Recicleiros e USP firmam acordo de cooperação na área de pesquisas científicas

O Instituto Recicleiros e a Universidade de São Paulo (USP) firmaram um acordo de cooperação de pesquisa e outras atividades técnicas relacionadas às duas instituições. A parceria inédita envolve a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), por meio do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos (NEPER), e a expectativa é unir experiências teóricas e práticas, a fim de gerar conhecimento aplicável à sociedade.

O acordo prevê caminhos de interação entre as partes capazes de fortalecer a universidade e a organização socioambiental. Por exemplo, contemplam ações como a elaboração conjunta de projetos de pesquisa; a organização de eventos científicos e técnicos; intercâmbio de membros da equipe técnico-administrativa; intercâmbio de informações e publicações técnicas e científicas; elaboração e aplicação de questionários e entrevistas; e levantamento de estudos de caso.

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A interação com o Neper vai fortalecer ainda mais o Vox Lab, iniciativa do Instituto Recicleiros que promove pesquisas de comportamento para reciclagem em diversos formatos. Através de ciclos de pesquisa, o Vox Lab, que tem a SIG como apoiadora, busca entender o comportamento e o nível de conhecimento dos moradores dos municípios que integram o Programa Recicleiros Cidades sobre os processos da reciclagem. Além disso, aborda quais fatores, hábitos, influências e estímulos interferem nestas ações.

“Gestão compartilhada se faz com redes de apoio e conexão, e a academia não pode ficar de fora. A Universidade tem de estar no debate e promover atividades práticas, beneficiando toda a sociedade. Por isso, desde 2021, quando pensamos em materializar o Recicleiros Lab, tínhamos como meta estabelecer uma parceria tão importante como essa que fechamos, um Acordo de Cooperação com uma das instituições mais respeitadas da América Latina”, comenta Mônica Alves, Pesquisadora do Instituto Recicleiros.

“A parceria com Recicleiros foi recebida por toda equipe com muito entusiasmo, já conhecíamos o trabalho do Instituto e gostamos muito da ideia de poder contribuir com estas ações. O NEPER acredita que as melhorias na área de resíduos sólidos passam pela formação de profissionais, desenvolvimento de pesquisas e conexões com profissionais que atuam e conhecem o dia a dia do gerenciamento de resíduos. Acreditamos que bons frutos surgirão desse acordo”, diz Ana Teresa, mestranda na EESC-USP e integrante do NEPER.

União entre teoria e prática, e um legado para a sociedade brasileira

A interação entre Recicleiros e NEPER já começou e alguns projetos estão em andamento. Por exemplo, membros do NEPER estiveram em uma visita técnica na cooperativa Recicla Guaxupé, incubada por Recicleiros, e estão analisando a ampla pesquisa Vox Lab, realizada pelo núcleo de Pesquisa da organização socioambiental, a fim de que possam contribuir com um olhar acadêmico. 

Além disso, um mestrando da USP está iniciando uma pesquisa de campo em uma cooperativa de reciclagem. A proposta é analisar o rejeito sob a ótica do reaproveitamento energético. Esse conhecimento vai deixar um legado de conhecimento acessível, e que poderá ser replicável para outros territórios.

Por outro lado, a Recicleiros participou de uma aula do curso de Engenharia Ambiental, compartilhando sua experiência de anos acumulada no campo, dentro do Programa Recicleiros Cidades. E também estará presente no IX Simpósio Sobre Resíduos Sólidos que acontecerá em 2025 e é organizado pelo NEPER. E isso é apenas o começo. Há um enorme potencial de união a ser explorado.

De acordo com Mônica, existe a intenção de fazer trabalhos conjuntos com mestrandos e doutorandos da USP. Os pesquisadores podem chegar com uma proposta de estudo, e podem pesquisar dentro da realidade Recicleiros. Ao mesmo tempo, Recicleiros pode propor linhas de pesquisa. É tudo bem dinâmico.

Recicleiros tem muito a celebrar com essa parceria, que se estenderá a toda a sociedade, como sempre se propõe. “O NEPER tem uma grande riqueza para compartilhar. Eles são consultados por necessidades que temos, com referências e pesquisas. Esse arcabouço aliado com o laboratório vivo que somos vai ao encontro da popularização da ciência. Além disso, tem a aplicabilidade da pesquisa, já que tanto a USP quanto Recicleiros têm campo disponível para tal”, diz Luciana Ribeiro, Analista de Projetos que integra o time de Pesquisa do Instituto Recicleiros.

“Vamos gerar conhecimento com rigor acadêmico, que vai retornar para a sociedade, com métodos que podem ser replicados. Não podemos estar em todos os lugares, mas nosso conhecimento com método a gente consegue compartilhar. Esse é um legado que vamos deixar com essa parceria”, celebra Mônica.

Em parceria com Recicleiros e Recicla Campo Largo, So+ma inaugura novo Ponto de Entrega Voluntária (PEV) de recicláveis no Paraná

A So+ma inaugurou recentemente uma nova unidade da Casa So+ma, um Ponto de Entrega Voluntária (PEV) de materiais recicláveis, onde a população pode trocá-los por benefícios. A abertura da unidade em Ferraria, em uma Área de Proteção Ambiental em Campo Largo (PR), reforça a parceria com o Instituto Recicleiros, promovendo benefícios socioambientais para a cidade e para os cooperados da Recicla Campo Largo.

O evento de inauguração contou com a presença do prefeito, Mauricio Rivabem, do secretário de meio ambiente, Thiago Teixeira, da CEO da So+ma, Claudia Pires, da gerente de sustentabilidade da SIG Group na América do Sul, Isabela de Marchi, da presidente da cooperativa Recicla Campo Largo, Daiane Ziebarth, e da líder local do Instituto Recicleiros, Franciele Ortis.

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Recicla Campo Largo recebe e processa os materiais 

A nova Casa So+ma se junta à unidade já existente no centro da cidade (CIOSP), fortalecendo a política de reciclagem local e incentivando o consumo consciente. Todo o material recebido nos espaços é encaminhado para a cooperativa Recicla Campo Largo, incubada pelo Instituto Recicleiros, conforme Acordo de Cooperação.

“Ao vivenciarmos o aumento da quantidade de material que a cooperativa recebe e recicla, vemos crescer a importância dessa parceria para nós que recebemos, pois é garantia de renda aos cooperados. E o projeto proporciona recebermos material limpo, sem porcentagem de rejeito, o que demonstra conscientização. Esperamos que o volume da unidade na Ferraria seja tão grande como é na unidade do centro”, diz Daiane Ziebarth, presidente da cooperativa Recicla Campo Largo.

Hoje, cerca de 10 toneladas de materiais são recolhidos na Casa So+ma do Centro por mês e, com a abertura do novo espaço, a expectativa é ampliar ainda mais esse volume de recicláveis.

“Nossa empresa é situada na cidade, então muitos funcionários nossos são daqui, e buscamos ser uma empresa de impacto positivo. Colocamos muitas embalagens no mercado, então entendemos como nossa responsabilidade também cuidar desse ciclo, do desafio ambiental. Buscamos uma cadeia que opere de forma ética e sustentável, e quando temos parcerias da sociedade civil, dos governos e da iniciativa privada temos visto que funciona, como esse projeto que é o nosso case de maior sucesso”, diz Isabela De Marchi, gerente de sustentabilidade da SIG Group na América do Sul, patrocinador do projeto Casa So+ma, e patrocinador semente do Instituto Recicleiros.

Na ocasião, o prefeito enalteceu a parceria para a abertura da nova unidade. “Todas as entidades parceiras aqui têm o compromisso de cumprir seu papel, especialmente com a logística reversa. Agradecemos por esse programa - que é um orgulho - pelo incentivo, pelo exemplo que as pessoas precisam, pela geração de emprego, por fechar um ciclo positivo de fomento. Quando a Casa so+ma chegou em Campo Largo lembro das pessoas perguntando: o que é aquela ‘caixa amarela’? E hoje virou cartão postal”. 

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Thiago Teixeira, Campo Largo investe, atualmente, cerca de R$ 1 milhão só na coleta de resíduos recicláveis. “Mas é claro que podemos avançar muito mais. E uma das maneiras é com a Casa So+ma, um jeito de estarmos próximos da comunidade, instigando as pessoas a adotarem o hábito da reciclagem, a participarem com frequência. Agradeço aos nossos parceiros pelo desenrolar dessa bela caminhada”, completou.

Durante o evento de inauguração, foi anunciado que, em breve, acontecerá a abertura da terceira unidade da Casa So+ma em Campo Largo, desta vez no Itaqui.

Como funciona o programa So+ma vantagens

O programa So+ma vantagens é gratuito, funciona em um contêiner amarelo onde a população entrega materiais recicláveis e troca por pontos. Esses pontos podem ser trocados por diferentes tipos de benefícios (físicos ou digitais), como cursos profissionalizantes, ingressos para cinema, desconto em compras online de sites parceiros, troca por produtos básicos como mantimentos e itens de higiene pessoal, possibilidade de transferir doações para ONGs locais, entre outros.

Cada Casa So+ma conta com um atendente que auxilia na pesagem dos materiais, bem como computa os pontos. Na Ferraria, a atendente será Suzely Ramos, da cooperativa Recicla Campo Largo.

Fotos: Thiago Ramos de Souza/SIG

Campanha de reciclagem Separa+ expande ações de conscientização em território do Programa Recicleiros Cidades

A campanha Separa+, que promove ações de comunicação e conscientização junto à população de Guaxupé (MG), território que conta com o Programa Recicleiros Cidades, entra em uma nova fase. Neste mês, promotores do Separa+, cooperados da Recicla Guaxupé e Agentes de Saúde do município estão visitando moradores e comerciantes para conscientizar, orientar e esclarecer possíveis dúvidas sobre a separação de recicláveis – plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha.

O Separa+ é uma iniciativa conjunta entre a cooperativa Recicla Guaxupé, a ONG Delterra, o Instituto Recicleiros e a Prefeitura de Guaxupé, que visa promover uma mudança de comportamento na população em relação à reciclagem.

Essa expansão do Separa+ passa pelo acordo entre Recicleiros e Delterra em Guaxupé (MG), visando a mudança de comportamento da população. A ideia da parceria é aplicar as experiências exitosas da Delterra nos seus projetos no exterior, e testar o desempenho da estratégia pela primeira vez no Brasil, considerando o potencial de um território adequado, com estrutura exemplar, como Guaxupé.

“Temos posicionado o Programa Recicleiros Cidades como um grande laboratório de práticas que possam ajudar o Brasil a elevar seus índices de reciclagem”, afirma Erich Burger, Diretor Institucional do Instituto Recicleiros.

Novos hábitos socioambientais

Desde maio deste ano, a equipe do Programa Separa+ vem trabalhando para que os moradores adquiram novos hábitos de reciclagem, mostrando que, ao separarem o lixo para a reciclagem dentro de casa, estão contribuindo não só com o meio ambiente e para a limpeza e sustentabilidade de Guaxupé, mas também colaborando com a renda das famílias dos cooperados que vivem da reciclagem.

Durante as visitas, além de orientações sobre os tipos de materiais recicláveis e como separá-los corretamente, os moradores recebem um calendário de coleta, no qual podem marcar o dia em que o caminhão da reciclagem passa por seu bairro. O calendário também inclui um QR code que permite acesso, via WhatsApp, ao canal oficial do projeto Separa+, onde os moradores podem tirar dúvidas, obter informações sobre os dias e horários de coleta e conhecer mais sobre o trabalho da cooperativa Recicla Guaxupé.

As equipes de campo também estão visitando os comércios dos bairros e da região central da cidade para informar sobre os materiais recicláveis e a coleta seletiva. Além disso, os times de comunicação incentivam os comerciantes a colaborar com a campanha, permitindo a exibição de cartazes informativos.

“O serviço de coleta seletiva está bastante avançado em Guaxupé, mas a população ainda está incorporando este novo hábito às suas rotinas. A comunicação precisa ser constante, e é preciso responder às dúvidas e dificuldades de quem ainda não aderiu à reciclagem, por isso as visitas porta a porta são tão importantes” diz Luciana Ribeiro, representante do Instituto Recicleiros.

Além das visitas promovidas pela campanha Separa+, os guaxupeanos também estão sendo impactados por outros meios de comunicação, como rádios, jornais, ônibus circulares e redes sociais.

Recicleiros e BNDES fecham parceria para investir em infraestrutura e capacitação de catadores

O Instituto Recicleiros e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fecharam uma parceria inédita para investir em infraestrutura e capacitação de catadoras e catadores de materiais recicláveis. 

O BNDES Fundo Socioambiental injetará recursos na estruturação de cooperativas de catadores. Já Recicleiros investirá em máquinas e equipamentos das cooperativas de catadores, além de desenvolvimento e capacitação técnica de catadores que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades. 

Os recursos somados chegam a um total de R$ 19 milhões, que serão utilizados ao longo dos próximos 5 anos. A expectativa é um aumento de 40% no número de postos de trabalho gerados e alcançar a marca de 545 vagas para atuação dos cooperados, com trabalho e renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

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“Canalizar recursos para implementar infraestrutura e qualificar os processos será determinante para construir o futuro da reciclagem no Brasil. A reciclagem a partir de mecanismos sociais de trabalho, como as cooperativas de catadores, é não só a história mais bonita a ser contada, mas também a solução mais eficiente e competitiva para alavancar os índices de reciclagem no país”, comenta Erich Burger, diretor e fundador do Instituto Recicleiros.

Segundo a diretora Socioambiental, Tereza Campello, o BNDES retomou seu papel histórico de apoio às cooperativas de materiais recicláveis, buscando articulação institucional e alinhamento às políticas públicas. 

“O projeto vai proporcionar maiores oportunidades de geração de renda para os catadores e contribuir para estruturação da coleta seletiva nos municípios selecionados, em parceria com o poder público local, possibilitando inclusão social e produtiva dos catadores e contribuindo para a redução das desigualdades sociais”, explica.

Destinação dos investimentos

Com relação à capacitação, os recursos do BNDES Fundo Socioambiental visam ao desenvolvimento de habilidades de operação, gestão e governança das cooperativas de catadores e, também, ao fortalecimento da infraestrutura operacional, com promoção de maior eficiência, segurança e competitividade das organizações gerenciadas pelos catadores de recicláveis. 

No que diz respeito aos investimentos fixos, há previsão de aquisição de máquinas e equipamentos para implantação de três novas cooperativas de reciclagem em diferentes partes do Brasil, e incrementar as operações de 10 das 12 plantas já existentes de Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs) que integram o Programa Recicleiros Cidades, programa estruturante de coleta seletiva e reciclagem inclusiva.

A atuação do Instituto Recicleiros amplia o impacto socioambiental das ações realizadas pelo Programa Recicleiros Cidades e garante a sustentabilidade das unidades apoiadas que, por terem caráter estruturante, demandam investimentos fixos, assessoria técnica intensiva e qualificada ao longo de anos para garantir sua perenidade.

BNDES Fundo Socioambiental 

O BNDES Fundo Socioambiental tem como premissa oferecer apoio por meio de investimentos de caráter social em áreas como educação, meio ambiente, geração de emprego e renda, saúde e vinculadas ao desenvolvimento regional e social. Esses recursos são destinados para aplicações com foco na inclusão social, priorizando projetos que visam proporcionar significativos benefícios sobre as condições de vida das populações mais carentes e de baixa renda.

Reciclando o Futuro: conheça o projeto Recicleiros de educação ambiental nas escolas municipais

O Instituto Recicleiros, por meio do time de Mobilização e Marketing, iniciou neste ano um projeto piloto diferenciado de educação e conscientização ambiental nas escolas municipais, em parceria com prefeituras e secretarias de educação e meio ambiente. 

Batizado de Reciclando o Futuro, o objetivo é promover educação ambiental constante para esta e as próximas gerações nas cidades em que o Programa Recicleiros Cidades está em andamento. No momento, o projeto está em operação em seis municípios: Caçador (SC), Cajazeiras (PB), Caldas Novas (GO), Garça (SP), Naviraí (MS) e Serra Talhada (PE).

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A ideia surgiu da vontade de estar presente dentro das escolas, levando a educação ambiental, os materiais recicláveis e a coleta seletiva para o dia a dia dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental, sempre evidenciando a importância da reciclagem. E a expectativa do projeto é impactar a população das cidades por meio da educação ambiental, acarretando no aumento de massa para a cooperativa de reciclagem através da coleta seletiva municipal.

“O Reciclando o Futuro é voltado para alunos do ensino fundamental I, porém, impacta diretamente os docentes que têm acesso às atividades, planos de aula e material de apoio, e são responsáveis por repassar o conteúdo no melhor formato e didática. E indiretamente também atinge os responsáveis pelos alunos, que também são encorajados a participarem do projeto dentro de casa junto com as crianças”, explica Flavia Natero, analista de marketing do Instituto Recicleiros.

Educação ambiental na teoria e na prática

A equipe de Mobilização e Marketing de Recicleiros é responsável pela criação dos conteúdos e materiais, os mobilizadores locais enviam para as secretarias ou diretorias de escolas, que distribuem aos professores. Esses, por fim, aplicam os conteúdos em sala de aula. Todo mês tem uma atividade diferente.

“O diferencial do Reciclando o Futuro é ter uma trilha de conhecimento muito didática e apropriada para a idade. No primeiro semestre, convidamos os alunos a conhecerem os materiais recicláveis e a terem um olhar sobre o seu próprio consumo e como realizar o descarte correto. Já no segundo semestre, o intuito é falar sobre o descarte de forma incorreta, mostrando as consequências das suas ações e da irresponsabilidade do seu consumo. Tratamos também da destinação final daquele reciclável que o aluno teve tanto contato o ano inteiro, encerrando assim com a economia circular”, conta Mariana Almeida, analista de marketing do Instituto Recicleiros.

O projeto tem duração de 11 meses. Na teoria, percorre a trilha de conhecimento proposta por Recicleiros mês a mês e, na prática, faz atividades lúdicas mensalmente com os alunos em sala de aula para demonstrar, de fato, como é fácil e importante reciclar.

Mascotes para tornar a reciclagem mais lúdica

Para tornar a reciclagem mais amigável e próxima das crianças, o projeto conta com mascotes que representam cada um dos recicláveis – plástico (Pati), vidro (Vitor), papel (Pepe), metal (Mel) e óleo de cozinha (Léo) –, além do rejeito (Renê). “Pensamos que as crianças precisavam ter mais intimidade e afeto com os recicláveis para criarem vínculo com o tema e de fato terem vontade de realizar a ação corretamente. Assim surgiram os personagens com representatividade e acolhimento”, comenta Flavia.

As primeiras impressões do Reciclando o Futuro são positivas. Até o momento, as cidades que estão aplicando a trilha do conhecimento têm dado bons retornos. Os alunos estão se envolvendo com as atividades e se identificando com as personagens e os professores estão se mostrando satisfeitos com os planos de aula. 

A intenção do time de Mobilização e Marketing é que o projeto Reciclando o Futuro se torne perene, replicado nos anos seguintes com novos conteúdos e até mesmo, para novos anos escolares, a fim de difundir cada vez mais a educação ambiental e a importância da reciclagem nos municípios brasileiros.

Em parceria com Instituto Heineken, Academia do Catador promove treinamento de consumo consciente de álcool para catadores

Com o objetivo de conscientizar catadoras e catadores de materiais recicláveis sobre o consumo consciente do álcool, o Instituto Recicleiros, por meio da Academia do Catador, promoveu um treinamento específico sobre o tema em parceria com o Instituto HEINEKEN. A jornada completa da Formação Técnica e Humana de Cooperativas de Reciclagem já foi aplicada em 12 cooperativas incubadas pelo Instituto Recicleiros. Ao todo, 248 catadoras e catadores de várias partes do país participaram do curso.

Com duração de 12 horas, o curso está divido em 3 módulos com temas e objetivos específicos: A sociedade e o consumo do álcool; Causas e efeitos do consumo do álcool; e Direcionamento e soluções. Junto à formação, os catadores e catadoras receberam uma cartilha desenvolvida em parceria com o Instituto HEINEKEN que trata da importância de beber com responsabilidade para viver melhor e mais feliz.

Discussões sobre temas que envolvem vida e trabalho

Para Kellen Sanches e Lusimar Guimarães, que fazem parte do time da Academia do Catador do Instituto Recicleiros, e responsáveis pelo desenvolvimento do curso e a preparação dos multiplicadores do conteúdo, abordar a questão do consumo de álcool para o público das cooperativas significa envolvê-los em um tema que afeta a vida pessoal e profissional.

“Levar o assunto para os cooperados e poder debater sobre ele de forma transparente, evitando qualquer viés moral, demonstrando que o consumo em excesso pode ser considerado uma doença, proporcionou que os grupos fizessem correlação com situações do dia a dia das famílias, das organizações”, conta Lusimar, gerente do Núcleo de Desenvolvimento do Catador (NDC).

Kellen complementa: “desenvolver esse curso, sem dúvida, foi um grande desafio, ainda mais quando pensamos em nosso público e toda a sua vulnerabilidade, e foi pensando nisso que optamos por transformar as falas e exemplos da forma mais leve possível. Sem dúvida, aí está o grande diferencial, falar de algo tão importante de forma única e exclusiva. Foi um grande prazer!”.

Treinamento estará disponível gratuitamente na Academia do Catador

Este treinamento será aplicado periodicamente para novos cooperados que ingressarem nas cooperativas incubadas por Recicleiros e, ainda no primeiro trimestre de 2024, estará disponível gratuitamente na Academia do Catador, plataforma online que será lançada com apoio do Instituto HEINEKEN, da SIG Group e Nestlé, e terá conteúdos formativos diversos para catadoras e catadores de todo o Brasil que atuam em cooperativas de reciclagem.

“O Instituto Heineken tem como objetivo oferecer capacitação, contribuir com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e empreendedoras, e com a geração de renda a catadores e catadoras, profissionais que muitas vezes são invisibilizados pela sociedade, mas que são essenciais para a cadeia da reciclagem no Brasil. Acreditamos que a transformação da sociedade por meio do equilíbrio é fundamental, e por isso investimos em iniciativas como a Academia do Catador, que fornece informações sobre o consumo responsável de álcool. Essa é uma ação importante para uma sociedade mais sustentável no longo prazo e para uma melhor relação das pessoas com nossos produtos”, afirma Vânia Guil, gerente executiva do Instituto HEINEKEN.

A visão das cooperadas

“Aprendi muitas coisas, como consumir álcool com responsabilidade, quando beber não dirigir como forma de respeitar a si e ao próximo, e da importância do consumo com moderação. O alcoolismo é muito perigoso, vivi isso com a minha família”, conta Doralice de Oliveira, da Recicla Piracaia (SP).

“O treinamento do Consumo Consciente de Álcool me ajudou. Entendi, por exemplo, a importância de estar alimentada para consumir minha cerveja, então hoje consigo me alimentar melhor e beber cerveja com mais consciência”, afirma Cleiciane Soares de Moura, da Recicla Caldas Novas (GO).

Recicleiros busca novos acordos com estados para fomentar a reciclagem a partir da logística reversa

O Instituto Recicleiros está trabalhando para celebrar novos acordos com estados brasileiros onde a logística reversa de embalagens está regulamentada. O objetivo é assinar um instrumento chamado Termo de Compromisso, conforme previsto no regulamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a fim de estabelecer regras para facilitar a implantação de sistemas de logística reversa em parceria com a coleta seletiva municipal e o consequente fomento da reciclagem inclusiva com a participação de catadoras e catadores de materiais recicláveis.

Hoje, Recicleiros tem acordos firmados com dois estados – São Paulo (CETESB) e Mato Grosso do Sul (IMASUL) – e está trabalhando na atualização dos Termos de Compromisso para atender as novas demandas regulatórias. Os dois estados, vale lembrar, foram pioneiros na formalização do Termo de Compromisso anos atrás, uma iniciativa inovadora proposta por Recicleiros para criar um ambiente mais seguro do ponto de vista jurídico e que acabou por alavancar investimentos para ações estruturantes, o que acarretou em avanços significativos para a coleta seletiva e a reciclagem nos respectivos estados.

Importante lembrar que os Termos de Compromisso celebrados pelo Instituto Recicleiros influenciaram a legislação federal e de outros estados no que diz respeito ao reconhecimento do caráter estruturante de sua iniciativa de logística reversa. E, além disso,  dos chamados Créditos de Massa Futura hoje disciplinados pelo Decreto Federal nº 11.413/2023.

O Termo de Compromisso, em resumo, é um contrato entre o Instituto Recicleiros e o estado que detalha a forma de atuação e aplicação dos investimentos a serem realizados de forma compartilhada pelos municípios e pelo Instituto Recicleiros, este como parte executora e como suporte técnico na implementação da política pública de coleta seletiva municipal. Como parte dos investimentos realizados por Recicleiros são provenientes do setor empresarial, os estados chancelam a iniciativa como uma das formas de comprovação das obrigações de logística reversa das empresas investidoras.

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“Os Termos de Compromisso devem estabelecer claramente as responsabilidades compartilhadas entre setor empresarial e municípios, bem como as limitações de parte a parte já que se trata de um mesmo objeto central, as embalagens pós-consumo e outros recicláveis equiparados que são gerados no município e que precisam ser reinseridos na cadeia produtiva de forma sustentável”, explica Rafael Henrique, Diretor de Operações do Instituto Recicleiros.

A expectativa, agora, é assinar Termos de Compromisso com outros estados brasileiros onde a logística reversa já está regulamentada.

A experiência de São Paulo e Mato Grosso do Sul

Na visão de Rafael Henrique, as agências reguladoras têm papel estratégico no fortalecimento dessa política pública, tanto em relação aos municípios, responsáveis por implantar os sistemas públicos de coleta seletiva quanto ao setor empresarial, que participa ativamente desse processo a partir dos investimentos obrigatórios em logística reversa e da demanda pelos materiais recuperados em suas estratégias de circularidade.

“A regulamentação encabeçada por São Paulo e Mato Grosso do Sul de maneira pioneira foi determinante para a atração dos investimentos, fazendo esses resultados caminharem com mais velocidade em comparação com outros territórios do país”, acrescenta Rafael.

Regiane Yogui, que atua no Departamento de Políticas Públicas de Resíduos Sólidos e Eficiência dos Recursos da CETESB, comenta sobre a assinatura do Termo de Compromisso com o Recicleiros, ainda em 2020. 

“Foram muitas reuniões para entender que esse sistema tinha um planejamento, um dimensionamento e trazia essa adicionalidade com a participação dos municípios. Percebemos que precisamos dar os meios e as condições para que as empresas cumpram a logística reversa no estado. A capacidade de coleta não está plenamente instalada para que todos os empreendimentos, se forem cobrados, cumpram a logística reversa. Então, precisamos diversificar as estratégias e a Massa Futura é uma possibilidade para essa ampliação, para que todos consigam trazer resultados e benefícios para o meio ambiente, saúde pública, geração de oportunidades, renda e emprego, que é o que identificamos no Programa do Instituto Recicleiros”, diz Regiane.

De acordo com Erich Burger, Diretor Institucional do Instituto Recicleiros, a visão de que, como estado, precisa criar condições para que a logística reversa seja cumprida é importante porque é uma visão de co-construção. 

Nathalia do Amaral, que faz parte do corpo técnico da IMASUL, elogiou o modelo proposto por Recicleiros.

“Vemos com bons olhos o modelo estruturante proposto por Recicleiros. Em Naviraí (MS), existe uma realidade antes e depois de Recicleiros. Vimos de perto o dimensionamento que foi feito em serviços de coleta seletiva, os roteiros de coleta dentro da cidade, a operação e toda a estratégia de comunicação e mobilização junto à comunidade. Isso foi muito importante, além da organização da cooperativa. Esse modelo beneficia não só os catadores, mas o município como um todo por conta da geração de renda, e essas pessoas precisam desse apoio do início ao fim”, relatou Nathália.

Recicleiros e Owens-Illinois fecham parceria inovadora para viabilizar reciclagem de embalagens de vidro no Brasil

O entrave que impede a reciclagem de embalagens de vidro parecia intransponível. Sem uma oferta estruturada que viabilize os custos de recuperação, triagem, processamento e transporte do material até os recicladores, bem como a falta de profissionalização, colaboração e integração entre diferentes agentes da cadeia, faz cerca de 60% das embalagens de vidro irem direto para aterros e lixões. 

Comprometidos em subverter essa lógica, o Instituto Recicleiros e a Owens-Illinois (O-I), líder mundial na fabricação de embalagens de vidro, fecharam uma parceria para garantir que as embalagens de vidro pós-consumo processadas nas 14 unidades de triagem do Programa Recicleiros Cidades, espalhadas nas cinco regiões do Brasil, possam ser recicladas e transformadas em novas embalagens de vidro. A expectativa inicial é recuperar cerca de 3 mil toneladas no primeiro ano do projeto.

Desafio logístico do vidro

O principal desafio da reciclagem do vidro é logístico, uma vez que é um monomaterial permanente, ou seja, após produzido pela primeira vez, não necessita de outras matérias virgens para ser reciclado novamente, podendo fazê-lo infinitas vezes sem perder suas características principais. Entretanto, devido a problemas no descarte, na falta de infraestrutura de coleta e processamento na cadeia, o vidro pós-consumo acaba se misturando com diversos contaminantes antes de retornar à indústria.

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“Queremos aumentar a reciclagem de vidro em regiões do país onde ainda não era viável. Ao fomentar a base da cadeia e a venda desse material por parte das cooperativas diretamente para a indústria, incentivamos a geração de empregos e renda, bem como a redução da extração de matéria-prima virgem do ambiente, a redução no consumo de energia e das emissões de CO2. Outro aspecto importante é que ao reciclar o vidro, é possível aumentar a vida útil dos aterros sanitários, bem como diminuir as despesas do poder público relacionadas ao descarte desse material”, explica Alexandre Macário, gerente da área de Economia Circular da O-I.

De acordo com o Erich Burger, fundador e diretor institucional do Instituto Recicleiros, o contrato firmado entre O-I e Recicleiros representa um marco na relação entre cooperativas e indústria, pois foi negociado tendo como premissa um elemento básico fundamental na formação do preço, a garantia de remuneração mínima-justa do processo produtivo.

“De um lado, entregamos o que há de mais produtivo e seguro em termos de processo, com vistas a obter um material de muita qualidade, processado com os melhores padrões de segurança e produtividade. Do outro, a indústria reconhece os atributos de qualidade e a garantia de origem sustentável do produto, o que gera valor em um mercado pautado pela agenda ESG e os compromissos globais das grandes empresas”, diz Erich Burger.

Parceria baseada na eficiência e padrão de qualidade

A viabilidade desta parceria está baseada num modelo de busca de eficiência e padrão de qualidade que possa trazer mais valor para o material pós-consumo produzido nas unidades de triagem. Com equipamentos e processos produtivos adequados, além da busca contínua pela melhoria dos indicadores de produção, torna-se possível oferecer um material com os padrões de qualidade desejados pelos recicladores, eliminando perdas ao longo de todo o processo. Com isso é possível trazer mais valor para a negociação de venda do material, tornando viável do ponto de vista econômico o retorno desses cacos para serem reciclados.

Na visão de Erich, este é um produto diferenciado, que não pode ser tratado como outro qualquer. “Entregamos um material com rastreabilidade ponta a ponta e garantia de origem digna para que seja transformado em novos produtos e embalagens”, afirma. 

O vidro processado nas Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR) incubadas pelo Instituto Recicleiros é fruto de um projeto que começa com a criação de políticas públicas municipais apoiadas pela Academia Recicleiros do Gestor Público, da instalação de infraestrutura qualificada nas cidades, que oferece ao catador um ambiente saudável, seguro e estimulante para o trabalho, além de equipamentos que permitem melhores taxas de produtividade. Adicione-se a isso o fator remuneração mínima-justa dos catadores, primeira linha considerada na formação do preço de venda do material.

A iniciativa da Owens-Illinois ajuda a consolidar um conceito fundamental para quem quer fazer essa cadeia de recuperação de materiais pós-consumo acontecer. Inclusive, esta tem sido uma bandeira prioritária no Instituto Recicleiros: debater o tema junto à indústria.

“Responsabilidade compartilhada gera prosperidade coletiva. Enquanto maior recicladora de vidro do mundo, entendemos a urgência de unir esforços entre os diversos agentes da cadeia a fim de criar modelos de negócio que não só promovam a transição para economia circular, mas, que, principalmente, tragam adicionalidade à massa de vidro reciclada no país, de forma profissional, eficiente, ética e inclusiva, unindo indústria, cooperativas, poder público, marcas e consumidores. Recicleiros traz justamente esta proposta e decidimos apostar juntos”, acrescenta Macário.

Lógica necessária para a solidez de um grande projeto

Houve um avanço nos últimos anos com o entendimento da indústria e do governo sobre a importância das ações estruturantes para alavancar a capacidade de recuperação do material reciclável de maneira qualificada e conectada com o serviço público de limpeza urbana. Agora, para preservar e potencializar esse investimento é fundamental se olhar para o protagonismo que os contratos de venda do material têm na viabilidade econômica dessas unidades de triagem. 

É essencial que a indústria entenda que a oscilação de preços coloca em xeque a viabilidade operacional das cooperativas e, portanto, coloca em risco todo o investimento feito em infraestrutura e capacitação técnica dos catadores. Garantir o preço mínimo que viabiliza a operação digna dessas unidades de triagem operadas por catadores é dar a mínima condição desses prestadores de serviço se manterem ativos e animados para que os resultados almejados pela cadeia de valor aconteçam.

“As embalagens usadas precisam ser recicladas, isso é uma condição. Então precisamos olhar para o sistema produtivo e identificar o que ele precisa para ser o mais eficiente possível sem abrir mão da dignidade e justiça social. Nossa proposta é entregar qualidade e previsibilidade para a indústria recicladora por meio de um processo justo e sustentável”, acrescenta o diretor do Instituto Recicleiros.

Parceria inspiradora e com visão de futuro

O Decreto 11.300, de 2022, traz mudanças importantes a fim de criar um ecossistema que aumente os índices de reciclagem de vidro no Brasil. Esse acordo entre O-I e Recicleiros busca apoiar a amarração final dessa visão de construção de ecossistema, uma vez que para se criar adicionalidade na reciclagem (decreto 11.413/23 de Crédito de Massa Futura) e garantir o cumprimento das metas de recuperação de vidro (Decreto 11.300/22) é preciso investir não só em infraestrutura, mas também ter o compromisso da indústria com o preço mínimo – que viabiliza o processamento e transporte do material para reciclagem.

“O conceito de valor mínimo, que considera os custos do processo produtivo na formação do preço do material reciclável, com especial enfoque no custo da mão-de-obra dos catadores, é uma bandeira prioritária no Instituto Recicleiros para todos os materiais pelo impacto que isso tem no desenvolvimento da cadeia de valor, no aumento da reciclagem e na dignidade dos postos de trabalho dos catadores. Este é o primeiro contrato que celebramos com esse enfoque e espero que inspire um movimento nesse sentido”, comenta Rafael Henrique, fundador e diretor de operações do Instituto Recicleiros.

Transformação da realidade socioambiental

A parceria entre Recicleiros e O-I vai gerar um grande impacto positivo na cadeia produtiva.

“Esse contrato representa mais um avanço na retomada da valorização das catadoras e catadores de materiais recicláveis, buscando garantir remuneração minimamente digna pelo importante serviço prestado por esses trabalhadores e também segurança para a empresa quanto à origem dos resíduos triados. Esperamos que esse modelo possa ser replicado para outros tipos de materiais, pois sabemos que sem a remuneração justa dos serviços dos catadores não conseguiremos avançar na reciclagem e na melhoria de suas condições de trabalho”, enfatiza Sabrina Gimenes de Andrade, Coordenadora Geral de Logística Reversa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Cleiciane Soares, Presidente da Recicla Caldas Novas, uma das cooperativas beneficiadas diretamente pela parceria, já que faz parte do Programa Recicleiros Cidades, comenta sobre os impactos do acordo não apenas para a unidade, mas para o todo. 

“Esses contratos longos só têm a ajudar as cooperativas a manter o projeto, a crescer ao longo do tempo e a ter mais cooperativas abraçadas por ONGs como Recicleiros, para que mais pessoas possam sair dos lixões e virem trabalhar com equipamentos, limpos, dignos, em um local bem cuidado, onde serão bem tratados, bem vistos e a gente só tem a crescer com contratos assim”, diz Cleiciane.

Por fim, Rhaiza Matos, prefeita de Naviraí (MS), uma das 14 cidades que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades, traz seu ponto de vista.

“A parceria que a Prefeitura de Naviraí tem com o Instituto Recicleiros tem sido fundamental para a implementação do Programa de Coleta Seletiva na nossa cidade. O vidro é um dos resíduos com a logística mais complicada e uma parceria nesse sentido vai nos garantir a destinação em maior quantidade e qualidade, proporcionando uma renda maior para os cooperados e um meio ambiente mais saudável”, encerra.

O acordo, acreditam as instituições, vai inspirar outros segmentos da indústria a fazer o mesmo e oferecer essa estabilidade necessária para a economia circular se desenvolver. Afinal, uma iniciativa como essa tem por trás um conceito de ecossistema de mercado envolvido. 

As cooperativas incubadas por Recicleiros ainda possuem desafios que precisam ser superados, como encontrar novos parceiros para o mesmo tipo de acordo, porém com outros materiais envolvidos, como plásticos e papel, por exemplo.

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ZBRA desenvolve software exclusivo de gestão de dados para Recicleiros

O Instituto Recicleiros fechou uma parceria inédita com a ZBRA, empresa de desenvolvimento de software com quase 20 anos de mercado, que está gerando grandes resultados dentro e fora da organização. 

O objetivo é desenvolver um sistema personalizado para gestão inteligente de dados e, assim, trazer ainda mais transparência às ações de Recicleiros, além de melhorar os procedimentos internos de administração e governança corporativa. 

O acordo também faz parte do compromisso da organização de promover inovação e melhoria contínua nos processos, beneficiando a todos os segmentos envolvidos no dia a dia do Instituto. Afinal, com um sistema moderno digital, as informações ficarão mais acessíveis, por exemplo, aos investidores que apoiam as ações de Recicleiros, assim como as cooperativas parceiras, geridas por catadores, que operam as Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs). 

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Para acompanhar o crescimento de Recicleiros nos últimos anos, a evolução na gestão de dados tornou-se uma necessidade. “Em síntese, temos um grande volume de dados dentro do Instituto Recicleiros, com muitas variáveis. Como são muitas informações para correlacionar, chega em um momento em que realmente é um trabalho muito complexo de fazer por meio de planilhas”, explica Jessika Arimura, da área de relacionamento comercial, pós-venda e conciliação de Recicleiros.

Essa foi a razão pela qual Recicleiros procurou apoio da tecnologia oferecida pela ZBRA, especialista, dentre outras coisas, em transformar os processos baseados em planilhas em softwares eficientes de gestão de dados.

Software construído a muitas mãos

Para iniciar os trabalhos, no início de 2022, representantes de ZBRA e Recicleiros se encontraram durante oito dias inteiros para fazer descobertas, trocar informações, analisar e compreender os desafios e, então, encontrar as possíveis soluções. 

“Eram 10 pessoas de diferentes perfis, incluindo os usuários finais, e isso é importante para a cocriação porque tem um alinhamento, tanto estratégico quanto a operação do sistema. Foram dias de muita discussão e conseguimos chegar a uma ideia de solução”, conta Gustavo Ayres, CIO da ZBRA. 

Feito isso, o passo seguinte foi começar a programar, mexer no código e, em seguida, começar a fazer as entregas faseadas do sistema. Hoje, aliás, a maior parte dos dados já está presente no novo sistema de Recicleiros, e a entrega final do software está prevista para acontecer no próximo mês de agosto, antes do previsto inicialmente no cronograma.

“O que fizemos foi criar um sistema que facilita a entrada de dados, centraliza todos os dados e também facilita o acesso à informação a todos os interessados, como investidores, órgãos reguladores e cooperativas. Por exemplo, o próprio investidor pode atualizar dados dentro do sistema”, acrescenta Ayres. 

Assim, os investidores terão fácil acesso a informações sobre as operações de logística reversa do Instituto Recicleiros com previsão de massa futura, incluindo os contratos em vigor, o que já foi realizado e a previsão das próximas entregas.

Jessika afirma ainda que o novo software da ZBRA vai melhorar a produtividade, já que a gestão do tempo está sendo aprimorada. “A economia de tempo será melhor, pois vamos agilizar processos internos com as informações mais acessíveis dentro do sistema”, projeta.

Alinhamento com a causa socioambiental

A parceria entre Recicleiros e ZBRA, é bom dizer, só foi possível graças ao alinhamento existente entre as partes. De acordo com os líderes da ZBRA, essa conexão com o cliente é muito importante, até para a execução mais fluida do trabalho. “O foco de Recicleiros de oferecer uma vida digna aos catadores marcou a gente desde o início. E o esforço para fazer esse projeto acontecer tem a ver com esse alinhamento de valores”, conta Gustavo.

“Internamente a gente fala muito sobre empatia. No caso de Recicleiros para nós é fácil ter empatia porque é uma causa social que a gente se identifica, tem a ver com reciclagem. Isso gera muito mais motivação na equipe porque eles entendem o valor do software que estão entregando. Se o software funcionar, terão mais catadores tendo uma vida digna e mais resíduos sendo reciclados”, complementa Alexandre Cunha, sócio da ZBRA. 

Segundo ele, a empatia com o usuário e com o cliente faz parte do modo de operar com todos os clientes.

Um pouco mais sobre a ZBRA

A ZBRA nasceu 18 anos atrás a partir da união de Alexandre Cunha e Milton Terra, que viram uma oportunidade em iniciar um negócio que prezasse pela satisfação do engenheiro de software e, também, do cliente, ou seja, em que as duas partes ficassem satisfeitas.

Com o tempo, a empresa foi crescendo organicamente, inclusive por conta das indicações. Hoje, o time da ZBRA conta com praticamente 100 pessoas. 

“Criamos um ambiente onde as pessoas querem permanecer, e isso é muito importante para nós. E do outro lado, os clientes também querem ficar. Por exemplo, tem cliente que está com a gente desde o começo, outros com mais de 10 anos. Para nós, a medida de sucesso é isso, quanto tempo os clientes e os desenvolvedores querem ficar com a gente”, diz Alexandre.

Jessika fala das trocas produtivas que tiveram até aqui. “Eles são muito ativos, estão ajudando em vários aspectos, até como consultores. É uma parceria muito boa para nós. Desde as primeiras conversas eles mostraram engajamento com a causa, acreditaram no nosso projeto e fizeram questão de contribuir”, encerra Jessika, a coordenadora deste projeto.

Para saber mais informações sobre a empresa, acesse: https://zbra.dev/