde vai a responsabilidade de cada ator. 

O Programa Recicleiros Cidades deixa essas responsabilidades mais nítidas quando, por exemplo, faz a proposição da realização da coleta seletiva pela prefeitura, como previsto na legislação atual, a alocação de recursos da logística reversa para estruturação do processo de triagem e qualificação das cooperativas, incluindo o cidadão, que também deve fazer a sua parte separando e destinando os recicláveis para a coleta seletiva.

“Recicleiros vem testando e mapeando as melhores práticas no processamento de recicláveis, em especial de embalagens, que representa cerca de 70% do resíduo reciclável recolhido na coleta seletiva. O Instituto está empreendendo esforços para levantar seu custo para que seja possível apresentar a indústria e governos as etapas necessárias para o retorno ao ciclo produtivo. Esse custo tem de considerar um local com condições adequadas e uma remuneração mínima aos profissionais envolvidos no processamento, os catadores”, explica Andréa Portugal.

Educação ambiental e fiscalização

De acordo com Andréa, a gestão pública deve trabalhar de forma assídua na educação ambiental. Porém, deve-se, em primeiro lugar, repensar a ideia que educação ambiental é cartilha, folheto e palestras, porque é muito mais.

“Começa nas escolhas feitas pela prefeitura, por exemplo, com as compras públicas, que devem ter menor impacto. Afinal, viver é gerar resíduos, então a gestão pública deve cuidar de cada ato, como eliminar o uso de copos descartáveis de uso único, retirar as lixeiras debaixo das mesas e oferecer recipientes para descarte de recicláveis secos e orgânicos. São ações simples que fomentam uma mudança de comportamento”, sugere.

Ela acrescenta que o gestor público deve, em um primeiro momento, fazer o dever dentro de casa. Ou seja, todas as repartições públicas, em especial as que recebem público externo, como unidades de saúde, assistência social, escolas etc, com pessoas treinadas. Junto disso, informar a todo tempo a população como separar os recicláveis para a coleta seletiva, seja por meio de treinamentos, cartilhas, folhetos, rádio e outros, assim como é feita a mobilização para uma campanha de vacinação. 

Com relação à fiscalização, existe a necessidade de ter uma legislação sobre responsabilidades bem clara no município. Recicleiros, inclusive, disponibiliza dentro da sua plataforma voltada para a formação do gestor público, projetos de lei para que as prefeituras consigam embasar a fiscalização.

“Para a coleta seletiva acontecer, precisa haver a fiscalização por parte da gestão pública. Primeiro, a coleta seletiva tem de estar constituída, depois informar e educar a população e depois disso, pedagogicamente, multar quando for necessário”, diz Andréa Portugal.

Taxa para serviço municipal de coleta seletiva

O Marco Legal de Saneamento Básico, na lei 14.026/2020, apresenta a determinação do governo federal de que os municípios devem cobrar a taxa para cobrir os custos do serviço municipal de coleta de lixo. Quando esse valor para prestação desse serviço não é cobrado, assim como acontece com energia e água, por exemplo, o que de fato ocorre é que esse valor acaba saindo dos cofres públicos, sem a transparência que deveria ter.

“Os gestores públicos precisam entender que coleta seletiva e reciclagem não tem a ver com um mandato, mas uma política pública. Esse aspecto é fundamental”, encerra.

Reciclando o Futuro: conheça o projeto Recicleiros de educação ambiental nas escolas municipais

O Instituto Recicleiros, por meio do time de Mobilização e Marketing, iniciou neste ano um projeto piloto diferenciado de educação e conscientização ambiental nas escolas municipais, em parceria com prefeituras e secretarias de educação e meio ambiente. 

Batizado de Reciclando o Futuro, o objetivo é promover educação ambiental constante para esta e as próximas gerações nas cidades em que o Programa Recicleiros Cidades está em andamento. No momento, o projeto está em operação em seis municípios: Caçador (SC), Cajazeiras (PB), Caldas Novas (GO), Garça (SP), Naviraí (MS) e Serra Talhada (PE).

Leia também:

Recicleiros e Owens-Illinois retiram 130 toneladas de vidro na Vila de Jericoacoara

Seletiva 2024: Recicleiros divulga lista de municípios que avançam em processo preparatório para implantação de coleta seletiva e reciclagem

Recicleiros fecha parcerias para promover mudança de comportamento para reciclagem

A ideia surgiu da vontade de estar presente dentro das escolas, levando a educação ambiental, os materiais recicláveis e a coleta seletiva para o dia a dia dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental, sempre evidenciando a importância da reciclagem. E a expectativa do projeto é impactar a população das cidades por meio da educação ambiental, acarretando no aumento de massa para a cooperativa de reciclagem através da coleta seletiva municipal.

“O Reciclando o Futuro é voltado para alunos do ensino fundamental I, porém, impacta diretamente os docentes que têm acesso às atividades, planos de aula e material de apoio, e são responsáveis por repassar o conteúdo no melhor formato e didática. E indiretamente também atinge os responsáveis pelos alunos, que também são encorajados a participarem do projeto dentro de casa junto com as crianças”, explica Flavia Natero, analista de marketing do Instituto Recicleiros.

Educação ambiental na teoria e na prática

A equipe de Mobilização e Marketing de Recicleiros é responsável pela criação dos conteúdos e materiais, os mobilizadores locais enviam para as secretarias ou diretorias de escolas, que distribuem aos professores. Esses, por fim, aplicam os conteúdos em sala de aula. Todo mês tem uma atividade diferente.

“O diferencial do Reciclando o Futuro é ter uma trilha de conhecimento muito didática e apropriada para a idade. No primeiro semestre, convidamos os alunos a conhecerem os materiais recicláveis e a terem um olhar sobre o seu próprio consumo e como realizar o descarte correto. Já no segundo semestre, o intuito é falar sobre o descarte de forma incorreta, mostrando as consequências das suas ações e da irresponsabilidade do seu consumo. Tratamos também da destinação final daquele reciclável que o aluno teve tanto contato o ano inteiro, encerrando assim com a economia circular”, conta Mariana Almeida, analista de marketing do Instituto Recicleiros.

O projeto tem duração de 11 meses. Na teoria, percorre a trilha de conhecimento proposta por Recicleiros mês a mês e, na prática, faz atividades lúdicas mensalmente com os alunos em sala de aula para demonstrar, de fato, como é fácil e importante reciclar.

Mascotes para tornar a reciclagem mais lúdica

Para tornar a reciclagem mais amigável e próxima das crianças, o projeto conta com mascotes que representam cada um dos recicláveis – plástico (Pati), vidro (Vitor), papel (Pepe), metal (Mel) e óleo de cozinha (Léo) –, além do rejeito (Renê). “Pensamos que as crianças precisavam ter mais intimidade e afeto com os recicláveis para criarem vínculo com o tema e de fato terem vontade de realizar a ação corretamente. Assim surgiram os personagens com representatividade e acolhimento”, comenta Flavia.

As primeiras impressões do Reciclando o Futuro são positivas. Até o momento, as cidades que estão aplicando a trilha do conhecimento têm dado bons retornos. Os alunos estão se envolvendo com as atividades e se identificando com as personagens e os professores estão se mostrando satisfeitos com os planos de aula. 

A intenção do time de Mobilização e Marketing é que o projeto Reciclando o Futuro se torne perene, replicado nos anos seguintes com novos conteúdos e até mesmo, para novos anos escolares, a fim de difundir cada vez mais a educação ambiental e a importância da reciclagem nos municípios brasileiros.

Recicleiros e Owens-Illinois retiram 130 toneladas de vidro na Vila de Jericoacoara

O Instituto Recicleiros e a Owens-Illinois se juntaram para retirar, no início deste ano, 130 toneladas de embalagens de vidro, equivalente a cerca de 650 mil garrafas da Vila Jericoacoara, no Ceará, um dos destinos turísticos mais conhecidos do Brasil. A Vila costuma gerar em média, por dia, nada menos do que 2,5 toneladas de vidro.

A ação inédita também contou com a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Jericoacoara e o Grupo HEINEKEN para fazer a destinação ambientalmente correta dos materiais, encaminhados para a reciclagem. 

Para resolver a situação pontual, Recicleiros, O-I e a Cooperativa, com apoio do Grupo HEINEKEN, se uniram numa força tarefa para viabilizar um esquema logístico emergencial e, em aproximadamente 30 dias, retiraram o material acumulado na Vila para um transbordo localizado no município Jijoca (CE), de onde partiram grandes caminhões com esse vidro para reciclagem.

Ao todo, foram enviados quatro caminhões carregados de vidro tendo como destino a planta da Owens-Illinois em Recife (PE). O custo da operação considerou uma remuneração justa e ética por tonelada processada pelo trabalho da Cooperativa.

Os desafios da operação

 A geografia complexa na região, formada por dunas de areia que cercam a Vila de Jericoacoara, torna a reciclagem de garrafas de vidro muito desafiadora. Escoar o vidro de Jeri para reciclagem é uma tarefa que exige uma infraestrutura logística bem estruturada, além da proximidade da indústria recicladora ao local. 

Portanto, para que a operação se torne economicamente viável, é necessário carregar a maior quantidade possível de vidro em cada caminhão, pois a indústria recicladora mais próxima está a mais de 1000 km de distância, no Recife (PE). 

Tudo isso tem feito da destinação ambientalmente adequada do vidro descartado em Jeri um desafio que exige uma visão integrada e colaborativa entre o ecossistema envolvido.

“O vidro é um material permanente, inerte e infinitamente reciclável. A principal barreira para que continue sua jornada circular na cadeia é conseguir com que ele chegue em boas condições até nossas fábricas. Através da responsabilidade compartilhada e união de esforços entre diferentes atores, estamos comprometidos em buscar soluções para tornar possível e viável que o vidro consumido em destinos paradisíacos e com longas distâncias de fábricas não acabe seu ciclo de vida de forma precoce, e possa se tornar uma nova garrafa, diminuindo a necessidade de extração de matéria-prima virgem”, comenta Alexandre Macário, gerente de economia circular da Owens-Illinois. 

Agora, os esforços do Grupo HEINEKEN, Recicleiros e O-I estão voltados para o estabelecimento de uma solução para que o retorno desse material para a cadeia produtiva seja feito de maneira permanente e definitiva. A expectativa é que sejam realizados investimentos em infraestrutura e processos otimizados, além da garantia de compra do vidro para que seja transformado em novas embalagens e garanta assim a economia circular do material com  impacto social.

“Essa estruturação trará eficiência operacional e redução de custo na logística da recuperação do vidro na vila”, comenta Erich Burger, fundador e diretor institucional de Recicleiros.

Jeri e o Programa Recicleiros Cidades

A Vila de Jericoacoara foi o território piloto do Programa Recicleiros Cidades, iniciativa estruturante em coleta seletiva e reciclagem inclusiva, focada na geração de adicionalidade nos municípios brasileiros e viabilizada pelo conceito de Massa Futura – posteriormente regulamentado pelo decreto federal 11.413/23.

“Estamos gratos a equipe inteira envolvida junto à Cooperativa. Geramos hoje em torno de 75 toneladas/mês de vidro e ele se acumula muito rápido. A retirada constante desse material é de extrema importância para a preservação de Jeri e para a renda dos cooperados”, enfatiza Edicarlos Araújo, presidente da Cooperativa de Catadores de Jericoacoara.

Atualmente, o município conta com uma Lei Municipal de Coleta Seletiva, um sistema de cadastramento e fiscalização de grandes geradores e uma unidade de triagem equipada, com processos produtivos definidos e catadores treinados para operação e gestão.

 

Cooxupé fecha parceria para doar cerca de 15 toneladas de recicláveis à Recicla Guaxupé

A Cooxupé, Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, acaba de fechar uma parceria com a Recicla Guaxupé, a cooperativa de catadores da cidade incubada pelo Instituto Recicleiros. Com o acordo, a Cooxupé destinará, por mês, à Recicla Guaxupé cerca de 15 toneladas de materiais recicláveis, principalmente plástico, papel e metal.

Desde o final de 2022, a Cooxupé já doava aproximadamente 5 toneladas de recicláveis para a Recicla Guaxupé. Desde o início das doações até a formalização da parceria, foram repassados à cooperativa de catadores cerca de 61 toneladas de recicláveis.

Leia também:

Recicleiros promove Live para debater como Créditos de Massa Futura podem impulsionar a reciclagem

Nova lei de gestão de resíduos em eventos em SP remete ao início de Recicleiros e reforça seu caráter inovador

Formação técnica e humana fortalece cooperativas de reciclagem e muda a vida dos profissionais

Agora, com a parceria formalizada, o volume praticamente triplicará, causando grande impacto positivo nos resultados da cooperativa de reciclagem e, por consequência, na vida das 19 famílias que estão representadas na cooperativa. Para se ter uma ideia, em média, a Recicla Guaxupé processava até então pouco mais de 20 toneladas durante um mês, oriunda da coleta seletiva municipal e doação de grandes geradores.

Parceria pelo ambiental e pelo social

“Essa parceria é um projeto sustentável, sobretudo social, aderente ao princípio cooperativista número 6, a intercooperação. De cooperativa para cooperativa, acreditamos que o projeto proporcionará eficiência aos cooperados da Cooperativa de Reciclagem, proporcionando renda e trabalho digno”, explica Cairo Rômulo, Analista do Departamento de ESG da Cooxupé.

A atitude evidencia o compromisso socioambiental da Cooxupé, que promove uma série de ações no sentido de preservar o meio ambiente e apoiar as pessoas que mais precisam. 

“A Cooxupé tem uma preocupação muito grande com o meio ambiente. Há um notável compromisso com esse aspecto ambiental, por isso nos procuraram. Mas, também tem o lado social, que foi determinante para estreitarmos essa parceria. A partir da visita à Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR), o time de ESG da Cooxupé se encantou com o que viu”, conta Bethania Modesto, líder local.

Trocas entre cooperados e ações de mobilização

Além da doação mensal de recicláveis, a parceria entre Cooxupé e Recicla Guaxupé prevê intercâmbio entre os cooperados. A proposta é uni-los em visitas nas unidades para trocas de conhecimentos. Os cooperados também farão mobilizações para conscientização da importância da reciclagem, além de dicas práticas sobre o que é o que não é reciclável para os cooperados da Cooxupé.

“Quando surgiu a possibilidade de ter a Cooxupé como grande gerador ficamos muito entusiasmados, tendo em vista a potência que ela representa para Guaxupé, para a região e para o Brasil. Para nós, uma cooperativa de reciclagem no início, foi satisfatório demais. Receber esse material está sendo muito importante para a gente, pois nos proporciona um aumento considerável de massa, que faz nossas expectativas de crescimento para a cooperativa se concretizarem”, afirma Daniela Paulino da Silva, presidente da Recicla Guaxupé.

O acordo entre Cooxupé e Recicla Guaxupé despertou o interesse de outras organizações da região, que manifestaram a intenção em contribuir com a cooperativa de reciclagem por meio da doação de seus resíduos sólidos. Vale lembrar que o Instituto Recicleiros vem fomentando acordos entre grandes geradores de resíduos sólidos e as cooperativas de reciclagem que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades, como Guaxupé.

Tal medida gera ganhos para ambos os lados. As empresas dão a destinação ambientalmente correta aos recicláveis e, ao mesmo tempo, colaboram para o desenvolvimento da cooperativa e dos seus cooperados. Em contrapartida, recebem apoio na organização dos recicláveis, na conscientização dos colaboradores, além de receber o selo de empresa amiga do meio ambiente.

Mais sobre a Cooxupé

Fundada na década de 1930, a Cooxupé, Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, conta hoje com mais de 18 mil cooperados, grande parte deles de pequenos produtores que vivem da agricultura familiar. 

A cooperativa recebe café produzido em mais de 300 municípios de sua área de ação, localizada no Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Vale do Rio Pardo, no estado de São Paulo. 

Atualmente, a Cooxupé tem 48 unidades de negócios, sendo: a Matriz (em Guaxupé), núcleos, filiais, unidades avançadas, postos de atendimento e o escritório de exportação em Santos, além de armazéns e o Complexo Industrial Japy, empreendimento logístico de última geração.