Em parceria com a Nestlé, Recicleiros faz pesquisa socioeconômica e de impacto com catadores

O Instituto Recicleiros, em parceria com a Nestlé, realizou uma pesquisa socioeconômica com catadores de materiais recicláveis que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades. O objetivo é compreender a situação dos cooperados, medir a percepção dos profissionais sobre o trabalho realizado nas praças para desenvolver ações que contribuam positivamente e gerem impacto social tanto para as pessoas quanto para as cooperativas incubadas por Recicleiros.

“Nossa parceria é construída com base no conceito de inovação aberta. Convidamos a Nestlé não apenas para investir na Academia Recicleiros do Catador, mas para participar ativamente e trabalharmos juntos para gerar dados que vão servir de base para criar soluções e melhorias que impactem diretamente o dia a dia das organizações de catadores”, diz Ana Carolina Finardi, coordenadora de Negócios do Instituto Recicleiros. 

Promovida pelo segundo ano consecutivo, a pesquisa evoluiu e abordou neste ano cinco aspectos centrais: perfil; alimentação; trabalho nas cooperativas; avaliação das cooperativas; e visão sobre o Instituto Recicleiros. Esses dois últimos temas foram as novidades em relação à pesquisa do ano anterior.

“Como organização da sociedade civil, nossa missão estatutária inclui a promoção do desenvolvimento econômico e social, o combate à pobreza e a mobilidade social de indivíduos em situação de vulnerabilidade. O Programa Recicleiros Cidades é uma das principais ferramentas que utilizamos para atingir esses objetivos. A pesquisa de impacto com catadores é essencial para garantir que estamos no caminho certo. Essa pesquisa não só avalia se nossos esforços estão gerando os resultados desejados, mas também oferece indicadores valiosos que nos permitem medir a eficácia do programa ao longo do tempo”, afirma Ana Luisa Beall, Head de Compliance e Governança do Instituto Recicleiros.

“Com base nas informações coletadas, podemos identificar os pilares do programa que necessitam de melhorias, garantindo uma atuação mais efetiva e direcionada. Assim, a pesquisa de impacto se torna uma ferramenta estratégica para assegurar que nossa organização continue a promover mudanças significativas na vida dos catadores e na comunidade em geral”, acrescenta Ana.

Números da pesquisa

Ao todo, foram ouvidas 189 pessoas, a maioria mulheres (63%). 30% têm entre 25 e 34 anos e 27% entre 18 e 24 anos. Com relação à escolaridade, 30% possuem ensino médio completo, 21% ensino médio incompleto e 20% possuem ensino fundamental incompleto. Quanto à raça, 53% se identificam como pardos, 26% como brancos e 17% como pretos. No que se refere à moradia, a maioria reside em casas alugadas na periferia da cidade.

No aspecto da alimentação, a pesquisa constatou que a principal refeição do dia para os cooperados é o almoço. Entre os entrevistados, 22% afirmaram receber doações de refeições ou alimentos.

Em relação ao trabalho na cooperativa, 88% relataram uma melhoria na qualidade de vida após ingressarem na Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR). Desses, 71% citaram os treinamentos e aprendizados no trabalho, 67% o aumento da renda e 57% mencionaram que se sentem mais valorizados no dia a dia. 

O ambiente geral da cooperativa – acolhimento, limpeza, organização, segurança, iluminação e saúde e bem-estar – foi amplamente bem avaliado, com exceção da temperatura, que ficou abaixo da média.

“Realizar a pesquisa com os catadores das cooperativas assessoradas por Recicleiros foi uma experiência bastante reveladora. Além de possibilitar conhecer a efetividade do nosso trabalho no processo de incubação da cooperativa, a pesquisa apresentou informações valiosas sobre a repercussão na vida dessas pessoas. Vimos percebendo que de fato há o impacto econômico, nas citações de melhoria das condições de vida e de trabalho, mas o que também tem chamado a atenção, é que muitos expressam o desejo de retomar a vida escolar, preocupação com as questões dos cuidados com a própria saúde e da família”, analisa Lusimar Guimarães Pereira, gerente do Núcleo de Desenvolvimento do Catador do Instituto Recicleiros.

A maioria dos cooperados recomendaria a cooperativa a um amigo ou conhecido como local de trabalho. 46% dizem estar satisfeitos em trabalhar na cooperativa e 34% se dizem muito satisfeitos. De modo geral, os cooperadores se sentem valorizados e reconhecem o impacto positivo que têm tanto para si mesmos quanto para a cooperativa. Além disso, consideram-se bem instruídos para realizar suas atividades diárias.

Por fim, os entrevistados reconhecem que o Instituto Recicleiros apoia de maneira positiva o seu trabalho, com o objetivo de promover mais dignidade e autonomia.

Reciclagem no Brasil: incentivos não são suficientes sem engajamento de atores públicos e privados

O Governo Federal anunciou recentemente um conjunto de medidas que somam mais de R$ 425 milhões em incentivos à reciclagem e ao trabalho de catadores e catadoras de materiais recicláveis. Essas iniciativas abarcam, entre outras coisas, a retomada do Programa Cataforte e a Lei de Incentivo à Reciclagem (LIR). 

As medidas têm foco no fortalecimento de cooperativas e associações de catadores de recicláveis e segue a linha de programas lançados no passado, priorizando o investimento em máquinas, equipamentos e capacitações.

Um cenário familiar para o Instituto Recicleiros, que atua há 17 anos com o desenvolvimento de soluções para a gestão sustentável de resíduos sólidos com inclusão de catadores em todo Brasil, por meio do Programa Recicleiros Cidades. Além disso, em 2023, o Instituto Recicleiros alcançou um marco importante com a regulamentação dos Certificados de Crédito de Massa Futura pelo Decreto Federal 11.413/2023, criado e executado de maneira pioneira pela organização.

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Para Erich Burger, diretor do Instituto Recicleiros, o incentivo anunciado pelo Governo Federal é importante, mas sozinho não muda a realidade histórica da reciclagem no país. 

“Investimentos em infraestrutura são muito importantes mas sozinhos não sustentam as operações de coleta seletiva e reciclagem, mesmo com a melhor infraestrutura possível e em qualquer formato de operação, com ou sem catadores. Enquanto não houver um critério claro e definitivo sobre o pagamento por serviços ambientais que são prestados pelas cooperativas, viveremos de ciclos que, em geral, não constroem legado e acabam por desperdiçar os investimentos”, explica o diretor. 

Ainda de acordo com o diretor, os custos de coleta, processamento e destinação ambientalmente adequada dos resíduos são muito superiores ao preço de venda dos materiais, que, além de serem baixos, são muito voláteis. 

“Enquanto essa realidade não for encarada e a conta do serviço não for dividida entre municípios e setor empresarial com base no artigo 33 da PNRS, que versa sobre a Responsabilidade Compartilhada pelo Ciclo de Vida dos Produtos, viveremos nessa lógica de exploração do trabalho dos catadores e num eterno ciclo de desvalorização da cadeia, que não permite avançar em qualidade e eficiência, nem tampouco atender o mercado com o mínimo nível de compliance”, finaliza Burger.

Recicleiros traz inovação para a reciclagem

Em 2023, o Instituto Recicleiros contabilizou mais de 970 mil pessoas atendidas com coleta seletiva na porta de casa em 14 operações municipais localizadas em 11 estados brasileiros e a geração de, até o momento, 347 postos de trabalho para catadoras e catadores de materiais recicláveis que, neste modelo, passam por um intenso processo de formação profissional por meio do sistema de incubação da Academia Recicleiros do Catador. Esses são do Relatório de Impacto Socioambiental, divulgado recentemente. 

O principal compromisso da instituição é o desenvolvimento de ecossistemas sustentáveis, operacionalmente eficientes e com geração de trabalho digno para os catadores, para que as cooperativas se transformem em parceiro estratégico da limpeza pública municipal. Além disso, há progressos nas condições sanitárias das cidades devido ao fortalecimento da gestão de resíduos nos territórios.

Recicleiros e Owens-Illinois retiram 130 toneladas de vidro na Vila de Jericoacoara

O Instituto Recicleiros e a Owens-Illinois se juntaram para retirar, no início deste ano, 130 toneladas de embalagens de vidro, equivalente a cerca de 650 mil garrafas da Vila Jericoacoara, no Ceará, um dos destinos turísticos mais conhecidos do Brasil. A Vila costuma gerar em média, por dia, nada menos do que 2,5 toneladas de vidro.

A ação inédita também contou com a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Jericoacoara e o Grupo HEINEKEN para fazer a destinação ambientalmente correta dos materiais, encaminhados para a reciclagem. 

Para resolver a situação pontual, Recicleiros, O-I e a Cooperativa, com apoio do Grupo HEINEKEN, se uniram numa força tarefa para viabilizar um esquema logístico emergencial e, em aproximadamente 30 dias, retiraram o material acumulado na Vila para um transbordo localizado no município Jijoca (CE), de onde partiram grandes caminhões com esse vidro para reciclagem.

Ao todo, foram enviados quatro caminhões carregados de vidro tendo como destino a planta da Owens-Illinois em Recife (PE). O custo da operação considerou uma remuneração justa e ética por tonelada processada pelo trabalho da Cooperativa.

Os desafios da operação

 A geografia complexa na região, formada por dunas de areia que cercam a Vila de Jericoacoara, torna a reciclagem de garrafas de vidro muito desafiadora. Escoar o vidro de Jeri para reciclagem é uma tarefa que exige uma infraestrutura logística bem estruturada, além da proximidade da indústria recicladora ao local. 

Portanto, para que a operação se torne economicamente viável, é necessário carregar a maior quantidade possível de vidro em cada caminhão, pois a indústria recicladora mais próxima está a mais de 1000 km de distância, no Recife (PE). 

Tudo isso tem feito da destinação ambientalmente adequada do vidro descartado em Jeri um desafio que exige uma visão integrada e colaborativa entre o ecossistema envolvido.

“O vidro é um material permanente, inerte e infinitamente reciclável. A principal barreira para que continue sua jornada circular na cadeia é conseguir com que ele chegue em boas condições até nossas fábricas. Através da responsabilidade compartilhada e união de esforços entre diferentes atores, estamos comprometidos em buscar soluções para tornar possível e viável que o vidro consumido em destinos paradisíacos e com longas distâncias de fábricas não acabe seu ciclo de vida de forma precoce, e possa se tornar uma nova garrafa, diminuindo a necessidade de extração de matéria-prima virgem”, comenta Alexandre Macário, gerente de economia circular da Owens-Illinois. 

Agora, os esforços do Grupo HEINEKEN, Recicleiros e O-I estão voltados para o estabelecimento de uma solução para que o retorno desse material para a cadeia produtiva seja feito de maneira permanente e definitiva. A expectativa é que sejam realizados investimentos em infraestrutura e processos otimizados, além da garantia de compra do vidro para que seja transformado em novas embalagens e garanta assim a economia circular do material com  impacto social.

“Essa estruturação trará eficiência operacional e redução de custo na logística da recuperação do vidro na vila”, comenta Erich Burger, fundador e diretor institucional de Recicleiros.

Jeri e o Programa Recicleiros Cidades

A Vila de Jericoacoara foi o território piloto do Programa Recicleiros Cidades, iniciativa estruturante em coleta seletiva e reciclagem inclusiva, focada na geração de adicionalidade nos municípios brasileiros e viabilizada pelo conceito de Massa Futura – posteriormente regulamentado pelo decreto federal 11.413/23.

“Estamos gratos a equipe inteira envolvida junto à Cooperativa. Geramos hoje em torno de 75 toneladas/mês de vidro e ele se acumula muito rápido. A retirada constante desse material é de extrema importância para a preservação de Jeri e para a renda dos cooperados”, enfatiza Edicarlos Araújo, presidente da Cooperativa de Catadores de Jericoacoara.

Atualmente, o município conta com uma Lei Municipal de Coleta Seletiva, um sistema de cadastramento e fiscalização de grandes geradores e uma unidade de triagem equipada, com processos produtivos definidos e catadores treinados para operação e gestão.

 

Recicleiros fecha parcerias para promover mudança de comportamento para reciclagem

O Brasil recicla hoje apenas 4% de seus resíduos sólidos, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Esse percentual está muito aquém dos 16% vistos em países como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, cuja faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico são semelhantes, conforme dados da International Solid Waste Association (ISWA).

Fato é que esse baixo índice de materiais que voltam para a cadeia produtiva nas indústrias passa diretamente pelos hábitos arraigados dos brasileiros, que ainda misturam orgânicos com materiais recicláveis, e pouco destinam seus resíduos para a coleta seletiva. Portanto, sem dúvida, é preciso avançar de forma significativa na mudança de comportamento dos cidadãos, sobretudo no que diz respeito à reciclagem. 

Dentro deste cenário, o Instituto Recicleiros, ciente de sua vocação laboratorial e alinhado com seu compromisso com a sociedade brasileira, tem testado novos caminhos para facilitar a educação ambiental e contribuir para a expansão perene e gradual da coleta seletiva e reciclagem no país. Por isso, tem trabalhado em parceria com outras instituições comprometidas com o mesmo propósito: a mudança de comportamento das pessoas em benefício da reciclagem.

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Hoje, Recicleiros desenvolve atividades junto a outras duas instituições que servem a essa mesma causa: Delterra e Espaço Urbano. O objetivo é unir esforços, trocar experiências práticas e insights, e testar em uníssono novas possibilidades, a fim de fomentar a cultura da reciclagem por meio de novos hábitos e atitudes.

“Estamos unindo esforços de olho na mudança de comportamento das pessoas, inclusive para aumentar o volume de massa de recicláveis dentro das cooperativas incubadas por Recicleiros, gerando mais renda para os cooperados. Delterra e Espaço Urbano estão fazendo trabalhos parecidos, então, por que não unir para potencializar os resultados?”, diz Luciana Ribeiro, analista de projetos do Instituto Recicleiros.

Duas parcerias e novos testes e abordagens

Cada parceria tem as suas particularidades e seus objetivos específicos, embora todos estejam alinhados com a mudança de comportamento. E cada uma funciona em um território diferente: Guaxupé (MG) e Piracaia (SP), todas cidades nas quais operam uma Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR) em fase de incubação por Recicleiros.

A união com Delterra tem como território base a cidade de Guaxupé (MG), e a proposta é desenhar um modelo de ação amparado na experiência do usuário. Isso envolve pesquisa de campo, testes, entrevistas presenciais e online para a criação de uma campanha de comunicação massiva em favor da reciclagem. 

Neste momento, o conceito criativo da campanha está pronto, e o passo seguinte é testar em um microterritório, que pode ser um bairro ou uma rota de coleta, para avaliar a efetividade e eventualmente adaptá-lo para que seja expandido em todo o município mineiro. Vale citar que Delterra e Recicleiros são apoiadas pela AEPW, Alliance to End Plastic Waste.

“É um prazer para a Delterra unir forças com um parceiro consagrado e apaixonado como a Recicleiros, temos tanto em comum. Através da troca de aprendizagens e experiências em mudança de comportamento e outras áreas relacionadas com a gestão de resíduos, a nossa esperança é encorajar a expansão deste tipo de projeto, que beneficia tanto o ambiente como as comunidades locais”, diz Federico Di Penta, Diretor Regional da América Latina.

Com relação a Espaço Urbano, que iniciou as ações no município de Piracaia (SP), a abordagem é diferente, vai por outro caminho, mas tem o mesmo fim: a mudança de comportamento. A metodologia testada é atrelar a reciclagem a assuntos diversos, utilizando a gamificação, ou seja, a partir de mecanismos e dinâmicas para motivar e, ao mesmo tempo, ensinar as pessoas de forma lúdica. Por exemplo, os munícipes são incentivados a doar seus recicláveis a fim de ajudar a causa animal – os materiais recicláveis valem ração para atender cães de rua.

Além disso, a Espaço Urbano não dialoga diretamente com os consumidores, mas trabalha junto a influenciadores sociais, como religiosos, líderes sociais, com a ideia que eles sejam multiplicadores da mensagem e possam impactar as pessoas que estão ao seu redor em favor da reciclagem. Assim, a organização não mobiliza pessoas, mas forma mobilizadores.

Criação de novos hábitos em Campo Largo

Em Campo Largo (PR), a startup so+ma, especializada em engajamento do consumidor, e tendo como base princípios da ciência comportamental e tecnologia, soma com o Instituto Recicleiros, mudando os hábitos dos cidadãos e trazendo mais volume e de qualidade para a unidade local do Recicleiros. 

Presente em quatro estados brasileiros, o programa so+ma vantagens reconhece as atitudes socioambientais do participante oferecendo benefícios e promovendo a economia circular na prática. A parceria com o Instituto Recicleiros se concretizou por meio da SIG, patrocinadora semente de Recicleiros, que oferece soluções para embalagens cartonadas assépticas, e grande apoiadora das duas organizações.

A ação em Campo Largo (PR), que tem também o apoio do Governo do Paraná e Prefeitura de Campo Largo, atua em duas frentes: com uma unidade de recebimento chamada casa so+ma e aprendizagem na prática em escolas. A casa so+ma é um ponto de recebimento onde os munícipes trocam seus recicláveis por pontos que podem ser convertidos em benefícios como alimentos, itens de higiene, cursos, entre outros produtos.

Em ação com escolas municipais, os alunos levam seus recicláveis, são cadastrados, acumulam créditos e podem trocar por materiais escolares, brinquedos, ingressos de cinema e vale-cultura.    

Todo o material recebido através do  programa so+ma vantagens é doado para a Recicla Campo Largo, cooperativa incubada pelo Instituto Recicleiros por meio do Programa Recicleiros Cidades. Em menos de doze meses, já foram quase 90 toneladas de recicláveis recebendo destinação correta através do programa com engajamento da população.

Em parceria com Instituto Heineken, Academia do Catador promove treinamento de consumo consciente de álcool para catadores

Com o objetivo de conscientizar catadoras e catadores de materiais recicláveis sobre o consumo consciente do álcool, o Instituto Recicleiros, por meio da Academia do Catador, promoveu um treinamento específico sobre o tema em parceria com o Instituto HEINEKEN. A jornada completa da Formação Técnica e Humana de Cooperativas de Reciclagem já foi aplicada em 12 cooperativas incubadas pelo Instituto Recicleiros. Ao todo, 248 catadoras e catadores de várias partes do país participaram do curso.

Com duração de 12 horas, o curso está divido em 3 módulos com temas e objetivos específicos: A sociedade e o consumo do álcool; Causas e efeitos do consumo do álcool; e Direcionamento e soluções. Junto à formação, os catadores e catadoras receberam uma cartilha desenvolvida em parceria com o Instituto HEINEKEN que trata da importância de beber com responsabilidade para viver melhor e mais feliz.

Discussões sobre temas que envolvem vida e trabalho

Para Kellen Sanches e Lusimar Guimarães, que fazem parte do time da Academia do Catador do Instituto Recicleiros, e responsáveis pelo desenvolvimento do curso e a preparação dos multiplicadores do conteúdo, abordar a questão do consumo de álcool para o público das cooperativas significa envolvê-los em um tema que afeta a vida pessoal e profissional.

“Levar o assunto para os cooperados e poder debater sobre ele de forma transparente, evitando qualquer viés moral, demonstrando que o consumo em excesso pode ser considerado uma doença, proporcionou que os grupos fizessem correlação com situações do dia a dia das famílias, das organizações”, conta Lusimar, gerente do Núcleo de Desenvolvimento do Catador (NDC).

Kellen complementa: “desenvolver esse curso, sem dúvida, foi um grande desafio, ainda mais quando pensamos em nosso público e toda a sua vulnerabilidade, e foi pensando nisso que optamos por transformar as falas e exemplos da forma mais leve possível. Sem dúvida, aí está o grande diferencial, falar de algo tão importante de forma única e exclusiva. Foi um grande prazer!”.

Treinamento estará disponível gratuitamente na Academia do Catador

Este treinamento será aplicado periodicamente para novos cooperados que ingressarem nas cooperativas incubadas por Recicleiros e, ainda no primeiro trimestre de 2024, estará disponível gratuitamente na Academia do Catador, plataforma online que será lançada com apoio do Instituto HEINEKEN, da SIG Group e Nestlé, e terá conteúdos formativos diversos para catadoras e catadores de todo o Brasil que atuam em cooperativas de reciclagem.

“O Instituto Heineken tem como objetivo oferecer capacitação, contribuir com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e empreendedoras, e com a geração de renda a catadores e catadoras, profissionais que muitas vezes são invisibilizados pela sociedade, mas que são essenciais para a cadeia da reciclagem no Brasil. Acreditamos que a transformação da sociedade por meio do equilíbrio é fundamental, e por isso investimos em iniciativas como a Academia do Catador, que fornece informações sobre o consumo responsável de álcool. Essa é uma ação importante para uma sociedade mais sustentável no longo prazo e para uma melhor relação das pessoas com nossos produtos”, afirma Vânia Guil, gerente executiva do Instituto HEINEKEN.

A visão das cooperadas

“Aprendi muitas coisas, como consumir álcool com responsabilidade, quando beber não dirigir como forma de respeitar a si e ao próximo, e da importância do consumo com moderação. O alcoolismo é muito perigoso, vivi isso com a minha família”, conta Doralice de Oliveira, da Recicla Piracaia (SP).

“O treinamento do Consumo Consciente de Álcool me ajudou. Entendi, por exemplo, a importância de estar alimentada para consumir minha cerveja, então hoje consigo me alimentar melhor e beber cerveja com mais consciência”, afirma Cleiciane Soares de Moura, da Recicla Caldas Novas (GO).

Conheça os 21 municípios classificados para a segunda fase da Seletiva 2024 do Programa Recicleiros Cidades

A “Seletiva 2024: Qualificar para Transformar”, promovida pela Academia Recicleiros do Gestor Público, encerrou a primeira fase neste mês de março e, assim, a lista dos municípios classificados para a próxima fase está consolidada.

Ao todo, foram 70 inscrições gerais em 14 estados brasileiros. Dessas, foram 21 inscrições oficiais de municípios. O Piauí, com cinco representantes, liderou a lista de estados com mais inscritos. Depois, aparecem Bahia e Rio Grande do Sul com quatro, Mato Grosso com três, Amazonas e Sergipe com dois e Maranhão com um.

Neste ano, vale lembrar, a Academia Recicleiros do Gestor Público está direcionando esforços na qualificação de municípios localizados em estados nos quais a logística reversa já foi regulamentada. São eles: Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Sul e Sergipe.

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Veja abaixo a lista de municípios classificados para a próxima fase da Seletiva 2024:

  • Itacoatiara (AM)
  • Manacapuru (AM)
  • Jaguaquara (BA)
  • Jaguarari (BA)
  • Senhor do Bonfim (BA)
  • Cruz das Almas (BA)
  • Paço do Lumiar (MA)
  • Cáceres (MT)
  • Poconé (MT)
  • Paranatinga (MT)
  • Cocal de Telha (PI)
  • Floriano (PI)
  • Porto Alegre do Piauí (PI)
  • Queimada Nova (PI)
  • Uruçuí (PI)
  • Charqueadas (RS)
  • Dom Pedrito (RS)
  • Gramado (RS)
  • Montenegro (RS)
  • Estância (SE)
  • São Cristóvão (SE)

A segunda fase da Seletiva 2024, que acontece até meados de abril, envolve a qualificação desses territórios. Nesse período, os gestores públicos deverão percorrer a Trilha do Conhecimento na Plataforma on-line da Academia Recicleiros do Gestor Público, assistir as Mentorias Técnicas e participar dos plantões de dúvidas com especialistas.

Ao final deste processo, os municípios aptos e mais engajados e comprometidos com a causa socioambiental serão convidados a participar de rodadas de consultorias exclusivas com especialistas Recicleiros, além de concorrerem a uma vaga no Programa Recicleiros Cidades.

“A Seletiva 2024 teve seu foco em estados importantes para Recicleiros. Não apenas pela necessidade de implantarmos unidades produtivas, mas também pela nossa missão estatutária: de levar nosso conhecimento acumulado ao longo de quase duas décadas de atuação, para que o municípios possam implementar suas políticas públicas de coleta seletiva de reciclagem, com ou sem aporte de recursos do Instituto. Nosso objetivo é o de estar presente nesses territórios”, afirma Cezar Augusto, gerente da Academia Recicleiros do Gestor Público.

Vale ressaltar que os municípios cuja população na região urbana esteja entre 32,5 mil e 200 mil habitantes, estão aptos a integrarem o Programa Recicleiros Cidades e podem receber até R$ 5 milhões que são investidos em soluções para implementação da reciclagem inclusiva, como infraestrutura, gestão, assessoria técnica, comunicação e muito mais.

Encontro inédito de líderes de cooperativas de reciclagem promove novos conhecimentos e troca de experiências entre os catadores

Pela primeira vez, os líderes das cooperativas de reciclagem participantes do Programa Recicleiros Cidades de todo o Brasil se encontraram em um grande evento apoiado pela Nestlé, patrocinadora da Academia do Catador. 

O 1º Encontro de Lideranças das Cooperativas, que ocorreu nos dias 11 e 12 de março, em Curitiba (PR), reuniu 26 cooperadas e cooperados de 13 cooperativas, além de representantes de Recicleiros e da Nestlé.

O objetivo do encontro inédito era aproximar os líderes, fortalecer vínculos entre as pessoas e proporcionar um tempo saudável e produtivo de trocas e aprendizados. Por meio de vivências e palestras, o evento abordou o perfil atual do líder e as competências necessárias para a posição, especialmente no contexto do cooperativismo. 

“Foi um prazer estar nesse evento junto com Recicleiros, parceiro desde 2020. A ideia era trazer a experiência da viagem por meio da promoção ‘Viajar faz bem’ para os cooperados, além de unir conhecimentos com lideranças de diferentes locais. Foram várias discussões muito enriquecedoras, trocas positivas, alinhamento de conhecimentos e conceitos. O ponto alto do encontro foi a dinâmica de troca, em que o cooperado levava uma qualidade como contribuição e recebia outra. Foi incrível”, contou Tássia Vieira, coordenadora de sustentabilidade da Nestlé.

A representante da Nestlé contou um pouco mais no evento sobre o projeto “Viajar faz bem”, ação da empresa que visa correlacionar o ato de viajar e conhecer novos lugares como forma de integração social, saúde e qualidade de vida.

Conexão e missão

Erich Burger, diretor institucional, e Rafael Henrique, diretor de operações do Instituto Recicleiros, também levaram uma palavra aos líderes das cooperativas. Os fundadores de Recicleiros ressaltaram sobre o propósito do Instituto quando falamos de desenvolvimento social e economia circular. E falaram também sobre a importância de selar compromissos mútuos para enfrentar os desafios atuais do Programa Recicleiros Cidades e para a efetividade do projeto. Por fim, eles lembraram que a missão de Recicleiros é contribuir para a inclusão social de catadores, e que a cooperativa de catadores é um importante ativo da comunidade local.

“Foi uma oportunidade única de interação e troca de experiências para a construção de uma visão mais transversal de lideranças”, comentou Erich.

Lusimar Guimarães Pereira, gerente do Núcleo de Desenvolvimento do Catador do Instituto Recicleiros, destacou que o evento era um sonho antigo da Academia do Catador, e lembrou que o encontro de lideranças é parte da formação profissional do grupo, realizado pela Academia do Catador, por meio do Programa de Formação Técnica e Humana de Cooperativas de Reciclagem. 

“Foi uma oportunidade de sintonizar o modelo de cultura organizacional desejada por Recicleiros, isto é, que as cooperativas sejam de fato um ambiente de cooperação e participação democrática; que a cooperativa compreenda que é uma engrenagem do sistema de coleta seletiva local, que fazem parte de uma política pública de alta relevância para a cidade”, afirmou Lusimar.  

Vale citar ainda as participações especiais de Roger Koeppl, diretor presidente da Yougreen Cooperativa, e de Paulo Henrique Corniani, consultor em processos de desenvolvimento humano, que levaram contribuições significativas para os líderes das cooperativas. 

Visita à Recicla Campo Largo e visões

No segundo dia, o grupo de lideranças visitou a cooperativa Recicla Campo Largo, que faz parte do Programa Recicleiros Cidades. No local, conheceram a planta produtiva, os processos e interagiram com os demais cooperados da planta. O ambiente estava descontraído, em clima de dia especial. Trocaram experiências sobre seus processos produtivos e as peculiaridades de cada território. Inclusive, criaram um grupo online para continuarem em contato após o encontro. 

“Foi maravilhoso, aprendi em cada experiência, estou tendo uma nova visão. Vou levar para todos em Caldas Novas que cooperativa é união, não é só pelo trabalho. Precisamos de respeito e diálogo. Em cada momento aprendi um pouco, adorei”, relatou Iolanda Aparecida De Teixeira, presidente da Recicla Caldas Novas.

“Foi um prazer ter recebido esse convite e estar com o pessoal das cooperativas espalhadas Brasil afora. Foi uma experiência incrível poder dividir opiniões e conversar sobre os desafios das cooperativas e como podemos resolvê-los. Estou muito agradecida por ter conhecido essa galera toda e orgulhosa de representar a Recicla Serra Talhada”, elogiou Claudia Pereira de Sousa, presidente da cooperativa pernambucana.

“Estou levando experiência e conhecimento e não só para mim, porque vou transmitir para todos os cooperados. É tudo novo e foi tudo muito bom. Foi importante ver que a experiência das outras cooperativas podem agregar para nós, e que nós também podemos acrescentar na experiência deles. Temos muito o que ensinar e aprender”, enfatizou Gabriele da Rocha Ferreira, mobilizadora da Recicla São José do Rio Pardo.

Sem dúvida, foi um encontro de grande impacto social. Agradecemos à Nestlé por apoiar este evento marcante não apenas nas vidas dos catadores, mas também no futuro das organizações nas quais estas pessoas são líderes.

“Não estamos sós”, foi a síntese declarada pelo grupo ao final do encontro. É por isso que Recicleiros acredita em um futuro mais coletivo e cooperativo. 

 

Recicleiros cria Protocolos de Manutenção de Máquinas e Equipamentos e de Saúde e Segurança do Trabalho voltada a catadores

O Instituto Recicleiros deu um importante passo para melhorar os processos técnicos de cooperativas de materiais recicláveis e, ao mesmo tempo, proporcionar mais segurança e bem-estar às catadoras e aos catadores de todo o Brasil. 

Após meses de intenso trabalho, Recicleiros concluiu dois novos e importantes instrumentos de atuação profissional: Protocolo de Manutenção de Máquinas e Equipamentos e Protocolo de Saúde e Segurança do Trabalho. Importante dizer que essa instrumental servirá às operações das Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs) incubadas pelo Instituto Recicleiros e, também, a outras organizações de catadores de todo o Brasil, já que se trata de conteúdo livre e gratuito disponibilizado pela Academia Recicleiros do Catador.

Em linhas gerais, trata-se de protocolos completos formados por um conjunto de manuais, checklists e materiais de treinamento. Juntos, têm como objetivo treinar, formar e instrumentalizar catadoras e catadores para que possam lidar com essas duas importantes questões, ambas fundamentais para o dia a dia de trabalho das operações que têm como premissa serem funcionais e saudáveis, tanto do ponto de vista humano quanto da gestão do empreendimento em si.

Capacitação técnica para cuidar da infraestrutura de trabalho

“Estamos priorizando o atendimento às operações e, por isso, por meio do Núcleo de Desenvolvimento do Catador, criamos um treinamento completo para dar suporte às áreas operacionais. Criamos dois blocos de materiais audiovisuais, um para os multiplicadores e outro para cooperados”, comenta Roberto Pimenta, Coordenador de Infraestrutura do Instituto Recicleiros.

O plano de manutenção elaborado por Recicleiros, que incorpora conhecimentos básicos de elétrica, mecânica e segurança do trabalho, basicamente vai formar as catadoras e catadores para que eles mesmos possam cuidar dos aspectos essenciais da manutenção de máquinas, além da manutenção das instalações, infraestrutura civil e predial. E, também, quando for o caso, poder acompanhar serviços externos com o máximo qualidade e propriedade. 

“O treinamento está formando os catadores para que eles façam manutenção preventiva regularmente na cooperativa contando ou não com mão de obra de terceiros. A ideia é que alguns serviços eles mesmos executem, como limpeza, ajustes, lubrificação. E, no caso de serviços que precisam de terceiros, estão sendo preparados para avaliar e saber fazer o acompanhamento correto. Esse trabalho é fundamental para eles terem essa autonomia e esse conhecimento, sobretudo quando houver a emancipação da cooperativa”, explica Jonathan Stabolaitz, Técnico de Manutenção do Instituto Recicleiros.

Os benefícios da ação para as Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs):

  • Segurança e saúde
  • Ambiente limpo e organizado
  • Eficiência na produção
  • Redução de falhas e aumento da vida útil dos equipamentos 
  • Bem-estar financeiro da cooperativa

“Estamos fazendo isso junto com eles para dar autonomia. O foco da área de infraestrutura é garantir que as unidades tenham capacidade para atender o aumento previsto das demandas, dentro do padrão Recicleiros de qualidade. É isso o que estamos fazendo neste momento”, acrescenta Renato Sobrinho, Gerente de Serviços Técnicos do Instituto Recicleiros. 

Um outro ponto interessante desse novo protocolo de manutenção é o olhar mais amplo da manutenção. A partir dessa sistematização, é possível ter uma radiografia mais clara do que está acontecendo em cada UPMR, o que nos permite, por conta dos dados coletados, fazer comparações e tomar decisões estratégicas para a boa gestão do Instituto Recicleiros.

Saúde e Segurança do Trabalho para todos os cooperados

Esse trabalho começou com uma consultoria nas UPMRs e, a partir dos laudos gerados, criou-se um plano de ação. Entre os treinamentos pautados por Recicleiros estão brigada de incêndio, primeiros socorros, uso de EPIs, armazenamento e transporte de materiais, ginástica laboral, entre muitos outros que ainda estão por vir. 

Uma outra ação nesse sentido é a criação de um Grupo de Segurança, por meio do qual os cooperados poderão multiplicar os conhecimentos relacionados à saúde e à segurança do trabalho. 

“Levamos esses conhecimentos para a vida. Vemos segurança do trabalho em todo o lugar, isso é importante porque acaba mudando a nossa visão, criando essa cultura prevencionista de segurança. A minha ideia é que eles se sintam acolhidos e cuidados. É muito importante que todos os cooperados tenham um ambiente seguro e saudável no trabalho e que retornem em segurança para suas casas no final do dia”, conclui Michele Almeida, Analista de Saúde e Segurança do Trabalho, que há 10 anos trabalha junto a cooperativas.

O resultado das ações

João Vitor da Silva Lima, cooperado da Recicla Serra Talhada, conta como foi vivenciar essa jornada de aprendizado e os benefícios que essas experiências trouxeram.

“A proposta é, principalmente, nossa segurança, e que pudéssemos manter ao máximo a vida útil dos nossos equipamentos, através de checklist, manutenções semanais, mensais e anuais. Todos os treinamentos, tanto teórico quanto prático, hoje servem justamente para prevenir acidentes e cuidar dos equipamentos”, diz João Vitor.

“O que posso dizer com toda certeza é que todo o conhecimento que foi passado levarei para a vida toda, mudou minha visão em relação ao trabalho. Sou grato a Recicleiros por me darem essa visão. Hoje trabalho com segurança e saúde”, encerra.

A voz dos cooperados #2: o que dizem os catadores que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades

O Programa Recicleiros Cidades faz a diferença no município, uma vez que ajuda a estruturar um sistema inteligente de coleta seletiva e reciclagem do zero. Assim, contribui para a limpeza urbana, além de atuar na preservação dos recursos naturais e do meio ambiente.

Outro ponto tão importante é a transformação de vidas de pessoas em situação de vulnerabilidade – muitos que até então já atuavam como catadores de materiais recicláveis. Ou seja, a atuação é socioambiental.

Com a criação de uma cooperativa de reciclagem na cidade, esses profissionais passam a integrar uma Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR) e garantem, todos os meses, a uma renda digna, condições adequadas de trabalho e extensa formação, com capacitação técnica e humana.

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Confira alguns depoimentos de cooperados que estão dentro das cooperativas incubadas pelo Instituto Recicleiros.

“Eu era catadora da rua, trabalhava me arriscando sem ter luva, sapato, nada que me protegesse. Passava muita necessidade com meus filhos, morava em um quartinho, dormindo todos no chão porque não tinha espaço para nenhuma cama, mas graças a Deus hoje tenho outra vida. Trabalho com EPI, tenho segurança e condições de oferecer uma vida melhor para meus filhos. Hoje, pago aluguel de uma casa, faço feira, compro as coisinhas deles e tô terminando de pagar as camas. Se Deus quiser, o próximo passo é comprar o guarda-roupa. Com meu trabalho tenho a certeza de que aos poucos vou conseguir dar uma vida cada dia mais saudável, confortável e segura para meus tesouros, que crio sozinha. Agradeço todos os dias a Deus por essa oportunidade na minha vida e torço para que quem trabalhava como eu sem nenhuma esperança de melhorar de vida, tenha uma chance dessa de ter a vida transformada como a minha e de minha família”.

Maria Aparecida, 36 anos, Recicla Serra Talhada.

“Entrei na cooperativa como diretor financeiro e atualmente estou como presidente. Estou na Recicla Caçador desde o início, cerca de 1 ano e meio. O que mudou na minha vida? Consegui abrir um negócio próprio, voltei a estudar. Tem alguns cursos que fiz dentro da cooperativa e que eu não conseguiria fazer. O estudo tem feito muito bem para mim. Além dos benefícios que a cooperativa tem, como o horário, eu consigo ir à escola e não é tão cansativo como em outros lugares”.

Luiz Eduardo Malaquias, 23 anos, Recicla Caçador.

“Até entrar na cooperativa eu não fazia nada, só ficava em casa. Mudou muita coisa e pra melhor. Primeiramente, mudou minha autoestima, segundo a minha independência financeira. Graças a Deus, hoje, posso dizer que vivo bem. Realizei o sonho de comprar minha moto e agora estou construindo minha casa.  Graças à cooperativa estou realizando o meu sonho. Aqui foi ensinado muita coisa, como operação de máquinas, esteira, computador, voltei a estudar, o que é muito bom. Nunca tive vontade de estudar, e através da cooperativa, recebi inspiração. Aprendi demais, como paciência e a lidar com pessoas”.

Elizabeth Dantas de Souza, 43 anos, Recicla Cajazeiras.

Estou na cooperativa há quase 1 ano e hoje exerço o cargo de diretor administrativo. Antes, trabalhava como ajudante de pedreiro. Não era fixo, mas me ajudava muito, porque precisava dessa renda para auxiliar em casa, apesar de ser bem desgastante. Quando surgiu a oportunidade na cooperativa, não pensei duas vezes. Sabia que era um compromisso muito grande e uma experiência nova para mim. Agradeço ao Instituto Recicleiros, pois estão me ajudando muito, não só a mim, mas a todos que trabalham aqui na cooperativa. Antes, não conseguia pagar o INSS. Mais: já comecei a pagar a minha Carteira Nacional de Habilitação, hoje consigo ajudar em casa, posso pagar minhas contas sem depender de ninguém. Fora a experiência. Me tornei uma pessoa mais séria e comprometida tanto pessoal quanto profissional. Pretendo estudar mais para buscar conhecimento para minha vida, fazer cursos profissionalizantes na área. Só agradecer ao Instituto Recicleiros, que me ajuda nessa minha trajetória”.

Andrei Junior Barbosa de Oliveira, 19 anos, Recicla Garça.

Atualmente, mais de 300 cooperados em 14 municípios brasileiros são diretamente beneficiados com o Programa Recicleiros Cidades.

A voz dos cooperados #1: o impacto social proporcionado pelo Programa Recicleiros Cidades

O Programa Recicleiros Cidades muda a história do município ao estruturar do zero um sistema inteligente de coleta seletiva e reciclagem, contribuindo para a limpeza urbana, além de preservar o meio ambiente e os recursos naturais. 

Ao mesmo tempo, transforma a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade – muitos que até então já atuavam como catadores de materiais recicláveis. Com a criação de uma cooperativa de reciclagem na cidade, esses profissionais agora integram uma Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR) e passam a ter acesso, todos os meses, a uma renda digna, condições adequadas de trabalho e extensa formação, com capacitação técnica e humana.

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Veja alguns depoimentos de cooperados que atuam nas cooperativas estruturadas e incubadas pelo Instituto Recicleiros.

“A cooperativa me ajudou bastante com a chance de cursar a faculdade de Farmácia na Univértix, de poder ter uma renda para que eu consiga fazer os meus projetos, realizar meus sonhos e avançar. Também, de chegar ao final de semana e ter algum dinheiro no bolso, de correr atrás das coisas que eu planejava. Por isso, agradeço pela oportunidade, pois hoje em dia está tão difícil conseguir alguma forma de ter uma renda e a Cooperativa Recicla Três Rios me ajudou com isso”.

Messias Neves Marques, 26 anos, Recicla Três Rios.

“Estava desempregada. Estou aqui há quase 2 anos. Para mim mudou tudo. Recebo minha remuneração e consigo fazer planos. Hoje tenho minha independência financeira, vou ao mercado e compro o que eu quiser. E consegui pagar o tratamento do meu filho, que está recuperado. Foi a minha maior vitória. Tenho muitos aprendizados socialmente falando. Comunicativa eu já era e fiquei ainda melhor. Quando chego nos lugares para falar da cooperativa, consigo falar bem. Gostei também dos cursos que realizei sobre a cooperativa, de marketing, saúde, educação financeira, nutricionista, psicólogo… Só tenho a agradecer Recicleiros por ter me proporcionado esse trabalho, que veio na hora certa. Estava com alguns problemas, mas vim trabalhar e aqui estou eu. É bom demais!”

Francilene Marinheiro, 41 anos, Recicla Cajazeiras.

“Aprendi muitas funções para a minha vida e carreira profissional. Infelizmente, nos últimos empregos, fiquei apenas três meses. Aqui, já estou há sete meses, é o lugar onde estou trabalhando por mais tempo, atuando como assistente administrativo. Além disso, foi o único local que me aceitou do jeito que sou. Estou pensando em fazer faculdade de Análise de Sistemas ou Programação, visando crescer ainda mais na minha vida. Só tenho a agradecer pela oportunidade de estar trabalhando aqui, pois evolui tanto profissionalmente quanto pessoalmente, sou muito feliz aqui”.

Alex Santana, 30 anos, Recicla Piracaia.

“A experiência na Recicla Campo Largo foi uma parte muito importante da história que eu tô construindo na cidade. Sou da Bahia e as relações que eu desenvolvi na cooperativa foram as primeiras que fiz na cidade nova, com pessoas que me acompanham e torcem pelo meu sucesso. A Cleusa, a Dayane, a Adriana, o Alisson e a Dona Suzely, minha mãe, são pessoas de extrema importância para mim. Pude conhecer também o Rafa, o Erich, o Marciano e a Andréia, de Recicleiros, que acabaram agregando ainda mais e por quem vou sempre ser agradecido. Foi através do Rafa, inclusive, que cheguei à empresa onde trabalho hoje – SIG Group. Ele que enxergou meu talento e a possibilidade, que me levaram ao lugar certo na hora certa. Minha vida não seria a mesma sem ter conhecido a Recicla Campo Largo e eu serei grato eternamente à minha mãe por ter me levado até lá e a todas as pessoas que foram trazidas 'no balaio’”.

Thiago Ramos de Souza, 24 anos, ex-cooperado da Recicla Campo Largo e atualmente estagiário de comunicação na SIG Brasil.

Hoje, mais de 300 cooperados em 14 municípios brasileiros são diretamente beneficiados com o Programa Recicleiros Cidades.

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