Conheça os 21 municípios classificados para a segunda fase da Seletiva 2024 do Programa Recicleiros Cidades

A “Seletiva 2024: Qualificar para Transformar”, promovida pela Academia Recicleiros do Gestor Público, encerrou a primeira fase neste mês de março e, assim, a lista dos municípios classificados para a próxima fase está consolidada.

Ao todo, foram 70 inscrições gerais em 14 estados brasileiros. Dessas, foram 21 inscrições oficiais de municípios. O Piauí, com cinco representantes, liderou a lista de estados com mais inscritos. Depois, aparecem Bahia e Rio Grande do Sul com quatro, Mato Grosso com três, Amazonas e Sergipe com dois e Maranhão com um.

Neste ano, vale lembrar, a Academia Recicleiros do Gestor Público está direcionando esforços na qualificação de municípios localizados em estados nos quais a logística reversa já foi regulamentada. São eles: Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Sul e Sergipe.

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Veja abaixo a lista de municípios classificados para a próxima fase da Seletiva 2024:

  • Itacoatiara (AM)
  • Manacapuru (AM)
  • Jaguaquara (BA)
  • Jaguarari (BA)
  • Senhor do Bonfim (BA)
  • Cruz das Almas (BA)
  • Paço do Lumiar (MA)
  • Cáceres (MT)
  • Poconé (MT)
  • Paranatinga (MT)
  • Cocal de Telha (PI)
  • Floriano (PI)
  • Porto Alegre do Piauí (PI)
  • Queimada Nova (PI)
  • Uruçuí (PI)
  • Charqueadas (RS)
  • Dom Pedrito (RS)
  • Gramado (RS)
  • Montenegro (RS)
  • Estância (SE)
  • São Cristóvão (SE)

A segunda fase da Seletiva 2024, que acontece até meados de abril, envolve a qualificação desses territórios. Nesse período, os gestores públicos deverão percorrer a Trilha do Conhecimento na Plataforma on-line da Academia Recicleiros do Gestor Público, assistir as Mentorias Técnicas e participar dos plantões de dúvidas com especialistas.

Ao final deste processo, os municípios aptos e mais engajados e comprometidos com a causa socioambiental serão convidados a participar de rodadas de consultorias exclusivas com especialistas Recicleiros, além de concorrerem a uma vaga no Programa Recicleiros Cidades.

“A Seletiva 2024 teve seu foco em estados importantes para Recicleiros. Não apenas pela necessidade de implantarmos unidades produtivas, mas também pela nossa missão estatutária: de levar nosso conhecimento acumulado ao longo de quase duas décadas de atuação, para que o municípios possam implementar suas políticas públicas de coleta seletiva de reciclagem, com ou sem aporte de recursos do Instituto. Nosso objetivo é o de estar presente nesses territórios”, afirma Cezar Augusto, gerente da Academia Recicleiros do Gestor Público.

Vale ressaltar que os municípios cuja população na região urbana esteja entre 32,5 mil e 200 mil habitantes, estão aptos a integrarem o Programa Recicleiros Cidades e podem receber até R$ 5 milhões que são investidos em soluções para implementação da reciclagem inclusiva, como infraestrutura, gestão, assessoria técnica, comunicação e muito mais.

Recicleiros busca novos acordos com estados para fomentar a reciclagem a partir da logística reversa

O Instituto Recicleiros está trabalhando para celebrar novos acordos com estados brasileiros onde a logística reversa de embalagens está regulamentada. O objetivo é assinar um instrumento chamado Termo de Compromisso, conforme previsto no regulamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a fim de estabelecer regras para facilitar a implantação de sistemas de logística reversa em parceria com a coleta seletiva municipal e o consequente fomento da reciclagem inclusiva com a participação de catadoras e catadores de materiais recicláveis.

Hoje, Recicleiros tem acordos firmados com dois estados – São Paulo (CETESB) e Mato Grosso do Sul (IMASUL) – e está trabalhando na atualização dos Termos de Compromisso para atender as novas demandas regulatórias. Os dois estados, vale lembrar, foram pioneiros na formalização do Termo de Compromisso anos atrás, uma iniciativa inovadora proposta por Recicleiros para criar um ambiente mais seguro do ponto de vista jurídico e que acabou por alavancar investimentos para ações estruturantes, o que acarretou em avanços significativos para a coleta seletiva e a reciclagem nos respectivos estados.

Importante lembrar que os Termos de Compromisso celebrados pelo Instituto Recicleiros influenciaram a legislação federal e de outros estados no que diz respeito ao reconhecimento do caráter estruturante de sua iniciativa de logística reversa. E, além disso,  dos chamados Créditos de Massa Futura hoje disciplinados pelo Decreto Federal nº 11.413/2023.

O Termo de Compromisso, em resumo, é um contrato entre o Instituto Recicleiros e o estado que detalha a forma de atuação e aplicação dos investimentos a serem realizados de forma compartilhada pelos municípios e pelo Instituto Recicleiros, este como parte executora e como suporte técnico na implementação da política pública de coleta seletiva municipal. Como parte dos investimentos realizados por Recicleiros são provenientes do setor empresarial, os estados chancelam a iniciativa como uma das formas de comprovação das obrigações de logística reversa das empresas investidoras.

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“Os Termos de Compromisso devem estabelecer claramente as responsabilidades compartilhadas entre setor empresarial e municípios, bem como as limitações de parte a parte já que se trata de um mesmo objeto central, as embalagens pós-consumo e outros recicláveis equiparados que são gerados no município e que precisam ser reinseridos na cadeia produtiva de forma sustentável”, explica Rafael Henrique, Diretor de Operações do Instituto Recicleiros.

A expectativa, agora, é assinar Termos de Compromisso com outros estados brasileiros onde a logística reversa já está regulamentada.

A experiência de São Paulo e Mato Grosso do Sul

Na visão de Rafael Henrique, as agências reguladoras têm papel estratégico no fortalecimento dessa política pública, tanto em relação aos municípios, responsáveis por implantar os sistemas públicos de coleta seletiva quanto ao setor empresarial, que participa ativamente desse processo a partir dos investimentos obrigatórios em logística reversa e da demanda pelos materiais recuperados em suas estratégias de circularidade.

“A regulamentação encabeçada por São Paulo e Mato Grosso do Sul de maneira pioneira foi determinante para a atração dos investimentos, fazendo esses resultados caminharem com mais velocidade em comparação com outros territórios do país”, acrescenta Rafael.

Regiane Yogui, que atua no Departamento de Políticas Públicas de Resíduos Sólidos e Eficiência dos Recursos da CETESB, comenta sobre a assinatura do Termo de Compromisso com o Recicleiros, ainda em 2020. 

“Foram muitas reuniões para entender que esse sistema tinha um planejamento, um dimensionamento e trazia essa adicionalidade com a participação dos municípios. Percebemos que precisamos dar os meios e as condições para que as empresas cumpram a logística reversa no estado. A capacidade de coleta não está plenamente instalada para que todos os empreendimentos, se forem cobrados, cumpram a logística reversa. Então, precisamos diversificar as estratégias e a Massa Futura é uma possibilidade para essa ampliação, para que todos consigam trazer resultados e benefícios para o meio ambiente, saúde pública, geração de oportunidades, renda e emprego, que é o que identificamos no Programa do Instituto Recicleiros”, diz Regiane.

De acordo com Erich Burger, Diretor Institucional do Instituto Recicleiros, a visão de que, como estado, precisa criar condições para que a logística reversa seja cumprida é importante porque é uma visão de co-construção. 

Nathalia do Amaral, que faz parte do corpo técnico da IMASUL, elogiou o modelo proposto por Recicleiros.

“Vemos com bons olhos o modelo estruturante proposto por Recicleiros. Em Naviraí (MS), existe uma realidade antes e depois de Recicleiros. Vimos de perto o dimensionamento que foi feito em serviços de coleta seletiva, os roteiros de coleta dentro da cidade, a operação e toda a estratégia de comunicação e mobilização junto à comunidade. Isso foi muito importante, além da organização da cooperativa. Esse modelo beneficia não só os catadores, mas o município como um todo por conta da geração de renda, e essas pessoas precisam desse apoio do início ao fim”, relatou Nathália.

Cooxupé fecha parceria para doar cerca de 15 toneladas de recicláveis à Recicla Guaxupé

A Cooxupé, Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, acaba de fechar uma parceria com a Recicla Guaxupé, a cooperativa de catadores da cidade incubada pelo Instituto Recicleiros. Com o acordo, a Cooxupé destinará, por mês, à Recicla Guaxupé cerca de 15 toneladas de materiais recicláveis, principalmente plástico, papel e metal.

Desde o final de 2022, a Cooxupé já doava aproximadamente 5 toneladas de recicláveis para a Recicla Guaxupé. Desde o início das doações até a formalização da parceria, foram repassados à cooperativa de catadores cerca de 61 toneladas de recicláveis.

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Agora, com a parceria formalizada, o volume praticamente triplicará, causando grande impacto positivo nos resultados da cooperativa de reciclagem e, por consequência, na vida das 19 famílias que estão representadas na cooperativa. Para se ter uma ideia, em média, a Recicla Guaxupé processava até então pouco mais de 20 toneladas durante um mês, oriunda da coleta seletiva municipal e doação de grandes geradores.

Parceria pelo ambiental e pelo social

“Essa parceria é um projeto sustentável, sobretudo social, aderente ao princípio cooperativista número 6, a intercooperação. De cooperativa para cooperativa, acreditamos que o projeto proporcionará eficiência aos cooperados da Cooperativa de Reciclagem, proporcionando renda e trabalho digno”, explica Cairo Rômulo, Analista do Departamento de ESG da Cooxupé.

A atitude evidencia o compromisso socioambiental da Cooxupé, que promove uma série de ações no sentido de preservar o meio ambiente e apoiar as pessoas que mais precisam. 

“A Cooxupé tem uma preocupação muito grande com o meio ambiente. Há um notável compromisso com esse aspecto ambiental, por isso nos procuraram. Mas, também tem o lado social, que foi determinante para estreitarmos essa parceria. A partir da visita à Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR), o time de ESG da Cooxupé se encantou com o que viu”, conta Bethania Modesto, líder local.

Trocas entre cooperados e ações de mobilização

Além da doação mensal de recicláveis, a parceria entre Cooxupé e Recicla Guaxupé prevê intercâmbio entre os cooperados. A proposta é uni-los em visitas nas unidades para trocas de conhecimentos. Os cooperados também farão mobilizações para conscientização da importância da reciclagem, além de dicas práticas sobre o que é o que não é reciclável para os cooperados da Cooxupé.

“Quando surgiu a possibilidade de ter a Cooxupé como grande gerador ficamos muito entusiasmados, tendo em vista a potência que ela representa para Guaxupé, para a região e para o Brasil. Para nós, uma cooperativa de reciclagem no início, foi satisfatório demais. Receber esse material está sendo muito importante para a gente, pois nos proporciona um aumento considerável de massa, que faz nossas expectativas de crescimento para a cooperativa se concretizarem”, afirma Daniela Paulino da Silva, presidente da Recicla Guaxupé.

O acordo entre Cooxupé e Recicla Guaxupé despertou o interesse de outras organizações da região, que manifestaram a intenção em contribuir com a cooperativa de reciclagem por meio da doação de seus resíduos sólidos. Vale lembrar que o Instituto Recicleiros vem fomentando acordos entre grandes geradores de resíduos sólidos e as cooperativas de reciclagem que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades, como Guaxupé.

Tal medida gera ganhos para ambos os lados. As empresas dão a destinação ambientalmente correta aos recicláveis e, ao mesmo tempo, colaboram para o desenvolvimento da cooperativa e dos seus cooperados. Em contrapartida, recebem apoio na organização dos recicláveis, na conscientização dos colaboradores, além de receber o selo de empresa amiga do meio ambiente.

Mais sobre a Cooxupé

Fundada na década de 1930, a Cooxupé, Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, conta hoje com mais de 18 mil cooperados, grande parte deles de pequenos produtores que vivem da agricultura familiar. 

A cooperativa recebe café produzido em mais de 300 municípios de sua área de ação, localizada no Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Vale do Rio Pardo, no estado de São Paulo. 

Atualmente, a Cooxupé tem 48 unidades de negócios, sendo: a Matriz (em Guaxupé), núcleos, filiais, unidades avançadas, postos de atendimento e o escritório de exportação em Santos, além de armazéns e o Complexo Industrial Japy, empreendimento logístico de última geração.

Nova lei de gestão de resíduos em eventos em SP remete ao início de Recicleiros e reforça seu caráter inovador

O governo de São Paulo publicou uma lei que traz novas diretrizes para a gestão de resíduos sólidos em eventos no Estado. A lei 17.806/2023, que envolve eventos públicos, privados ou público-privados, visa gerar impacto econômico e socioambiental.

De acordo com a lei, é de responsabilidade de organizadores, fornecedores e estabelecimentos o gerenciamento de toda a cadeia, desde coleta, transbordo, transporte, tratamento até a destinação final ambientalmente adequada. Isso vale para shows, festivais musicais, festas regionais, campeonatos esportivos, congressos, feiras, entre outros. 

Além disso, a nova lei diz que essa gestão de resíduos deverá ser conduzida, preferencialmente, por cooperativas de catadores de material reciclável.

Recicleiros como precursora de gestão de resíduos em eventos

A publicação dessa lei estadual traz à tona os primeiros passos de Recicleiros, ainda no início dos anos 2000. Foi nesta época que os então amigos de universidade Ana Beall, Erich Burger e Gustavo Giopatto, inspirados pelo conceito de negócio social, do Nobel da Paz, Muhammad Yunus, começaram a imaginar o que seria Recicleiros, com a missão de abrir novos caminhos e promover impacto socioambiental positivo para o planeta. Encontraram na gestão de resíduos de eventos um espaço para materializar esse empreendimento.

“Não tivemos uma atuação direta na criação dessa lei estadual, mas o curioso é que fizemos isso muito tempo atrás, em 2007, quando não existia sequer a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que veio em 2010. O que havia era uma pressão nas marcas para fazer ações ambientais. Foi nesse contexto que fizemos o primeiro projeto de Recicleiros, trabalhando com gestão de resíduos em grandes eventos. As marcas olhavam para isso mais como marketing do que sustentabilidade. O assunto era muito incipiente”, relembra Ana Beall, hoje Diretora de Compliance e Governança do Instituto Recicleiros.

A ideia central era fazer a gestão eficiente de resíduos do evento com o apoio de uma cooperativa de reciclagem da cidade, a partir de uma central de triagem itinerante e colocando os catadores no centro das ações. Todos recebiam remuneração, uniformes, EPIs e condições dignas de trabalho. E os resíduos processados tornavam-se propriedade da cooperativa, gerando renda para a unidade. Após o evento, Recicleiros elaborava um relatório com o volume de materiais processados e entregava aos organizadores.

“Agora, ver uma lei aprovada é sensacional. Demorou para acontecer, mas que bom que ela existe agora. Nós olhamos para isso em 2007, fomos precursores, e estamos em 2023, veja quantos anos se passaram. Hoje temos uma legislação de algo que já fazíamos há muito tempo”, acrescenta Ana.

Eventos diversos e reconhecimento

O primeiro evento realizado por Recicleiros nesses moldes foi o festival de música Planeta Terra, em 2007, com cerca de 15 mil pessoas, na capital paulista. Diante do ineditismo e do sucesso da ação com organizadores e público do festival, a gestão de resíduos sólidos em eventos coordenada por Recicleiros ganhou corpo e projeção. 

Para se ter uma noção, só do Planeta Terra, foram quatro participações consecutivas. Vale citar que no segundo ano desse festival, a Central de Triagem de Recicleiros foi eleita pelo público como a atração mais surpreendente de todo o evento, segundo o voto popular. Outro ponto de reconhecimento pelo trabalho inovador foi a inclusão pela Federação Internacional de Vôlei de Praia, do sistema de gestão de resíduos Recicleiros no Guide Book mundial de organização do evento, recomendando a Central de Triagem de Resíduos Sólidos criada por Recicleiros para todas as etapas do Mundial.

Entre os muitos eventos nos quais Recicleiros fez a gestão de resíduos em parceria com cooperativas de reciclagem, podemos citar os festivais de música SWU, Maquinária, About Us e o Natura Nós, além de eventos esportivos de calibre internacionais como Mundial de Vôlei de Praia, São Paulo Indy 300, Sharapova x Dulko e nacionais, como Stock Car e Descida da Escadaria de Santos.

Conexão com as cooperativas e destaque para os cooperados

A gestão de resíduos em eventos tinha como ponto central a conexão de Recicleiros com as cooperativas locais, abrindo um novo horizonte e subvertendo a lógica da época. Afinal, era (ou é?) comum os responsáveis pelos eventos chamarem catadores para darem a destinação final dos resíduos. O pagamento? O próprio resíduo. Porém, a bandeira levantada por Recicleiros, que segue hasteada até hoje, passa pela remuneração pelos serviço prestado pelos catadores, que pode ter como parte do pagamento os próprios resíduos. Por isso, a remuneração aos catadores e catadoras estava clara nos orçamentos dos eventos.

Por conta dos altos volumes triados e vendidos pelas cooperativas, muitas conseguiram, a partir dos recursos, aperfeiçoar a infraestrutura. Por exemplo, com o dinheiro dos resíduos, teve unidade que quitou um caminhão financiado, criou um sistema de combate a incêndio, um sistema de iluminação do galpão para trabalhar em dois turnos e aumentar a produtividade, entre outras conquistas. “O impacto gerado era muito positivo. Essa lógica era e ainda é inovadora”, diz Erich  Burger, Diretor Institucional do Instituto Recicleiros.

“A gente fazia dessa experiência com os catadores uma espécie de workshop de capacitação. Muitas cooperativas não tinham onde triar resíduos, era no chão. Criamos então uma bancada de triagem extremamente simples, leve e barata, especialmente desenvolvida para o contexto de eventos, assim como processos produtivos que simplificavam essa operação. Tudo isso é tecnologia social. A gente viajava para as cidades, conhecia as cooperativas e trocava conhecimentos, de lado a lado”, conta Erich.

Uma outra conquista foi tirar os catadores da invisibilidade. “Essas pessoas, que antes não eram vistas, foram para o centro. Tornaram-se prestadores de serviço  que eram aplaudidos pelo público, que eram percebidos por públicos de eventos que tinham grandes bandas no palco, por exemplo. Eram pagos para fazer o trabalho, e tinham seu espaço. Elevamos a autoestima de pessoas muito sofridas”, comenta o diretor de Recicleiros.

A realidade de hoje foi construída ontem

Apesar de a gestão de resíduos em eventos não fazer mais parte do negócio Recicleiros – ocorreu entre 2007 e 2012 –, esse momento embrionário foi fundamental para a atuação atual do Instituto, em 2023. 

“Hoje, defendemos uma metodologia estruturada para o que a gente faz, que é implantar uma estrutura de coleta seletiva com dignidade para catadores, com inclusão social, com elementos básicos. Isso estava na apresentação quando pensamos em fazer a reciclagem em eventos. Percebemos que nesse ambiente havia resíduos e o catador estava envolvido nesse ecossistema. É a mesma lógica de hoje, do que precisa ser feito para ter reciclagem com inclusão social. Falávamos na época que tinha de ter legislação, infraestrutura, comunicação para engajamento e remuneração para os catadores, exatamente o que fazemos hoje em dia”, completa Erich.

A nova lei 17.806/2023, mais do que despertar um sentimento acalentador de nostalgia por rememorar o início de tudo, deixa evidente o caráter inovador de Recicleiros, que está sempre à frente do seu tempo quando o assunto é reciclagem e inclusão social.

Veja aqui uma coletânea de fotos que mostra a atuação de Recicleiros na gestão de resíduos em eventos.

Quadro Gestão à Vista proporciona mais transparência e agilidade na tomada de decisão dentro das cooperativas

Mais transparência e agilidade na tomada de decisão dos cooperados. Esses são os principais benefícios do quadro de Gestão à Vista, implantado recentemente em todas as Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs) que integram o Programa Recicleiros Cidades.

A novidade está facilitando a gestão das cooperativas incubadas por Recicleiros, uma vez que simplifica informações relevantes do dia a dia e traz mais clareza e acessibilidade aos assuntos essenciais das UPMRs, como metas e resultados. 

“O quadro de Gestão à Vista é uma forma fácil e prática de os cooperados acompanharem os níveis de produtividade da Unidade, compreenderem a questão financeira e a entrada de materiais recicláveis a partir da coleta seletiva municipal”, explica Cauê Henrique Pelegrineli, líder de unidade. 

No painel fixado na parede da cooperativa estão dados como metas de processamento de materiais recicláveis, as entradas da última semana, o volume de rejeitos – itens enviados à coleta seletiva, mas que não são reciclados – entre outras informações importantes.

Semanalmente, os cooperados se reúnem em frente ao quadro, analisam as informações ali projetadas e podem tomar decisões estratégicas para maior eficiência da UPMR. “Por exemplo, se o volume de rejeito está alto, conversamos imediatamente com os coletores e buscamos soluções com parceiros e mobilização nas ruas para atenuar a entrada desses itens não recicláveis na cooperativa”, conta Cauê.

O quadro de Gestão à Vista foi uma construção coletiva, com líderes locais Recicleiros e, também, com a participação dos cooperados.

“Além de nos auxiliar na visibilidade das nossas metas, o quadro de Gestão à Vista nos permite a transparência de todos os dados da cooperativa. Toda vez que nos reunimos e fazemos a análise dos dados fica mais fácil demonstrar com o quadro. Ali desenhamos as nossas metas, processamento, coleta seletiva, rejeito e em como podemos diminuir faltas, além de toda parte financeira. É uma ferramenta muito importante para nós cooperados”, diz Carla Luiza Alves Cavalcante, Presidente da Recicla Garça.

ZBRA desenvolve software exclusivo de gestão de dados para Recicleiros

O Instituto Recicleiros fechou uma parceria inédita com a ZBRA, empresa de desenvolvimento de software com quase 20 anos de mercado, que está gerando grandes resultados dentro e fora da organização. 

O objetivo é desenvolver um sistema personalizado para gestão inteligente de dados e, assim, trazer ainda mais transparência às ações de Recicleiros, além de melhorar os procedimentos internos de administração e governança corporativa. 

O acordo também faz parte do compromisso da organização de promover inovação e melhoria contínua nos processos, beneficiando a todos os segmentos envolvidos no dia a dia do Instituto. Afinal, com um sistema moderno digital, as informações ficarão mais acessíveis, por exemplo, aos investidores que apoiam as ações de Recicleiros, assim como as cooperativas parceiras, geridas por catadores, que operam as Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs). 

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Para acompanhar o crescimento de Recicleiros nos últimos anos, a evolução na gestão de dados tornou-se uma necessidade. “Em síntese, temos um grande volume de dados dentro do Instituto Recicleiros, com muitas variáveis. Como são muitas informações para correlacionar, chega em um momento em que realmente é um trabalho muito complexo de fazer por meio de planilhas”, explica Jessika Arimura, da área de relacionamento comercial, pós-venda e conciliação de Recicleiros.

Essa foi a razão pela qual Recicleiros procurou apoio da tecnologia oferecida pela ZBRA, especialista, dentre outras coisas, em transformar os processos baseados em planilhas em softwares eficientes de gestão de dados.

Software construído a muitas mãos

Para iniciar os trabalhos, no início de 2022, representantes de ZBRA e Recicleiros se encontraram durante oito dias inteiros para fazer descobertas, trocar informações, analisar e compreender os desafios e, então, encontrar as possíveis soluções. 

“Eram 10 pessoas de diferentes perfis, incluindo os usuários finais, e isso é importante para a cocriação porque tem um alinhamento, tanto estratégico quanto a operação do sistema. Foram dias de muita discussão e conseguimos chegar a uma ideia de solução”, conta Gustavo Ayres, CIO da ZBRA. 

Feito isso, o passo seguinte foi começar a programar, mexer no código e, em seguida, começar a fazer as entregas faseadas do sistema. Hoje, aliás, a maior parte dos dados já está presente no novo sistema de Recicleiros, e a entrega final do software está prevista para acontecer no próximo mês de agosto, antes do previsto inicialmente no cronograma.

“O que fizemos foi criar um sistema que facilita a entrada de dados, centraliza todos os dados e também facilita o acesso à informação a todos os interessados, como investidores, órgãos reguladores e cooperativas. Por exemplo, o próprio investidor pode atualizar dados dentro do sistema”, acrescenta Ayres. 

Assim, os investidores terão fácil acesso a informações sobre as operações de logística reversa do Instituto Recicleiros com previsão de massa futura, incluindo os contratos em vigor, o que já foi realizado e a previsão das próximas entregas.

Jessika afirma ainda que o novo software da ZBRA vai melhorar a produtividade, já que a gestão do tempo está sendo aprimorada. “A economia de tempo será melhor, pois vamos agilizar processos internos com as informações mais acessíveis dentro do sistema”, projeta.

Alinhamento com a causa socioambiental

A parceria entre Recicleiros e ZBRA, é bom dizer, só foi possível graças ao alinhamento existente entre as partes. De acordo com os líderes da ZBRA, essa conexão com o cliente é muito importante, até para a execução mais fluida do trabalho. “O foco de Recicleiros de oferecer uma vida digna aos catadores marcou a gente desde o início. E o esforço para fazer esse projeto acontecer tem a ver com esse alinhamento de valores”, conta Gustavo.

“Internamente a gente fala muito sobre empatia. No caso de Recicleiros para nós é fácil ter empatia porque é uma causa social que a gente se identifica, tem a ver com reciclagem. Isso gera muito mais motivação na equipe porque eles entendem o valor do software que estão entregando. Se o software funcionar, terão mais catadores tendo uma vida digna e mais resíduos sendo reciclados”, complementa Alexandre Cunha, sócio da ZBRA. 

Segundo ele, a empatia com o usuário e com o cliente faz parte do modo de operar com todos os clientes.

Um pouco mais sobre a ZBRA

A ZBRA nasceu 18 anos atrás a partir da união de Alexandre Cunha e Milton Terra, que viram uma oportunidade em iniciar um negócio que prezasse pela satisfação do engenheiro de software e, também, do cliente, ou seja, em que as duas partes ficassem satisfeitas.

Com o tempo, a empresa foi crescendo organicamente, inclusive por conta das indicações. Hoje, o time da ZBRA conta com praticamente 100 pessoas. 

“Criamos um ambiente onde as pessoas querem permanecer, e isso é muito importante para nós. E do outro lado, os clientes também querem ficar. Por exemplo, tem cliente que está com a gente desde o começo, outros com mais de 10 anos. Para nós, a medida de sucesso é isso, quanto tempo os clientes e os desenvolvedores querem ficar com a gente”, diz Alexandre.

Jessika fala das trocas produtivas que tiveram até aqui. “Eles são muito ativos, estão ajudando em vários aspectos, até como consultores. É uma parceria muito boa para nós. Desde as primeiras conversas eles mostraram engajamento com a causa, acreditaram no nosso projeto e fizeram questão de contribuir”, encerra Jessika, a coordenadora deste projeto.

Para saber mais informações sobre a empresa, acesse: https://zbra.dev/

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+[84] 1800 333 555

Rua General Sócrates, 418 – Penha da França, São Paulo, SP, CEP 03632-040.

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