Coleta seletiva no Brasil: como características socioeconômicas moldam as motivações para reciclar

A reciclagem é um pilar fundamental para a economia circular, a proteção ambiental e a geração de renda. Mas, o que realmente motiva as pessoas a participarem de campanhas de coleta seletiva? Um estudo recente, realizado pelo Instituto Recicleiros em parceria com o Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos (Neper/USP), analisou os fatores socioeconômicos que influenciam esse comportamento em 11 cidades brasileiras.

O artigo científico “Relação entre os motivadores para adesão a campanhas de coleta seletiva e características socioeconômicas em contexto brasileiro” foi desenvolvido por Ana Teresa Rodrigues de Sousa, Júlia Fonseca C. Andrade, Mônica de Sousa Alves, Luciana Ribeiro e Valdir Schalch, representando Neper e Recicleiros. O conteúdo foi apresentado e publicado nos anais no 33º Congresso da ABES, Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.

A publicação tem como base uma ampla pesquisa realizada por Vox Lab, laboratório do Instituto Recicleiros dedicado a estudos de mudança de comportamento da população sobre reciclagem, cuja amostragem é de 4.419 pessoas entrevistadas em onze cidades,

oito estados e quatro regiões. O universo populacional da pesquisa é de 672.942 pessoas em ambientes nos quais está presente o Programa Recicleiros Cidades.

Importante registrar que essa pesquisa foi fomentada pela SIG, patrocinadora semente do Instituto Recicleiros.

 

Lançamento: Academia Recicleiros do Catador investe na inclusão e capacitação de profissionais da reciclagem

As catadoras e catadores de materiais recicláveis acabam de ganhar uma ferramenta inovadora para o empoderamento individual e coletivo. Nesta quinta-feira (29), o Instituto Recicleiros lançou a Academia Recicleiros do Catador, plataforma que oferece acesso gratuito a todo o público de catadores e técnicos que atuam no ecossistema da reciclagem no Brasil. A iniciativa nasceu a partir de uma parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além de SIG, Nestlé, Instituto Heineken e Alcoa Foundation.

O objetivo da Academia do Catador é formar pessoas e promover a mobilidade social desses profissionais a partir do empreendedorismo. Para tanto, desenvolve um processo de formação profunda e transversal, considerando todas as dimensões necessárias para que o negócio dos catadores possa ser bem sucedido. As trilhas de capacitação desenvolvem conhecimento operacional, de segurança, administrativo, liderança, cooperativismo, governança, relacionamento interpessoal, entre outros assuntos técnicos e comportamentais. 

“A Academia é a concretização de um sonho de constituir uma escola que não tratasse apenas de questões produtivas e administrativas, mas considerasse a dimensão humana, olhando para a origem e a história de vida dessas pessoas. A reciclagem, para nós, só é sustentável se for inclusiva e emancipatória”, explica Lusimar Guimarães, gerente do Núcleo de Desenvolvimento do Catador (NDC).

Parceria estratégia com o Ministério do Meio Ambiente

A parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima acontece por meio da assinatura de um Acordo de Cooperação, que envolve o lançamento e o desenvolvimento contínuo da plataforma Academia do Catador. O acordo considera a evolução e a gestão da plataforma pelo Instituto Recicleiros, incluindo suporte técnico e monitoramento. Por parte do Ministério do Meio Ambiente, abrange a colaboração na sugestão de temas, inserção de conteúdos normativos como Logística Reversa, Lei de Incentivo à Reciclagem, Remuneração de Serviços Ambientais, além da promoção da plataforma online. 

A metodologia de formação da Academia Recicleiros do Catador já vem sendo utilizada e constantemente melhorada nas operações do Programa Recicleiros Cidades. São mais de 300 catadores e 40 técnicos facilitadores, em 14 cidades, passando pela formação da Academia. Recicleiros vem sistematizando esse conteúdo há 18 anos de atuação no campo para torná-lo disponível de maneira gratuita para catadores de todo o país.

Com uma jornada intensiva, transversal e de longo prazo, a Academia do Catador busca desenvolver condições ideais para que as pessoas mais vulneráveis da comunidade possam atuar de maneira profissional e altamente eficiente em suas cooperativas, tornando-se elo estratégico e competitivo em um mercado cada vez mais explorado.

“Trabalhava em uma associação de catadores de materiais recicláveis em Guaxupé (MG). Fui treinado e capacitado para fazer a separação de materiais e, depois, fazer a coleta na rua com o caminhão três dias na semana. Mas sem equipamentos de proteção e minha retirada era abaixo de um salário mínimo. Tempos depois, a associação fechou e o Instituto Recicleiros chegou e inaugurou a Recicla Guaxupé, em parceria com a prefeitura. Participei da seleção e fui convidado a fazer parte da cooperativa, que inaugurou em 2020. Passei pela esteira de separação, prensa, pré-triagem e hoje sou coordenador de mobilização. Aqui trabalhamos com EPI´s e recebemos uma remuneração digna. Estou feliz por fazer parte da Recicla Guaxupé e grato a todos que confiam em mim”, conta Carlos Alberto da Cruz Filho, coordenador de mobilização da cooperativa de catadores Recicla Guaxupé.

Erich Burger, Diretor Institucional de Recicleiros e um dos idealizadores da Academia, fala do impacto positivo que a Academia do Catador provoca. 

“Entendemos que a demanda por capacitação de qualidade e aderente à realidade dos catadores vem de todo o Brasil. Com a experiência do Instituto Recicleiros na incubação e profissionalização de catadores, associada à possibilidade de deixar isso acessível e padronizado para quantos catadores tiverem interesse, acreditamos que temos um produto extremamente valioso e gerador de profundo impacto social. É um projeto de longa duração, de melhoria contínua, até que se torne a melhor e mais completa solução para o desenvolvimento profissional dos catadores”, diz Erich Burger. 

Empresas têm papel preponderante na Academia do Catador

Para dar escala à Academia do Catador, Recicleiros conta com o apoio de empresas que acreditam e apoiam essa causa. Tornar tanto o método quanto o conteúdo livres e gratuitos para catadores de todo o Brasil foi o que chamou a atenção e incentivou organizações como SIG, Nestlé, Instituto Heineken e Alcoa Foundation a investirem no programa.

Além disso, a Academia trabalha com a lógica de ‘inovação aberta’, conceito que busca a inovação a partir da criação de parcerias externas com outras pessoas e organizações. Dessa maneira, os investidores têm a oportunidade de contribuir para a construção dos módulos educativos, estudos socioeconômicos e projetos especiais dentro do espectro da Academia do Catador.

“Com o apoio de mais empresas, vamos amplificar este modelo que estrutura, qualifica e emancipa os atores envolvidos nesse segmento da cadeia produtiva, além de gerar conhecimento que é aberto e compartilhado com outras organizações que promovem os catadores. E, por fim, transformar o que alguns ainda chamam de lixo em recursos, trabalho e dignidade, afinal, essa é a nossa missão”, finaliza Lusimar Guimarães.

Evento com painéis de debates

Para celebrar o lançamento da Academia do Catador, o Instituto Recicleiros promoveu um evento com painéis de debate com especialistas e referências do mercado para tratar dos principais temas que impactam o trabalho das cooperativas de reciclagem. O tema central foi “Inclusão Socioprodutiva de Catadores: construindo capacidade na base da cadeia de valor”, que teve quatro painéis ao longo do dia com nomes importantes dos setores público e privado.

O evento pode ser assistido na íntegra no canal do YouTube do Instituto Recicleiros.

Por que a reciclagem não tira férias, e nem deveria?

Reciclar vai muito além do ato de separar o lixo seco do orgânico. É, antes de tudo, um gesto de pertencimento. Um passo em direção à cidade que a gente quer habitar e reconhecer que somos agentes ativos nela.

Na raiz da transformação que a reciclagem pode gerar, estão as pessoas. E é por isso que toda campanha que se propõe a incentivar esse movimento precisa valorizar quem está no centro dele: as catadoras e os catadores, os estudantes, os professores, as famílias, as comunidades e todo esse ecossistema que é uma cidade.

Foi com esse espírito que nasceu a campanha “A Reciclagem Não Tira Férias”, integrada ao projeto “Reciclando o Futuro”, que percorreu escolas, ruas e cooperativas nas diferentes cidades brasileiras em que atuamos. Um trabalho que floresceu a partir da educação ambiental, da mobilização social e da confiança de que é possível aprender e ensinar com o cotidiano, com o que se toca, se transforma e se devolve à natureza com respeito.

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75,4 toneladas de transformação

Durante os meses de dezembro de 2024 a março de 2025, a campanha arrecadou 75,4 toneladas de materiais recicláveis em nove cidades: Cajazeiras, Caldas Novas, Garça, Guaxupé, Maracaju, Naviraí, São José do Rio Pardo, Serra Talhada e Três Rios. Cada uma dessas praças, com suas realidades, desafios e potências, adaptou o calendário à sua maneira, o que ampliou o engajamento e a participação local.

Maracaju liderou a arrecadação com 15 toneladas, seguida por Cajazeiras (12 t) e por Guaxupé, Naviraí e Três Rios, com 11 toneladas cada. Mesmo em praças com menor volume, como São José do Rio Pardo, o impacto ainda assim é profundo, porque cada quilo coletado carrega histórias, escolhas e novas possibilidades para os resíduos e para as pessoas envolvidas.

Educação ambiental que atravessa o ano letivo

Ao longo do ano, o projeto Reciclando o Futuro segue por uma trilha de aprendizagem nas escolas que leva, justamente, à campanha de férias. É como se fosse uma colheita pedagógica: os estudantes colocam em prática aquilo que aprenderam, levando para casa, para os vizinhos, para os pais e responsáveis, a responsabilidade compartilhada de cuidar do que descartamos.

Nesse processo, as crianças se tornam multiplicadoras. Os resíduos ganham valor. E as escolas deixam de ser apenas prédios, passam a ser florestas de ideias, cidadania e transformação.

Catadoras e catadores como os principais tecelões dessa rede

Outro aspecto essencial da campanha é o reconhecimento das cooperativas e dos profissionais da reciclagem. Quando valorizamos esse trabalho, combatemos estigmas, fortalecemos economias locais e damos visibilidade a quem sustenta, com as próprias mãos, um novo começo.

Em cada cidade, o envolvimento das cooperativas foi decisivo. Algumas receberam os materiais diretamente das escolas; outras participaram de formações e rodas de conversa, criando pontes com a comunidade e ampliando os vínculos com o território.

Quando o pertencimento vira política pública

Mais do que uma ação pontual, a campanha se consolida como parte de uma estratégia maior de educação ambiental. Uma política viva, que reconhece a potência das conexões e o poder da prática educativa para inspirar novos hábitos (e novos mundos).

Porque reciclar também é um gesto político. É dizer que o futuro começa agora, na escolha de onde e como colocamos nossos resíduos. E que cada pessoa, ao participar, reafirma o desejo de viver numa cidade mais habitável, mais justa e mais solidária.

A Reciclagem Não Tira Férias. E a vontade de transformar também não.

 

 

 

Saiba como o Núcleo de Políticas Públicas Recicleiros está transformando a gestão de resíduos no Brasil

A gestão eficiente de resíduos sólidos é um dos maiores desafios enfrentados pelos municípios brasileiros nas últimas décadas. Com leis ambientais mais rígidas e a necessidade urgente de ações sustentáveis para a harmonia do ecossistema do planeta, os gestores públicos precisam de soluções inovadoras e apoio técnico para implementar sistemas eficientes de coleta seletiva e reciclagem inclusiva.

É dentro desse contexto que nasce o Núcleo de Políticas Públicas (NPP) Recicleiros, cujo objetivo é oferecer uma parceria estratégica para capacitar gestores, fortalecer políticas públicas e criar caminhos sólidos para a sustentabilidade da reciclagem no Brasil. O compromisso é construir soluções duradouras, fortalecer a economia circular e ampliar a inclusão socioeconômica das catadoras e dos catadores, os protagonistas da reciclagem.

“A implementação de políticas públicas eficazes para a gestão de resíduos sólidos exige mais do que intenção – requer conhecimento técnico, planejamento estruturado e articulação institucional. Foi com essa visão que estruturamos o NPP, consolidando um modelo que oferece suporte completo aos gestores municipais. Nosso compromisso vai além da qualificação: criamos caminhos regulatórios, viabilizamos infraestrutura e fomentamos parcerias estratégicas para garantir que a coleta seletiva e a reciclagem inclusiva sejam políticas públicas sólidas e permanentes nos municípios brasileiros”, explica Fábio Augusto, Coordenador de Projetos, responsável pelo do eixo de entrada do NPP, Relacionamento e Qualificação de Municípios.

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A trajetória do NPP começou ainda em 2017, com o Edital Cidade+Recicleiros, uma iniciativa pioneira para apoiar municípios na estruturação da coleta seletiva e reciclagem inclusiva. Em 2021, a área deu um salto a partir da criação da Academia Recicleiros do Gestor Público (ARGP), uma plataforma online inovadora que ampliou o alcance de Recicleiros na esfera municipal e, além disso, aprimorou o suporte técnico oferecido.

Agora, em 2025, o NPP se fortaleceu como um pilar estratégico do Instituto Recicleiros, atuando em três frentes principais: qualificação municipal; desenvolvimento do espaço regulatório; e planejamento e instalação de ecossistemas perenes de reciclagem

Soluções que geram resultados para os municípios

O propósito do Núcleo de Políticas Públicas (NPP) Recicleiros é ser agentes de transformação, conectando governos, sociedade civil e setor privado para construir sistemas estruturantes de coleta seletiva e reciclagem que funcionem de verdade.

Para tanto, o NPP está estabelecido em quatro pilares principais de atuação:

Capacitação de Gestores: por meio da Academia Recicleiros do Gestor Público (ARGP), oferece cursos, mentorias e trilhas de conhecimento para preparar agentes públicos na implementação de políticas públicas sólidas de coleta seletiva e reciclagem.

Assessoria Técnica: auxilia na construção do arcabouço regulatório, diagnóstico local e planejamento operacional, garantindo segurança legal e eficiência nas operações.

Implantação de Infraestrutura: coordenação da instalação de Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs) dentro do Programa Recicleiros Cidades, estruturando a cadeia da reciclagem ética e inclusiva.

Articulação de Parcerias: facilitação da conexão entre municípios, cooperativas e empresas, promovendo a economia circular e a inclusão socioprodutiva de catadoras e catadores Brasil afora.

Ao longo dos anos, o NPP vem oferecendo ferramentas reais para transformar a gestão de resíduos no país. Os números mostram a importância da área para os gestores públicos municipais e as suas respectivas cidades:

  • +1.400 agentes municipais capacitados desde 2018;
  • 596 acessos à plataforma ARGP, com gestores de quase todos os estados brasileiros;
  • 18 mentorias técnicas realizadas, beneficiando prefeitos, secretários de meio ambiente e equipes técnicas;
  • 7 Leis Municipais da Coleta Seletiva, 6 Leis Orçamentárias Anuais e 4 Leis de Distribuição da Sacola Plástica implementadas com apoio direto do NPP.

Muito além de um projeto, o Núcleo de Políticas Públicas Recicleiros, que tem a SIG como patrocinadora semente, é um movimento organizado pela gestão inteligente de resíduos no Brasil. Com capacitação, estruturação e parcerias, o NPP acredita que é possível transformar desafios em oportunidades e construir cidades mais limpas, justas e sustentáveis.

Se o seu município quer promover transformações socioambientais significativas, o NPP pode indicar o caminho. Vamos juntos?

Programa Recicleiros Cidades: conheça a história do jingle que avisa as pessoas que o caminhão da coleta está chegando

O dia 6 de janeiro entrou para a história do Instituto Recicleiros. Foi na noite daquela segunda-feira que, em meio à matéria especial do Jornal Nacional sobre reciclagem, surgiu a música “Plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha… não jogue no lixo comum, separe pro dia do caminhão da reciclagem”.

O jingle, criado em 2018, e que está até hoje sendo tocado nos caminhões de coleta seletiva nos municípios que integram o Programa Recicleiros Cidades, abriu a participação do Instituto Recicleiros na série especial de quatro episódios sobre reciclagem exibido no maior e mais tradicional telejornal brasileiro.

Mas, qual é a história por trás dessa música leve e convidativa que vem marcando época e serve como um lembrete às pessoas que o caminhão da reciclagem está chegando?

 

O jingle que ganhou o Brasil

Há 7 anos, Recicleiros buscava iniciativas para conscientizar as pessoas dos municípios beneficiados com o Programa Recicleiros Cidades. A proposta era alertar a população que o caminhão da reciclagem estava passando para que os munícipes, dia a dia, adotassem o hábito de fazer a separação e a destinação correta. Afinal, para a reciclagem acontecer, de fato, é essencial que os materiais cheguem às Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs).

“Então surgiu a ideia de usar o caminhão como mídia porque o veículo passa em frente à casa das pessoas, além de um jingle para ser veiculado nas rádios locais”, lembra Felipe Sauma, Diretor de Criação, responsável por coordenar o desenvolvimento desse material.

De acordo com Sauma, o processo criativo considerou uma música que ficasse na mente dos ouvintes – lembra da música do caminhão do gás? –, mas sem criar poluição sonora. Havia o compromisso de ser uma música leve, cadenciada, mas com um tom animado, e com um refrão e uma instrução no final.

A música, desenvolvida em cerca de um mês, conta com elementos sonoros de materiais recicláveis, que serviram como percussão. Todos os itens estavam representados. “Estudamos os timbres para ver quais funcionariam melhor na música. Por exemplo, utilizamos sons de garrafas de vidro, papel amassado, tina de plástico e latão de metal”, acrescenta que se diz realizado com essa produção: “estamos trabalhando a mudança de cultura das pessoas, que estão cuidando do meio ambiente”.

Propósito de informar e conscientizar

Como a separação e o descarte correto são essenciais para a reciclagem funcionar, o jingle cumpre uma missão importantíssima na adesão da coleta seletiva e reciclagem. É isso o que tem ficado evidente nas praças que contam com cooperativas de reciclagem incubadas pelo Instituto Recicleiros.

Nas pesquisas Vox Lab realizadas por Recicleiros nos municípios onde o Programa está em pleno funcionamento, o carro de som foi um dos meios de comunicação mais votados pela população como um bom local para receber informações sobre a coleta, atrás apenas do rádio e redes sociais.

Durante as mobilizações porta a porta, é muito comum que os munícipes se refiram ao caminhão da coleta seletiva como “aquele da musiquinha”. Também não é raro ver moradores que preferem entregar o material para os coletores e, para isso, esperam ouvir a música se aproximando. E é claro, outro grande indicador de sucesso sempre será o engajamento das crianças, que costumam reproduzir a música em casa ou em atividades escolares. Sinal que o jingle tem cumprido seu propósito.

Ficha técnica

Música

“Separe pro caminhão da reciclagem.”

Direção de Criação

Felipe Sauma

Composição

Daniel Ayres

Felipe Sauma

Rodrigo Scarcello

Produção

Rodrigo Scarcello

Músicos

Ed Encarnação

Raphael Zarella

Rodrigo Scarcello

 

 

Como a reciclagem pode colaborar no combate às mudanças climáticas?

A reciclagem é mais do que apenas um simples ato de separar e destinar resíduos. É um processo de transformação, onde o que se achava que não tinha valor vira algo novo, como uma metáfora para o próprio futuro que queremos para o nosso planeta. À medida que enfrentamos as mudanças climáticas, ela se torna um caminho fundamental para garantir o bem-estar ambiental e social, transformando o ciclo da produção e do consumo em algo equilibrado em todos os sentidos.

Realidade das mudanças climáticas: causas e consequências

As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais do século XXI. Fenômenos como o aumento das temperaturas médias globais, a frequência crescente de eventos climáticos extremos e a perda irreversível da biodiversidade são consequências de como lidamos coletivamente com a natureza. Grande parte dessa degradação ambiental é impulsionada pela crescente demanda por recursos naturais e pela produção excessiva e descarte inadequado de resíduos sólidos.

No Brasil, aproximadamente 4% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) provêm do setor de resíduos sólidos, 64,1% desse total resulta da destinação inadequada de resíduos em lixões, aterros controlados e aterros sanitários, e esse número pode aumentar se não adotarmos práticas de gestão integrada.

Logo, a reciclagem se torna uma estratégia central para mitigação das consequências das mudanças climáticas.

A economia circular 

No Brasil, apenas 4% dos resíduos sólidos são reciclados, segundo dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA). Há muito o que se fazer para aumentar essa taxa, dentre as estratégias, podemos aprimorar processos de reciclagem a partir da economia circular, onde os produtos não seguem um ciclo linear de produção-consumo-descarte, mas são constantemente reintegrados no ciclo. Ou seja, em vez de extrair recursos da Terra, se reaproveita os materiais que já foram anteriormente produzidos, isso preserva os ecossistemas naturais e reduz a pressão sobre o que tiramos da natureza, que são recursos finitos.

A reciclagem de plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha reduz o volume de resíduos nos aterros sanitários e no meio ambiente, evitando a liberação de metano — um gás de efeito estufa com um impacto 82,5 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2) ao longo dos próximos 20 anos.

Porém, para que as cadeias de reciclagem sejam capazes de conduzir alguma mudança nesse cenário, é urgente que aconteça a integração dos setores e seus atores e se crie uma cultura de responsabilidade compartilhada.

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A urgência da ação coletiva

Embora as vantagens da reciclagem sejam visíveis, a transição para um sistema de gestão de resíduos sustentável depende do esforço coletivo. É central que governos, indústrias e cidadãos desempenhem seu papel da melhor forma possível.

Governos precisam pensar em políticas públicas que incentivem a reciclagem em larga escala, oferecendo incentivos para as organizações, além de investir em infraestrutura de coleta e processamento de materiais recicláveis. As indústrias, por sua vez, podem adotar a economia circular como modelo de negócios, integrando a reciclagem como uma prática intrínseca em seus processos produtivos. E, por último, os cidadãos precisam compreender as questões de reciclagem como um direito e um dever, compreendendo a importância da separação adequada dos resíduos e se comprometendo com o consumo responsável, tudo isso com possibilidade de acesso à informação e fortalecimento comunitário.

O Instituto Recicleiros é uma das organizações comprometidas com essa pauta, atuando como um agente integrador entre prefeituras, empresas, catadoras e catadores. Por meio de sua atuação, o Instituto capacita gestores públicos municipais para implementar políticas públicas voltadas à coleta seletiva e à reciclagem, enquanto apoia processos de incubação de cooperativas de reciclagem, colaborando para que se tornem empreendedores coletivos organizados. Além disso, busca mobilizar a população através de ações de educação socioambiental para que a cadeia da reciclagem entre em circularidade onde todos os atores são engajados.

Ainda há chances

O poder de transformação está em nossas mãos, e com cada gesto, estamos não só protegendo o ambiente, mas também construindo um futuro onde o respeito à natureza é a base para uma convivência harmônica com nosso planeta.

O futuro está sendo moldado hoje. Reciclar é acreditar que um mundo com justiça socioambiental é possível e que as mudanças climáticas não são um destino, mas uma chance para nos reinventarmos.

Fontes:

Global Alliance for Incinerator Alternatives. RESÍDUO ZERO PARA ZERO EMISSÕES: A REDUÇÃO DE RESÍDUOS COMO A VIRADA DE JOGO CLIMÁTICA. out. 2022. Disponível em: <https://polis.org.br/wp-content/uploads/2023/05/completo-ZWZE-paginaunica.pdf>

Instituto Recicleiros no Jornal Nacional: Piracaia como exemplo da mudança que queremos

Você já parou para pensar na quantidade de lixo que descartamos diariamente? Será que tudo o que vai para a lixeira deveria realmente estar ali? Um dado alarmante do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima revela que o Brasil desperdiça impressionantes R$ 38 bilhões por ano enterrando ou destinando a lixões materiais recicláveis e orgânicos que poderiam retornar à economia gerando emprego e renda para diversas famílias. 

Além disso, os municípios investem R$ 30 bilhões anualmente em coleta e destinação de resíduos, mas apenas 30% das cidades possuem programas de coleta seletiva.

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Com a aproximação da COP 30, a Conferência do Clima da ONU que será realizada em Belém, o tema da reciclagem ganha ainda mais relevância. Em sintonia com esse debate global, o Jornal Nacional lançou, no dia 6 de janeiro, uma série especial de quatro reportagens, comandada pelo jornalista André Trigueiro, para sensibilizar a população sobre o papel crucial da reciclagem na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas.

Piracaia: referência em reciclagem e inclusão socioambiental

Neste cenário, o Instituto Recicleiros teve seu trabalho em Piracaia (SP) destacado logo no primeiro episódio da série especial apresentada por Trigueiro. Há três anos, o município iniciou seus primeiros passos na separação de resíduos por meio de uma ação colaborativa promovida pelo Programa Recicleiros Cidades, que une empresas, poder público e sociedade para transformar a realidade socioambiental do município. Hoje, Piracaia é referência de como a reciclagem pode gerar resultados concretos, beneficiar a comunidade e promover mudanças duradouras. Essa trajetória reflete claramente o impacto positivo que podemos gerar juntos.

A reportagem mostrou como a coleta seletiva mudou a rotina de Piracaia. Agora, o resíduo reciclável é separado e reaproveitado, gerando renda e dignidade para as famílias que trabalham na cooperativa Recicla Piracaia. Assim, as catadoras e  os catadores passaram a contar com melhores condições de trabalho, e o impacto na renda das famílias se transformou.

Educação ambiental: mudando a cultura da população

Mas a mudança não aconteceu apenas na cooperativa. A população de Piracaia também abraçou a ideia. Com campanhas de educação ambiental e muita conversa, os moradores passaram a separar o lixo seco — plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha — e a entender que pequenas mudanças de hábito fazem uma enorme diferença.  

O destaque no Jornal Nacional foi um marco para o Instituto Recicleiros. Mais do que uma história de sucesso, a experiência de Piracaia mostra que a reciclagem pode mudar vidas e realidades. Em um país que ainda enterra bilhões de reais em materiais recicláveis, iniciativas como essa provam que é possível virar o jogo.  

A série especial do Jornal Nacional é um convite para refletirmos sobre o impacto do desperdício e a importância de adotarmos hábitos mais conscientes. Reciclar é mais do que uma prática ambiental; é um passo essencial para construir um futuro sustentável, justo e equitativo. Que tal começar hoje?

Para assistir os episódios, acesse:

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Se a sua empresa quer fazer parte dessa mudança socioambiental, vem falar com a gente. Se o seu município quer implementar um sistema de coleta seletiva e reciclagem, vem falar com a gente também.

Recicleiros e USP firmam acordo de cooperação na área de pesquisas científicas

O Instituto Recicleiros e a Universidade de São Paulo (USP) firmaram um acordo de cooperação de pesquisa e outras atividades técnicas relacionadas às duas instituições. A parceria inédita envolve a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), por meio do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos (NEPER), e a expectativa é unir experiências teóricas e práticas, a fim de gerar conhecimento aplicável à sociedade.

O acordo prevê caminhos de interação entre as partes capazes de fortalecer a universidade e a organização socioambiental. Por exemplo, contemplam ações como a elaboração conjunta de projetos de pesquisa; a organização de eventos científicos e técnicos; intercâmbio de membros da equipe técnico-administrativa; intercâmbio de informações e publicações técnicas e científicas; elaboração e aplicação de questionários e entrevistas; e levantamento de estudos de caso.

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Projeto Hub Recicleiros conecta resíduos com a reciclagem inclusiva

A interação com o Neper vai fortalecer ainda mais o Vox Lab, iniciativa do Instituto Recicleiros que promove pesquisas de comportamento para reciclagem em diversos formatos. Através de ciclos de pesquisa, o Vox Lab, que tem a SIG como apoiadora, busca entender o comportamento e o nível de conhecimento dos moradores dos municípios que integram o Programa Recicleiros Cidades sobre os processos da reciclagem. Além disso, aborda quais fatores, hábitos, influências e estímulos interferem nestas ações.

“Gestão compartilhada se faz com redes de apoio e conexão, e a academia não pode ficar de fora. A Universidade tem de estar no debate e promover atividades práticas, beneficiando toda a sociedade. Por isso, desde 2021, quando pensamos em materializar o Recicleiros Lab, tínhamos como meta estabelecer uma parceria tão importante como essa que fechamos, um Acordo de Cooperação com uma das instituições mais respeitadas da América Latina”, comenta Mônica Alves, Pesquisadora do Instituto Recicleiros.

“A parceria com Recicleiros foi recebida por toda equipe com muito entusiasmo, já conhecíamos o trabalho do Instituto e gostamos muito da ideia de poder contribuir com estas ações. O NEPER acredita que as melhorias na área de resíduos sólidos passam pela formação de profissionais, desenvolvimento de pesquisas e conexões com profissionais que atuam e conhecem o dia a dia do gerenciamento de resíduos. Acreditamos que bons frutos surgirão desse acordo”, diz Ana Teresa, mestranda na EESC-USP e integrante do NEPER.

União entre teoria e prática, e um legado para a sociedade brasileira

A interação entre Recicleiros e NEPER já começou e alguns projetos estão em andamento. Por exemplo, membros do NEPER estiveram em uma visita técnica na cooperativa Recicla Guaxupé, incubada por Recicleiros, e estão analisando a ampla pesquisa Vox Lab, realizada pelo núcleo de Pesquisa da organização socioambiental, a fim de que possam contribuir com um olhar acadêmico. 

Além disso, um mestrando da USP está iniciando uma pesquisa de campo em uma cooperativa de reciclagem. A proposta é analisar o rejeito sob a ótica do reaproveitamento energético. Esse conhecimento vai deixar um legado de conhecimento acessível, e que poderá ser replicável para outros territórios.

Por outro lado, a Recicleiros participou de uma aula do curso de Engenharia Ambiental, compartilhando sua experiência de anos acumulada no campo, dentro do Programa Recicleiros Cidades. E também estará presente no IX Simpósio Sobre Resíduos Sólidos que acontecerá em 2025 e é organizado pelo NEPER. E isso é apenas o começo. Há um enorme potencial de união a ser explorado.

De acordo com Mônica, existe a intenção de fazer trabalhos conjuntos com mestrandos e doutorandos da USP. Os pesquisadores podem chegar com uma proposta de estudo, e podem pesquisar dentro da realidade Recicleiros. Ao mesmo tempo, Recicleiros pode propor linhas de pesquisa. É tudo bem dinâmico.

Recicleiros tem muito a celebrar com essa parceria, que se estenderá a toda a sociedade, como sempre se propõe. “O NEPER tem uma grande riqueza para compartilhar. Eles são consultados por necessidades que temos, com referências e pesquisas. Esse arcabouço aliado com o laboratório vivo que somos vai ao encontro da popularização da ciência. Além disso, tem a aplicabilidade da pesquisa, já que tanto a USP quanto Recicleiros têm campo disponível para tal”, diz Luciana Ribeiro, Analista de Projetos que integra o time de Pesquisa do Instituto Recicleiros.

“Vamos gerar conhecimento com rigor acadêmico, que vai retornar para a sociedade, com métodos que podem ser replicados. Não podemos estar em todos os lugares, mas nosso conhecimento com método a gente consegue compartilhar. Esse é um legado que vamos deixar com essa parceria”, celebra Mônica.

Campanha de reciclagem Separa+ expande ações de conscientização em território do Programa Recicleiros Cidades

A campanha Separa+, que promove ações de comunicação e conscientização junto à população de Guaxupé (MG), território que conta com o Programa Recicleiros Cidades, entra em uma nova fase. Neste mês, promotores do Separa+, cooperados da Recicla Guaxupé e Agentes de Saúde do município estão visitando moradores e comerciantes para conscientizar, orientar e esclarecer possíveis dúvidas sobre a separação de recicláveis – plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha.

O Separa+ é uma iniciativa conjunta entre a cooperativa Recicla Guaxupé, a ONG Delterra, o Instituto Recicleiros e a Prefeitura de Guaxupé, que visa promover uma mudança de comportamento na população em relação à reciclagem.

Essa expansão do Separa+ passa pelo acordo entre Recicleiros e Delterra em Guaxupé (MG), visando a mudança de comportamento da população. A ideia da parceria é aplicar as experiências exitosas da Delterra nos seus projetos no exterior, e testar o desempenho da estratégia pela primeira vez no Brasil, considerando o potencial de um território adequado, com estrutura exemplar, como Guaxupé.

“Temos posicionado o Programa Recicleiros Cidades como um grande laboratório de práticas que possam ajudar o Brasil a elevar seus índices de reciclagem”, afirma Erich Burger, Diretor Institucional do Instituto Recicleiros.

Novos hábitos socioambientais

Desde maio deste ano, a equipe do Programa Separa+ vem trabalhando para que os moradores adquiram novos hábitos de reciclagem, mostrando que, ao separarem o lixo para a reciclagem dentro de casa, estão contribuindo não só com o meio ambiente e para a limpeza e sustentabilidade de Guaxupé, mas também colaborando com a renda das famílias dos cooperados que vivem da reciclagem.

Durante as visitas, além de orientações sobre os tipos de materiais recicláveis e como separá-los corretamente, os moradores recebem um calendário de coleta, no qual podem marcar o dia em que o caminhão da reciclagem passa por seu bairro. O calendário também inclui um QR code que permite acesso, via WhatsApp, ao canal oficial do projeto Separa+, onde os moradores podem tirar dúvidas, obter informações sobre os dias e horários de coleta e conhecer mais sobre o trabalho da cooperativa Recicla Guaxupé.

As equipes de campo também estão visitando os comércios dos bairros e da região central da cidade para informar sobre os materiais recicláveis e a coleta seletiva. Além disso, os times de comunicação incentivam os comerciantes a colaborar com a campanha, permitindo a exibição de cartazes informativos.

“O serviço de coleta seletiva está bastante avançado em Guaxupé, mas a população ainda está incorporando este novo hábito às suas rotinas. A comunicação precisa ser constante, e é preciso responder às dúvidas e dificuldades de quem ainda não aderiu à reciclagem, por isso as visitas porta a porta são tão importantes” diz Luciana Ribeiro, representante do Instituto Recicleiros.

Além das visitas promovidas pela campanha Separa+, os guaxupeanos também estão sendo impactados por outros meios de comunicação, como rádios, jornais, ônibus circulares e redes sociais.

Eleições 2024: as propostas Recicleiros para coleta seletiva inclusiva e reciclagem

O Instituto Recicleiros acumula anos de experiência no desenvolvimento de ecossistemas eficientes para coleta seletiva inclusiva e reciclagem nos municípios brasileiros. E, com base nesse conhecimento acumulado, preparou um documento exclusivo com propostas socioambientais para gestão sustentável de resíduos, pensando nas Eleições 2024, que vão eleger prefeitos e vereadores nos quatro cantos do Brasil.

O material inédito “Plano de Governo – Gestão Sustentável de Resíduos em âmbito Municipal” foi desenvolvido a muitas mãos pelo time de especialistas do Instituto Recicleiros. A ideia é nutrir candidatas e candidatos que participarão do processo eleitoral de informações e conhecimentos consistentes que podem ser incorporados aos respectivos planos de governo para uma gestão socioambiental sustentável e inclusiva.

Vale lembrar que a gestão de resíduos é uma responsabilidade direta dos municípios, onde ocorrem ações efetivas de coleta, tratamento e destinação final. Por isso, é crucial que os governantes integrem propostas sólidas e eficazes em seus planos de governo. Na visão Recicleiros, é fundamental tratar a questão dos resíduos sólidos como prioridade nas políticas públicas municipais, não apenas para cumprir a lei, mas também para promover a sustentabilidade ambiental, a saúde pública e a qualidade de vida da população.

Experiência prática e programa estruturado

As sugestões Recicleiros contemplam a experiência de incubação de 14 cooperativas de reciclagem do Programa Recicleiros Cidades, que implanta e promove nos municípios um sistema referência de coleta seletiva e reciclagem. O documento aborda:

  • Planejamento, regulamentação e orçamento municipal. 
  • Estruturação da coleta seletiva no município.
  • Capacitação e inclusão dos catadores nas políticas públicas.
  • Educação ambiental e conscientização da população sobre a importância da reutilização e reciclagem.
  • Parcerias com organizações da sociedade civil e iniciativas privadas.
  • Criação de campanhas de engajamento para promover práticas sustentáveis.

“Nosso compromisso é garantir que os candidatos às eleições de 2024 se tornem agentes de transformação nas suas comunidades”, afirma Cezar Augusto, gerente da Academia Recicleiros do Gestor Público. “A coleta seletiva não é apenas uma questão ambiental, mas uma oportunidade para promover justiça social, gerar emprego e renda, e construir cidades mais resilientes”, acrescenta.

Recicleiros acredita que o equilíbrio do meio ambiente, a coleta seletiva inclusiva e a reciclagem são direitos constitucionais, e devem ser políticas de Estado. Portanto, trabalha ao lado de todos os gestores públicos do Brasil, sempre com a premissa técnica e apartidária.

“Essas sugestões visam não apenas a implementação de um sistema de coleta seletiva eficiente com medidas já testadas e consolidadas ao longo dos últimos anos por Recicleiros em diversas localidades espalhadas pelo Brasil e iniciativas já consolidadas de outras organizações congêneres, mas também a inclusão social, econômica e ambiental, fortalecendo catadoras e catadores de materiais recicláveis e orgânicos compostáveis, promovendo um desenvolvimento sustentável para o município”, finaliza Cezar Augusto.

Para baixar gratuitamente as sugestões do Instituto Recicleiros para Planos de Governo, clique neste link.