Seletiva 2023: veja os 9 municípios habilitados para o Programa Recicleiros Cidades

O Instituto Recicleiros anunciou os 9 municípios habilitados que podem integrar o Programa Recicleiros Cidades a partir de 2024. A divulgação da lista encerra a quinta e última fase do processo seletivo 2023, que começou ainda no mês de janeiro.

Ao longo dos últimos meses, os municípios passaram por um longo processo de qualificação junto à Academia Recicleiros do Gestor Público, que conduziu a quinta edição da seletiva que prevê o ingresso no Programa Recicleiros Cidades.

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Esta, aliás, é uma das missões do Instituto Recicleiros: auxiliar municípios brasileiros a implantar do zero um sistema eficiente de coleta seletiva e reciclagem, que leve em consideração os aspectos ambientais e sociais.

Veja a lista dos municípios habilitados este ano, ou seja, que cumpriram parcialmente os requisitos mandatórios do Edital de Chamamento e estão mais próximos de integrarem a tecnologia em seus territórios:

  • Agudos/SP
  • Araguari/MG
  • Araripina/PE
  • Guapimirim/RJ
  • Itapecuru Mirim/MA 
  • Itapipoca/CE
  • Pederneiras/SP
  • São Bento do Sul/SC
  • Teotônio Vilela/AL

À medida que os municípios evoluírem com as pendências, poderão ser selecionados para o Programa Recicleiros Cidades e, assim, receberem até R$ 5 milhões que serão investidos na estruturação da coleta seletiva e reciclagem municipal.

“Nossa jornada começou com um sólido alicerce, através de uma equipe multidisciplinar, aprimoramos o Edital de Chamamento e planejamos minuciosamente o projeto ao longo de dois meses, momentos cruciais que pavimentaram o caminho para o sucesso alcançado. Desde então, durante quase sete meses, mergulhamos de cabeça em uma missão de colaboração com os Servidores Públicos dos 25 municípios classificados na primeira fase. Nosso compromisso foi compreender a fundo cada território, suas demandas, desafios e potenciais, visando fornecer o suporte necessário para a estruturação das políticas públicas de coleta seletiva e reciclagem”, comenta Fábio Augusto, Coordenador de Comunicação da Seletiva. 

Ele acrescenta: “Hoje, com grande orgulho, podemos afirmar que nosso esforço foi recompensado. Foram triunfos significativos e tivemos a honra de conhecer gestores realmente comprometidos em trazer inovação consciente para os seus municípios”. 

A expectativa é iniciar a implantação em ao menos dois territórios no início de 2024.

Números da Seletiva fase a fase

A primeira fase da Seletiva 2023, que aconteceu entre janeiro e março, foi um verdadeiro sucesso. Foram 606 inscrições gerais e 24 estados alcançados. As 312 inscrições consideradas oficiais representam crescimento de 184% em comparação com a Seletiva 2022. O número de municípios aptos também evoluiu consideravelmente, subindo de 75 no ano passado para 121 neste ano, ou seja, avanço de 61%.

A segunda fase do processo, em março, trouxe os 25 municípios classificados para a Turma de Qualificação, seguida da terceira fase, chamada Qualificação e Submissão das Evidências. Neste período, a Academia do Gestor Público estreitou ainda mais seu vínculo com os gestores públicos e promoveu 10 Mentorias Técnicas com especialistas Recicleiros sobre os mais variados temas ligados à implantação da coleta seletiva e reciclagem. 

Esse processo de qualificação resultou em 650 acessos de gestores(as) nas mentorias; 335 embarques na Trilha do Conhecimento; cerca de 150 documentos enviados pelos gestores e analisados pelo time de Qualificação e Seleção do Instituto Recicleiros. Na prática, esses números significam a eficiência na transferência de conhecimento proposto por Recicleiros, sempre no sentido de oferecer apoio para os gestores avançarem nas questões socioambientais locais.

A visão dos gestores públicos da Seletiva 2023

“O processo propôs uma revolução na gestão municipal dos resíduos sólidos, possibilitando uma reorganização jurídica, administrativa e operacional desse importante serviço público, regularizando e modernizando. É um divisor de águas para os municípios que estão dispostos a melhorar a gestão”, afirma Eliel Pacheco Junior, Secretário de Meio Ambiente de Pederneiras/SP.

“Sinceramente, para o nosso município só em ter tido a possibilidade de ter participado desse processo de qualificação deste projeto exitoso, foi uma realização, um objetivo social e ambiental da municipalidade. Para ficar melhor é só Itapecuru Mirim receber uma unidade!”, diz Tiago de Oliveira Ferreira, Secretário de Meio Ambiente de Itapecuru Mirim/MA.

A quarta fase mostrou a clara evolução dos municípios no avanço da construção da política pública de coleta seletiva reciclagem. 

  • + de 30 Consultorias realizadas
  • 12 Cartas Compromisso assinadas
  • 6 Leis da Coleta Seletiva promulgadas
  • 6 Leis Orçamentárias Anuais com rubrica específica para a Coleta Seletiva
  • 3 Leis das Sacolas Plásticas publicadas

“Continuaremos a trabalhar com dedicação e empenho para sustentar e expandir essas conquistas. Nossa equipe está comprometida em contribuir para um futuro mais sustentável e consciente em cada um dos municípios que servimos. Agradecemos a todos os envolvidos por fazerem parte desta jornada conosco e por acreditarem em nosso propósito. Estamos ansiosos para continuar a trilhar este caminho em busca de um mundo melhor e mais justo”, finaliza Fábio Augusto.

Conheça os impactos ambientais, sociais e econômicos obtidos com o Programa Recicleiros Cidades

Quais são os impactos socioambientais e econômico possível a partir da implementação do Programa Recicleiros Cidades? Esse foi um dos assuntos da 10ª Mentoria Técnica, promovida pela Academia Recicleiros do Gestor Público.

O décimo e último encontro on-line deste ciclo da Seletiva 2023 falou sobre os efeitos positivos desta ação nos aspectos ambientais, econômicos e sociais, sobretudo, como é possível na prática implantar o sistema municipal de coleta seletiva e reciclagem dentro do escopo proposto pelo Instituto Recicleiros no Programa Recicleiros Cidades. 

O encontro coordenado por Cezar Augusto, gerente da Academia Recicleiros do Gestor Público, fez uma espécie de retrospectiva, resgatando um resumo dos conteúdos trabalhados anteriormente nas outras nove mentorias, como legislação, coleta e transporte, comunicação e mobilização, entre outros assuntos.

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Além disso, contou com duas entradas ao vivo com relatos importantes que evidenciaram os resultados em diferentes municípios, sob óticas diversas. Primeiro, Cauê Henrique Pelegrineli, líder de Unidade em Garça (SP), mostrou um pouco do trabalho realizado pela Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR) em Garça (SP), inaugurada há pouco mais de 2 anos.

Dignidade ao ser humano e respeito ao meio ambiente

Em seguida, foi a vez de Sinézio Rodrigues, secretário do meio ambiente de Serra Talhada (PE), direto da Recicla Serra Talhada, falar da experiência de fazer parte do Programa Recicleiros Cidades sob o ponto de vista do gestor público.

“A gente destinava todos nossos resíduos para o aterro sanitário, ou seja, a Prefeitura não gerava emprego e não garantia dignidade para um público que estava à margem da sociedade. A gente costuma dizer que enterrava dinheiro. Com essa parceria com Recicleiros, nós resolvemos um grande problema, já que o material reciclável estava sendo enterrado no lixão”, explica Sinézio Rodrigues.

“Hoje, geramos emprego e renda para mais de 20 pessoas, e a perspectiva da cooperativa é chegar a 60 cooperados. Nós estamos levando dignidade para as pessoas através de um projeto bacana e que a prefeitura de Serra Talhada não teria condições de fazer com investimentos próprios. É isso que Recicleiros faz: leva dignidade às pessoas que mais precisam, respeito ao meio ambiente e economia ao município”, completa.

Quais os impactos positivos da coleta seletiva e da reciclagem?

Veja agora alguns dos impactos positivos gerados pelo Programa Recicleiros Cidades, considerando o período de incubação de 60 meses em uma praça.

Ambiental

  • Recuperação

Potencial de recuperação de massa reciclável da ordem de 7.900 toneladas.

  • Preservação

Diminuição do passivo ambiental e da área degradada a ser recuperada.

  • Reciclagem

Reintrodução de materiais no ciclo produtivo.

  • Redução

Diminuição da extração de matéria-prima para produção de embalagens.

Social

  • Trabalho e renda digna

Geração de mais de 50 postos de trabalho qualificados diretos.

  • Capacitação

Potencialização das capacidades profissionais dos cooperados;

  • Empoderamento

Aumento da autoestima e da valorização das pessoas envolvidas.

  • Mobilidade

Possibilidade de oportunizar mobilidade social.

Econômico

  • Dinheiro novo

Injeção de dinheiro novo na economia local, entre R$ 2,5 e R$ 3 milhões.

  • Economia de recursos

Diminuição dos recursos aportados em assistência social.

  • Produtividade

Menos investimento em programas de recuperação de área degradada.

  • Fontes de financiamento

Acesso a recursos do estado e do governo (ICMS Ecológico, por exemplo).

Quais serão os próximos municípios contemplados com o Programa Recicleiros Cidades?

Atualmente, o Programa Recicleiros Cidades está em plena operação em 12 municípios brasileiros, com uma coleta seletiva e reciclagem inclusiva, proporcionando inúmeros benefícios à população, ao meio ambiente e à gestão pública. Outras três cidades estão em fase de implantação, e muito em breve, farão parte do Programa, casos de São José do Rio Pardo (SP), Cataguases e Machado, ambos em Minas Gerais.

Por fim, importante frisar que a Academia Recicleiros do Gestor Público oferece as gravações das Mentorias Técnicas na íntegra dentro do blog de sua plataforma on-line, para todos agentes públicos brasileiros interessados. Para ter acesso, basta se inscrever na página oficial: clique aqui > 

3 fatos que comprovam o caráter inovador da Academia Recicleiros do Gestor Público

A Academia Recicleiros do Gestor Público é a área do Instituto Recicleiros responsável por  qualificar e selecionar os municípios para o ingresso no Programa Recicleiros Cidades, que implanta (muitas vezes) do zero a política pública de coleta seletiva e reciclagem em parceria com as cidades. 

Ou seja, trata-se de um setor que dialoga diretamente com os gestores municipais, e que nasceu e se desenvolveu a partir de um esforço coletivo, de horas e horas de conversas e reflexões dos profissionais de diferentes departamentos dedicados ao Instituto Recicleiros.

E se tem uma palavra que simboliza as ações da Academia nesses últimos anos é inovação. Esta, aliás, é uma das máximas de Recicleiros. Afinal, verdade seja dita, tomar a frente para auxiliar os gestores a criarem uma base sólida para coleta seletiva dentro dos moldes adotados pelo Programa Recicleiros Cidades é, sem dúvida, uma ação inovadora.

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E, por essência, a inovação passa por pensar e fazer diferente, o que envolve tentativas e erros. “Essa necessidade de construir passa pelas diferentes tentativas. Chamávamos sempre nossas ações organizadas de projeto piloto porque a gente sempre ia para o laboratório experimentando. Se der certo nós replicamos, e o que não deu nós analisamos para não continuar”, diz Franklin Oliveira, analista técnico pleno, responsável pela coordenação e estruturação dos processos da Seletiva Recicleiros Cidades, bem como o monitoramento e gestão de indicadores do projeto. Franklin está há mais de 5 anos no Instituto Recicleiros. 

Separamos aqui três pontos que mostram a atitude inovadora da Academia. Confira!

1. Trilha do Conhecimento on-line para aprendizagem dos gestores públicos

A Trilha do Conhecimento, que integra a plataforma on-line da Academia Recicleiros do Gestor Público, nasceu em 2021 com o objetivo de qualificar os gestores públicos compartilhando as experiências acumuladas ao longo dos anos de atuação do Instituto Recicleiros. E, a partir dela, facilitar o entendimento do Edital de Chamamento Público, dos requisitos obrigatórios para a implantação do Programa Recicleiros Cidades, dentre outras facilidades. Até então, toda a transferência de conhecimento de Recicleiros era realizada em trocas presenciais.

A Trilha do Conhecimento tem 120 minutos de conteúdo dividido em três módulos: Sobre o Instituto Recicleiros e o modelo de atuação; Criando as condições necessárias para desenvolvimento da coleta seletiva; e Infraestrutura e processos para uma operação eficiente. 

Durante a Trilha, são disponibilizados gratuitamente modelos de leis, minutas sugestões, motores de cálculos, projetos de engenharia e muitos outros documentos que favorecem a ágil estruturação da política pública municipal de coleta seletiva e de reciclagem de alto impacto socioambiental.

Até hoje, a Trilha do Conhecimento já recebeu 678 embarques de gestores públicos de todo o Brasil, tanto dos municípios participantes da Seletiva quanto de outros interessados em adquirir conhecimento para instalar uma coleta seletiva perene e sustentável.

“A Academia consolida todo esse conhecimento que a gente vem adquirindo durante todos esses anos dentro de uma plataforma, como uma Academia. Levamos o conteúdo de forma mais lúdica”, acrescenta Franklin.

2. Edital de Chamamento Público

Em um primeiro momento, a seleção de municípios para o Programa Recicleiros Cidades passava pela busca ativa de Recicleiros pelos gestores municipais. Na prática, era o Instituto que fazia o primeiro contato para iniciar as conversas.

Com o passar dos anos, a metodologia mudou. A partir da experiência adquirida no contato com os gestores no cotidiano, a Academia Recicleiros do Gestor Público criou o Edital de Chamamento Público. Assim, os municípios interessados em instalar um sistema inteligente e eficiente de coleta seletiva e reciclagem poderiam se inscrever para concorrer a uma vaga no maior programa estruturante de coleta seletiva do Brasil.

A Seletiva 2023 evidencia que a proposta inovadora da Academia está dando resultados. Neste ano, durante a fase de credenciamento, a Academia registrou recorde de inscrições. Foram 24 estados brasileiros alcançados, com 312 inscrições oficiais, aumento de 184% em relação ao processo seletivo de 2022.

O crescimento de municípios aptos também foi expressivo: 61%. Este ano foram 121, contra 75 no ano passado.

“O que mais revolucionou foi o processo de chamamento público, começamos com três selecionados, subimos para 12, ou seja, cresceu o número de municípios com quem nos relacionamos, e depois cito a Trilha do Conhecimento. A organização do processo de forma fluida é um dos destaques atuais dentro da inovação constante. Fazemos e refazemos os processos desde sempre”, diz Cezar Augusto, gerente da Academia Recicleiros do Gestor Público.

3. Mentorias Técnicas para qualificação dos gestores públicos

É verdade que existem hoje no mercado ótimos cursos ligados à coleta seletiva e reciclagem. Porém, uma qualificação de gestores públicos dentro do padrão oferecido pela Academia, modéstia à parte, ainda não tem.

A gestão prática da Academia junto aos gestores públicos trouxe a necessidade de não apenas atrair, mas também qualificar os representantes municipais. Afinal, Recicleiros acumula 17 anos de experiência na promoção e implantação de coleta seletiva de eficiência.

E o caminho inovador proposto pela Academia foi a criação das Mentorias Técnicas com especialistas Recicleiros para qualificar os municípios selecionados, em 2022. Em síntese, a ideia é esclarecer dúvidas e orientar os interlocutores/representantes dos municípios para permitir o entendimento acerca do Programa Recicleiros Cidades, seus requisitos e de que modo esse município se prepara para concorrer a uma vaga no Programa Recicleiros Cidades.

São 10 encontros durante 3 meses de qualificação, com temas que passam pela regulamentação, infraestrutura, estabelecimentos de parcerias, organização de catadores, entre outros.

“Quando criamos a Plataforma on-line da Academia, achamos que daria tudo certo. Criamos o edital, fizemos a comunicação e esperamos, mas não foi como esperávamos. Então, fomos ver quem concluiu a Trilha, e daí veio a ideia de fazer um bloco de aceleração com os gestores públicos para fazer dar certo. Não dava para acontecer sozinho, precisava de relacionamento, que se materializou nas Mentorias, somada às trocas com os gestores”, conclui Cezar Augusto.

O que os gestores municipais falam dos trabalhos inovadores da Academia?

“Importante para as equipes municipais conhecerem melhor as etapas do Programa, os organizadores e idealizadores do Programa e, principalmente, as diretrizes que norteiam o Programa Recicleiros Cidades. Acreditamos que os municípios contemplados pelo Programa terão uma excelente oportunidade para transformar a realidade da gestão dos serviços de coleta seletiva e dos catadores que retiram dessa atividade o seu sustento”. Priscilla Cunha Moreira dos Santos Ruiz, Assessora de Gabinete do Departamento de Meio Ambiente de Paraguaçu Paulista (SP).

“As mentorias foram muito claras e enriquecedoras. Todo corpo técnico do município de Machado pôde compreender melhor todo sistema do projeto e aspirar melhorias na coleta seletiva de nossa cidade”. Fernando Aryson Milan, Diretor de Licenciamento e Regularização Ambiental de Machado (MG), município habilitado para o Programa Recicleiros Cidades e que está em fase de instalação.

“Foi de extrema importância esse primeiro contato, para entendermos a logística e responsabilidade de cada setor envolvido. Estamos cientes de todos os itens a serem cumpridos e o Programa vem de encontro com várias situações pendentes e que necessitam de melhorias em nosso município”. Rafaela Mayer Zaniolo Seleme, Secretária Municipal de Meio Ambiente de Canoinhas (SC).

Conheça a página da Academia Recicleiros do Gestor Público clicando aqui! 

Os desafios da comunicação para o sucesso do Programa Recicleiros Cidades

Com o tema “Comunicação Ambiental: mobilização”, a 9ª Mentoria Técnica voltada aos gestores públicos municipais falou sobre o trabalho de conscientização e mudança de comportamento realizado por Recicleiros dentro dos municípios que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades.

A responsável pela partilha do conteúdo foi Tamires Lavor, gerente de comunicação do Programa Recicleiros Cidades, que contou detalhes desse trabalho tão importante realizado junto à população para o sucesso da coleta seletiva e reciclagem.

A importância da responsabilidade compartilhada

Um ponto importante destacado na apresentação foi a responsabilidade compartilhada. Afinal, para o desenvolvimento constante da política pública de coleta seletiva e reciclagem dentro da premissa pensada pelo Instituto Recicleiros, é fundamental a união e integração de diferentes segmentos que fazem parte desse modelo. Ou seja, prefeitura, cooperativa, munícipes e Recicleiros precisam trabalhar em parceria, cada uma fazendo a sua parte.

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Nesse contexto, é responsabilidade de Recicleiros atuar ativamente na construção da cultura da reciclagem com os cidadãos. Esse é o principal objetivo da comunicação: munir as pessoas de informações e conhecimentos para criar o hábito (urgente) de reciclar. E, também, deixar evidente que, ao adotar esse modelo de vida, estamos contribuindo de forma significativa para o meio ambiente e gerando renda e trabalho para as pessoas que mais precisam dentro das Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs).

O desafio da comunicação é grande. Segundo pesquisa do Instituto Akatu, 76% das pessoas são indiferentes ou iniciantes em assuntos que envolvem consciência ambiental. Esse dado deixa evidente a importância do trabalho de mobilização realizado por Recicleiros nas cidades para trazer cada vez mais reflexões acerca da sustentabilidade, incluindo a reciclagem.

Ao mesmo tempo, um relatório da Akatu & Globe Scan, cujo nome é “Vida Saudável e Sustentável”, apontou que o interesse em reciclar é maior que a facilidade. Isso significa que existe um potencial inexplorado na gestão dos resíduos sólidos e, também, na comunicação do tema. E é nessa oportunidade que Recicleiros está apoiado.

7 passos para engajar os cidadãos

Tamires abordou em sua apresentação os sete passos essenciais para engajar os cidadãos e cidadãs dentro da perspectiva de reciclar. Confira:

1. Conhecer o público

2. Causar impacto

3. Informação fácil e acessível

4. Estar presente on e off com comunicação cruzada

5. Comunicações abrangentes e segmentadas

6. Interatividade e engajamento da cidade

7. Consistência e melhoria constante

Para além de todas essas ações, a fiscalização por parte da gestão pública é de grande importância para consolidar a prática do descarte dos materiais recicláveis.

Por fim, Tamires destacou as fases de atuação do time de comunicação Recicleiros dentro dos municípios. Vamos a eles:

1. Conhecimento do território com o mapeamento do ambiente.

2. Chegou a reciclagem, a partir de ações de mídia de massa para divulgação da coleta e captação de materiais.

3. Recicle, com as mobilizações presenciais.

4. Você já recicla? Acontece com ações direcionadas.

5. Projetos, com desenvolvimento e testes de novos serviços e produtos

Entre janeiro de 2021 e abril de 2023, o Programa Recicleiros Cidades foi diretamente responsável pelo volume de mais de 4,4 mil toneladas de materiais reciclados. E, sem dúvida nenhuma, a comunicação e a conscientização da população para a mudança de comportamento foi preponderante para se atingir tais números.

Importante frisar que a Academia Recicleiros do Gestor Público oferece as gravações das Mentorias Técnicas na íntegra dentro do blog de sua plataforma on-line, para todos agentes públicos brasileiros interessados. Para ter acesso, basta se inscrever na página oficial: clique aqui > 

A 10ª (e última) Mentoria Técnica da Academia Recicleiros do Gestor Público falará sobre a candidatura dos municípios para integrarem o Programa Recicleiros Cidades.

Saiba como a Academia Recicleiros do Catador faz a incubação em uma UPMR

Como funciona o processo de criação, incubação e emancipação das cooperativas nas cidades, a partir da atuação da Academia Recicleiros do Catador na UPMR? Esse foi o tema da 8ª Mentoria Técnica com especialistas Recicleiros junto aos gestores públicos dos municípios que concorrem a uma vaga para o Programa Recicleiros Cidades.

O convidado da Mentoria com o tema “Organização dos Catadores: Incubação” foi Lusimar Guimarães, gestor da Academia Recicleiros do Catador, que tem como premissa trabalhar fomentando o empreendedorismo, a inclusão e a mobilidade social das catadoras e catadores brasileiros.

É bom frisar: a Academia Recicleiros do Catador é uma escola de educação corporativa, com foco no desenvolvimento técnico e humano de catadores de materiais recicláveis reunidos em cooperativas. Sua atuação engloba diretamente a Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR) do município que integra o maior e mais completo programa estruturante de coleta seletiva e reciclagem do Brasil.

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Academia Recicleiros do Catador investe na inclusão e capacitação de profissionais da coleta seletiva e reciclagem

A incubação dentro da UPMR é um projeto de longo prazo, em torno de 60 meses, que dá suporte para o grupo de cooperados operar, administrar e governar a cooperativa. “A Academia tem por missão preparar as pessoas para esses três pontos essenciais, até porque em dado momento esse empreendimento social vai andar sozinho fazendo parte da política pública local”, explica Lusimar.

Os três pilares da incubação

Infraestrutura, Capacitação e Emancipação. Esses são os três pilares da incubação promovida pela Academia do Catador junto às cooperativas que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades.

Dentro de Infraestrutura, estão contemplados seis itens: galpão, equipamentos, comunicação, coleta seletiva, orçamento e administrativo.

Já com relação à capacitação, os pontos tratados são: competências gerais, cooperativismo, operacional, administrativo, liderança e empreendedorismo.

Por fim, sobre a emancipação, a incubação envolve a certificação, a política pública e os ativos da cooperativa.

Programa de Desenvolvimento Socioprofissional Recicleiros

Para estruturar todas as ações, a Academia Recicleiros do Catador criou um programa completo de formação estruturado em 5 módulos, são eles:

  • Cooperativismo
  • Produtivo
  • Administrativo
  • Lideranças
  • Competências básicas e gerais para o trabalho

“A escola está dentro da planta, se aprende fazendo na própria UPMR. Tem desenvolvimento individual e tem também um plano coletivo para desenvolvimento do grupo”, acrescenta Lusimar.

Vale lembrar que a Academia Recicleiros do Gestor Público oferece as gravações das Mentorias Técnicas na íntegra dentro do blog de sua plataforma on-line, para todos agentes públicos brasileiros interessados, para ter acesso, basta se inscrever na página oficial a seguir, clique aqui > 

A 9ª Mentoria Técnica da Academia Recicleiros do Gestor Público terá como tema “Mobilização e Comunicação”.

Anuário da Reciclagem traz um raio-X do segmento no Brasil

O Anuário da Reciclagem, desenvolvido a partir da iniciativa do Instituto Pragma, é um material de referência no setor. Foi criado para evidenciar o potencial econômico, social e ambiental da reciclagem e, também, mostrar a importância de catadoras e catadores de recicláveis na promoção e viabilização da cadeia sustentável.

Temos orgulho de ter contribuído com dados estatísticos que compõem esse conteúdo tão rico e que nos ajuda a refletir e pensar nos próximos passos para criarmos um modelo sustentável que una os aspectos ambientais e sociais.

Destacamos aqui 8 pontos relevantes do Anuário, cuja última edição foi lançada em dezembro de 2022. Confira!

1. O perfil demográfico das catadoras e catadores no Brasil

De acordo com o Anuário da Reciclagem 2022, em média, são 32 catadoras e catadores de materiais recicláveis por cooperativa/associação, considerando uma amostragem de 306 organizações pesquisadas em todo o país, e um total de 9.854 profissionais. 

Olhando para as regiões, o Centro-Oeste conta com a maior média de profissionais por organização (50). Depois, aparecem Sudeste e Nordeste (31), Sul (29) e Norte (22).

Outro ponto interessante é a análise em números absolutos por região. A Sudeste apresenta o maior número de catadoras e catadores, com 3.977, cerca de 40% dos trabalhadores, seguida da Sul, com 1.964. Já o Norte tem o menor número entre as regiões do país (568), aproximadamente 6%.

Considerando os estados, São Paulo tem o maior número de trabalhadores: 2.854. Na sequência, vem o Distrito Federal (1.052). Na outra ponta, os estados da Paraíba e do Acre registraram o menor número de catadoras e catadores, com 23 e 22, respectivamente. 

Importante ressaltar que esse cenário de distribuição das catadoras e catadores pode estar relacionada a alguns fatores, como a presença de políticas públicas voltadas à coleta seletiva operacionalizada por organizações de catadores de materiais recicláveis, bem como incentivos públicos, além da presença de indústrias da reciclagem.

Recicleiros está presente hoje em todas as regiões do país. E o plano é, até 2027, marcar presença em 60 cidades, e alcançar mais de 3 mil postos de trabalho nas cooperativas.

2. A proporção de homens e mulheres dentro da reciclagem

As mulheres representam 56% do total de trabalhadores vinculados à reciclagem, versus 44% dos homens. A análise considera 306 organizações, num total de 9.854 catadores.

Em números absolutos, são 5.483 mulheres, enquanto 4.371 são homens, ou seja, uma diferença de 1.112 mulheres a mais nas atividades de coleta, triagem, enfardamento e comercialização de materiais recicláveis dentro do universo pesquisado.

Quando analisada a distribuição de mulheres e homens por região, a Sudeste é a que conta com a maior presença feminina: 60% ou 2.381 profissionais. Depois, aparecem as regiões Sul com 1.077 mulheres (55%); Centro-Oeste com 919 (53%), Norte com 291 (51%) e Nordeste com 815 (50,3%).

As mulheres, além de essenciais na cadeia da reciclagem, são protagonistas em diversos movimentos da categoria pelo país. 

3. Renda média de catadoras e catadores

A renda média mensal foi um dos pontos levantados no Anuário. De acordo com ele, a média nacional da renda desses profissionais da reciclagem é de R$ 1.478, ou seja, ligeiramente acima do salário mínimo atual, fixado em R$ 1.320.

Quando olhamos a renda média por região, Centro-Oeste, Sul e Sudeste registraram R$ 1.671, R$ 1.594 e R$ 1.574, respectivamente, acima da média nacional. As regiões Nordeste e Norte ficaram abaixo da média nacional e, também, inferior ao salário mínimo. A primeira registrou R$ 1.008, enquanto a segunda R$ 1.022.

O estudo também revela um crescimento expressivo da renda média mensal das catadoras e catadores entre os anos de 2019 e 2021. O valor, que era de R$ 1.072, passou para R$ 1.448 dois anos depois, uma elevação considerável de 35,1%. 

Destaque para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, que cresceram acima da média nacional. Na Centro-Oeste, subiu de R$ 800 para R$ 1.671, aumento de 108,9%. Já a Sudeste passou de R$ 1.073 para 1.574, acréscimo de 46,7%. Vale mencionar que as outras regiões também cresceram, mas com índices um pouco menores.

Apesar das conquistas nos últimos anos em relação à remuneração, é bom ressaltar que ainda existem muitos avanços pela frente. Afinal, os valores ainda não são satisfatórios e, também, a informalidade é uma realidade nesse contexto. É comum se ver ambientes de trabalho precários, nos quais muitos trabalhadores seguem sem benefícios trabalhistas e direito à seguridade social, por exemplo. E isso precisa mudar.

Recicleiros defende uma remuneração justa a catadoras e catadores como elemento importante dentro da cadeia da reciclagem. Veja este texto publicado aqui no blog.

4. Preço médio dos materiais comercializados para reciclagem

O alumínio é disparado o item reciclável mais rentável na hora da venda, de acordo com o Anuário da Reciclagem 2022. O valor médio cobrado pelo item no Brasil é de R$ 4,77 o quilo. Quando feito o recorte por região, na Sudeste o alumínio é negociado por até R$ 5,94, enquanto no Nordeste, o valor fica em R$ 2,82.

Em seguida, aparece o plástico, negociado a R$ 1,73 o quilo na média nacional. Aqui, é bom lembrar, existem hoje diversos tipos de plásticos, como PEAD, PEBD, PP, PET e PS. Alguns bem mais valorizados pelo mercado do que outros, o que acaba desvalorizando a comercialização dos que possuem menor demanda.

O terceiro item é “outros metais” (sucatas), vendido, em média, a R$ 1,58. Já o papel é comercializado a R$ 0,81, em média. Por último na lista vem o vidro, cujo preço de negociação fica em apenas R$ 0,21. Sobre esse valor tão baixo envolvendo o vidro, vale uma ponderação.

Apesar de a reciclagem do vidro ser um dos processos de reciclagem menos complexos, o material ainda enfrenta o desafio da logística, por conta de seu peso e fragilidade. Atento a isso, Recicleiros tem desenvolvido projetos em conjunto com o setor empresarial para a real evolução da cadeia de reciclagem de vidro. O objetivo é garantir que este material aumente o percentual de reciclabilidade, ao mesmo tempo que garanta uma remuneração justa às cooperativas e, por consequência, aos cooperados.

Quando analisamos a representatividade por material coletado dentro das cooperativas, o papel é o item que tem maior participação, com 46% do total recolhido. Na sequência, vem o plástico, com 22%. 

Os metais representam 16% de toda a quantidade de recicláveis coletada pelas cooperativas brasileiras, sendo apenas 2% de alumínio, o item mais rentável. Importante destacar que este baixíssimo percentual de alumínio que chega às cooperativas acontece, em geral, pela coleta de catadores avulsos nas ruas e estabelecimentos em geral, situação esta onde comumente o catador ou a catadora estão em situação de alta vulnerabilidade social. Os vidros, por sua vez, correspondem a 16%.

Os dados foram obtidos a partir das informações disponibilizadas por 646 organizações de catadores, que correspondem a uma amostragem de 32% do Banco de Dados do Anuário.

Embora as iniciativas para transformar este cenário sejam muitas, o caminho ainda é longo. Recicleiros acredita que uma cadeia sustentável de reciclagem passa necessariamente pelo pagamento de um preço justo dos materiais recicláveis. 

Só assim será possível promover impacto profundo do ponto de vista ambiental e social, e que seja perene para benefício de toda a sociedade.

5. Coleta Seletiva nos municípios

As 1.996 organizações que compõem o Banco de Dados do Anuário da Reciclagem 2022 estão sediadas em 1.032 municípios espalhados por todo o país. 

A partir daí, foram consultados os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) sobre a gestão de resíduos sólidos no Brasil. O resultado? Constatou-se que 692 municípios possuem coleta seletiva, o que corresponde a 67% do total de municípios mapeados pela pesquisa. A margem de erro é de 5%. Vale ressaltar que os 1.032 municípios correspondem a 18,5% do total de municípios no Brasil. 

Ao fazer o recorte por regiões, a Sudeste é a que concentra o maior número de municípios com coleta seletiva em operação: 48,5%. A Sul aparece em segundo lugar com 29,6%, seguida pela região Nordeste com 11,1%. 

Em quarto lugar, vem a Centro-Oeste com 7,3% e, fechando a lista, a Norte, com 3,3%.

Dentro do universo pesquisado, o Estado de São Paulo figura com o maior número de cidades com coleta seletiva: 185. O Paraná vem em segundo com 125, e Minas Gerais fecha o top-3 com 100 municípios.

É importante destacar que em diversos municípios brasileiros a coleta seletiva ainda é incipiente e/ou ineficiente, sendo ao mesmo tempo que um grande obstáculo, tanto para a gestão de resíduos sólidos quanto para as cooperativas que têm seu trabalho e renda atrelado ao serviço, também uma grande oportunidade para que estes sistemas sejam otimizados. 

6. Impactos ambientais da atuação das organizações de catadores

Para além de uma atividade econômica importantíssima, a reciclagem tem um papel essencial na preservação do planeta. Por exemplo, a partir da reciclagem, podemos reduzir as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera.

Sem dúvida nenhuma, essa é uma das grandes motivações para implantar ou mesmo ampliar a coleta seletiva de resíduos, como fazemos, em parceria com as prefeituras, por meio do Programa Recicleiros Cidades. 

Essa diminuição de emissões de CO2 a partir da reciclagem acontece de forma direta e indireta. O efeito direto se aplica na redução da geração de gases naturalmente emitidos durante o processo de decomposição dos materiais nos locais de descarte. Já o efeito indireto diz respeito à redução da produção de materiais virgens.

De acordo com o Anuário da Reciclagem 2022, foram coletadas pelas organizações de catadores que compõem o banco de dados da pesquisa, 421,7 mil toneladas de materiais. Esse volume está associado com o potencial de redução de emissões de 282,4 mil toneladas de CO2, considerando a redução da produção de materiais virgens, além da diminuição do descarte de resíduos em aterros e lixões, e, por consequência, do gás metano emitido durante o processo de decomposição.

O material que mais contribui para a potencial redução de emissões, conforme dados do Anuário, é o metal, que soma 51%, em razão do alto nível energético envolvido na produção da matéria-prima virgem. Na sequência vem o plástico, que responde por aproximadamente 40% de todas as emissões evitadas.

Esse cenário deixa evidente a lógica da cadeia da sustentabilidade defendida por Recicleiros, que envolve impacto ambiental e social. Afinal, a atividade das catadoras e catadores, que são ponto-chave nesse sistema, tem um papel essencial na redução da emissão de gases do efeito estufa, aliada à preservação dos recursos naturais. 

7. Economia de matéria-prima virgem 

Entre os muitos benefícios da coleta seletiva e reciclagem, hoje vamos olhar para o impacto positivo do ponto de vista da economia da matéria prima virgem. Já imaginou quanto podemos poupar de matéria-prima ao reutilizar materiais?

Por exemplo, estudos indicam¹ que a reciclagem de uma tonelada de papel economiza, em média, o equivalente a 20 árvores, 3,51 mil kWh de energia, e 29.202 litros de água. Já uma tonelada de plástico reciclado economiza cerca de 0,5 toneladas de petróleo e 5,3 mil kWh de energia, enquanto uma tonelada de vidro economiza, em média, 1,2 toneladas de areia e 800 kW/h de energia elétrica.

A partir daí, o Anuário da Reciclagem 2022 calculou o potencial de preservação considerando as informações reportadas pelas organizações que constam neste Banco de Dados, que serve de base para o Anuário.

Vale ressaltar que os cálculos dizem respeito apenas à economia da matéria-prima que deixa de ser empregada na produção de um novo material, sem considerar os insumos aplicados na reciclagem dos materiais usados.

Portanto, levando-se em conta o volume de resíduos coletados para a reciclagem mapeadas no Banco de Dados do Anuário da Reciclagem 2022, a economia potencial de matéria-prima seria de:

  • 1.378,1 milhões de kWh de energia
  • 3,9 milhões de árvores
  • 5.706 milhões de litros de água
  • 46,6 mil toneladas de petróleo
  • 42,8 mil toneladas de bauxita, 
  • 57,7 mil toneladas de ferro-gusa 
  • 80,2 mil toneladas de areia

Os números são impressionantes!

Por aqui, temos orgulho de ser parte disso. Por meio do Programa Recicleiros Cidades, contribuímos de forma direta para dar vida à coleta seletiva e à reciclagem e, claro, para a economia de matéria prima gerada a partir do reaproveitamento de resíduos sólidos.

1.Hisatugo, Erika e Marçal Júnior, Oswaldo. Coleta seletiva e reciclagem como instrumentos para conservação ambiental: um estudo de caso em Uberlândia, Sociedade & Natureza, v. 19, n. 2, pp. 205-216. 2007.

8. Evolução da quantidade de resíduos sólidos destinados à reciclagem

Dentre tantas informações relevantes do segmento, a quarta edição do Anuário da Reciclagem mostra a evolução de alguns indicadores, como a quantidade de resíduos sólidos destinados à reciclagem. 

Neste caso, foi feita uma análise evolutiva da quantidade expandida, ou seja, quando a média obtida pelas organizações pesquisadas pelo Anuário é estendida às demais organizações da macrorregião.

Dito isso, o crescimento de resíduos sólidos destinados à reciclagem em todo o Brasil foi de 23%, saltando de 1057,5 mil toneladas em 2019 para 1304,5 mil toneladas em 2021.

Na análise por região, a Nordeste foi a que mais cresceu neste mesmo intervalo: 63%. Depois, aparecem Norte, com 36%, Sudeste (29%), Centro-Oeste (15%) e Sul (4%).

O dado, por um lado, é positivo porque sinaliza uma evolução da coleta seletiva e reciclagem nos últimos anos. Mas, sabemos que, mesmo se tratando de um crescimento na casa de dois dígitos, ainda há muito espaço para a reciclagem evoluir e se fortalecer no nosso país. 

É por isso que trabalhamos em diversas frentes, sempre em parceria com o poder público, iniciativa privada e sociedade civil para promover mudanças significativas do ponto de vista ambiental dentro da coleta seletiva e reciclagem.

Vox Lab une inovação, pesquisa e prática diária para promover mudança de comportamento para reciclagem

Envolvendo três áreas do Instituto Recicleiros, o Vox Lab tem como objetivo gerar inteligência para incentivar a mudança de comportamento entre os cidadãos brasileiros. A partir da execução de ações de comunicação e engajamento, coleta e análise de dados, a iniciativa quer acelerar o ritmo de adesão da população ao descarte seletivo e compartilhar conhecimento de maneira aberta.

A inovação e a geração de conhecimento a partir da prática (e também do erro) já é algo que faz parte do DNA do Instituto Recicleiros. Em uma área ainda tão incipiente no Brasil como é a reciclagem, esse posicionamento maker e laboratorial a que Recicleiros se propõe, encontra uma demanda latente por conhecimento que possa ser replicado e ajude iniciativas ao redor do país a alavancarem seus resultados. 

“Por sermos pioneiros em nossa área de atuação, essa postura de testar e aprender com a prática deixa de ser uma opção e passa a ser uma necessidade. A demanda por conhecimento existe e alguém tem que ir a campo testar, descobrir como as coisas funcionam para então sistematizar e difundir o conhecimento”, afirma Erich Burger, diretor institucional do Instituto Recicleiros.

Agora, imagine só unir essa frente de inovação, tão presente no cotidiano Recicleiros, com pesquisa científica para produzir conhecimento, criar procedimentos sistemáticos e aprimorar processos internos? E mais: com base nesses estudos, gerar um arcabouço de conhecimento que pode se tornar conteúdo de referência para dividir com o mercado? 

Pois bem, a união de inovação e pesquisa para mudança de comportamento formata um pouco do que se denominou Vox Lab.

Pesquisa de campo junto à população.

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O principal objetivo do Vox Lab é descobrir como incentivar a mudança de comportamento para a reciclagem e, assim, aumentar o volume de materiais recicláveis coletados nas cidades, não apenas onde está o Programa Recicleiros Cidades, mas também em outros municípios, já que esse conhecimento será aberto. 

Acelerar essa curva de adesão da população aos sistemas de coleta seletiva é mandatório para atender a urgente demanda por aumento das taxas de reciclagem no país. Uma demanda que é ambiental, econômica e social, já que cooperativas de catadores dependem do volume de material que chega às unidades de triagem para garantir o sustento dos catadores e a viabilidade econômica de suas cooperativas.

Mas não apenas. A verticalização dessa curva de resultados da reciclagem nas cidades é de grande interesse do setor empresarial, que investe em sistemas de logística reversa, como é o caso do Programa Recicleiros Cidades, e precisam de volumes crescentes de materiais pós-consumo para produzir produtos e embalagens mais sustentáveis.

Apesar do conceito de aprendizagem intrínseco ao que é Recicleiros, Vox Lab nasceu como projeto em 2021, com o aporte do patrocínio semente da SIG Brasil. Lá começaram os primeiros passos no sentido de organizar uma metodologia de atuação que pudesse aproveitar a diversidade formada pelos municípios do Programa Recicleiros Cidades, e com isso gerar informação valiosa para superar esse grande desafio que é mobilizar pessoas tão diversas, em locais tão diferentes, a fazer a mesma coisa: separar seus recicláveis.

Desde o ano passado, o projeto ganhou força com a formação de um núcleo dedicado de pesquisa e a composição de um squad junto com as áreas de Mobilização Social e Serviços de Marketing.

Conscientização das pessoas em eventos é parte da estratégia de comunicação.

“Com um cronograma integrado e um planejamento específico, pudemos unir forças e priorizar ações que vão nos levar a respostas mais precisas e rápidas. Queremos que essa diversidade cultural e de público que nossas cidades oferecem nos alimente como conhecimento para acelerar os benefícios sociais e ambientais da reciclagem”, destaca Tamires Lavor, gerente de comunicação do Instituto Recicleiros.

O que tem acontecido é a fusão do lado empírico, que já acontecia na prática diária, com o olhar científico. “Hoje, vejo o Vox Lab em dois parâmetros. Primeiro, a pesquisa aplicada, que é o debate com o Programa Recicleiros Cidades. Com base nas informações coletadas, o que vamos aplicar na prática. Segundo, a análise acadêmica, ou seja, o que vamos transformar em produção científica para discutir com a Academia”, conta Mônica Alves, pesquisadora do Instituto Recicleiros.

Vox Lab: conexão de três áreas que trabalham em sintonia e parceria

“É interessante que o Vox Lab tem uma atuação circular, ele não termina, vai se retroalimentando. Está tudo muito interligado”, acrescenta Mônica.

Enquanto o departamento de Mobilização Social promove ações diárias de engajamento nas cidades onde o Programa Recicleiros Cidades está presente, a área de Pesquisa ocupa-se em levantar e analisar dados desses territórios de maneira transversal. A partir dos insights gerados, o time de Marketing propõe soluções e campanhas para públicos específicos.

Vox Lab é um movimento natural de aprendizagem que acontece nos municípios em que trabalhamos e, principalmente, no espaço que existe entre esses municípios que é a correlação de dados desses diferentes territórios. O conhecimento que podemos gerar com as experiências realizadas nessas localidades pode nos ajudar a definir modelos de interação com a sociedade que abreviem a jornada da mudança de comportamento. Isso, no fim, é redução do custo da tonelada reciclada e aumento de renda e qualidade de vida para catadores.

Programa Recicleiros Cidades pelo Brasil.

Nossa missão com esse projeto é aprender para compartilhar conhecimento.

“O Vox Lab é uma mistura, uma soma de esforços dessas áreas. As soluções são feitas em conjunto, é algo vivo, que vai acontecendo nas praças. Envolve orientação e engajamento da população para o aumento das taxas da reciclagem, campanhas de conscientização, pesquisa para entender o que está acontecendo, e desenvolvimento de novas soluções, não necessariamente nessa ordem, mas sempre em aprendizado e desenvolvimento constante. Esse todo forma o Vox Lab”, explica Tamires.

“Esse trabalho é inédito, primeiro porque estamos trazendo o acadêmico para próximo, o que é essencial. Ter a facilidade de testar in loco, sem dúvida, é um diferencial. O Vox Lab faz, mede e devolve as ações com melhorias, e isso é muito positivo. Por último, estamos falando de uma ação feita por uma equipe multidisciplinar, e decisões baseadas em dados”, afirma Carolina Martinelli, coordenadora de marketing de Recicleiros.

Os benefícios do Vox Lab

Ação nas ruas de Serra Talhada (PE).

Com o Vox Lab, o Instituto Recicleiros tem a oportunidade de gerenciar um grande volume de informações geradas a partir do Programa Recicleiros Cidades. E transformar essas informações em conhecimento. Eis um dos muitos benefícios gerados na ponta.

“Temos um mesmo Programa em várias regiões do Brasil, e conseguimos levantar esses dados e comparar a partir de vários indicadores. Isso é muito rico tanto para a Academia, que se baseia em dados científicos, quanto para o Instituto aperfeiçoar as ações internas. Podemos evoluir o nosso Projeto, e gerar conhecimento para outras ações de políticas de gestão de resíduos. É algo inédito no Brasil”, diz Mônica.

Todo esse conhecimento acumulado tem um grande objetivo: promover mudança de comportamento para a reciclagem, que abrange também a coleta seletiva, a incubação de cooperativas, dentre outros assuntos correlatos.

Veja 5 dicas para a logística da coleta de recicláveis ser super funcional

A infraestrutura de coleta e transporte foi assunto da 5ª Mentoria Técnica promovida pela Academia Recicleiros do Gestor Público, dentro do processo de qualificação dos municípios que concorrem a uma vaga para o Programa Recicleiros Cidades. 

Qual é o perfil e características do veículo adequado? Qual a importância da setorização? Qual é o melhor formato para a contratação dos serviços de coleta?

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Essas foram algumas das questões abordadas no encontro online, que contou com a participação do especialista Augusto Dias Alves da Silva, técnico de logística do Instituto Recicleiros, responsável por ofertar conhecimento técnico na avaliação de cenários e soluções para o correto descarte, coleta e transporte de resíduos recicláveis nos projetos.

“A logística nada mais é do que um gerenciamento de fluxo de materiais e informações entre um ponto de origem e um ponto de destino, como objetivo de atender as necessidades da situação. Aqui em Recicleiros não é diferente, contudo, focamos na melhoria contínua do processo logístico da coleta seletiva nas cidades. Em cada praça que atuamos, focamos na melhor maneira de atender a demanda de coleta entregando um serviço de qualidade para os munícipes e gerando material de qualidade para a cooperativa”, diz Augusto.

Trabalho conjunto que gera economia para a cidade

Importante frisar que a Prefeitura é a titular da limpeza urbana, responsável pelos resíduos e, portanto, cabe a ela coletar e transportar os resíduos. Mas, o Instituto Recicleiros, por conta de sua experiência junto ao poder público, sugere encaminhamentos e propõe soluções para as gestões municipais.

“O que pretendemos com uma coleta eficiente é uma economia de recursos dos cofres públicos, uma vez que coletar e transportar reciclável torna-se mais vantajoso do que transportar rejeito. A perspectiva ao implantar a coleta seletiva inteligente com a alta taxa de adesão é ser mais econômica”, acrescenta Cezar Augusto, gerente da Academia Recicleiros do Gestor Público.

O que seu município precisa para ter uma logística funcional para a coleta seletiva? 

Nosso especialista no assunto deixa 5 dicas essenciais. Confira:

1. Setorização da cidade

Definir um conjunto de bairros que compõem um determinado setor de coleta.

2. Agenda de coleta

Estabelecer quais os dias da semana meu caminhão irá passar nos setores.

3. Veículos apropriados

Contar com uma frota adequada e com capacidade de carga para atender a demanda de material gerado na cidade.

4. Inteligência e acompanhamento

Ter caminhões na frota com sistema moderno de GPS para um monitoramento e garantia de plena execução do serviço na cidade.

5. Caixa de som

Instalar um sistema de som para a divulgação aos munícipes do serviço em “alto e bom som”, a fim de que todos saibam da operação de coleta seletiva.

E é claro, auxiliamos todos os municípios selecionados no Programa a alcançar esses objetivos.

Saiba para onde vão os investimentos de Recicleiros nos municípios que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades

A Academia Recicleiros do Gestor Público tem como missão dar todo o suporte necessário para que os municípios brasileiros se qualifiquem e implantem do zero uma política pública de coleta seletiva e reciclagem inclusiva. 

Uma vez selecionado, o município recebe do Instituto Recicleiros apoio técnico estratégico e operacional para dar vida à coleta seletiva sólida e perene, incluindo, entre outras coisas, aportes financeiros e formação de pessoas em situação de vulnerabilidade. 

Muitos gestores públicos perguntam como são aplicados os investimentos de até R$ 5 milhões previstos pelo Programa Recicleiros Cidades. E esse foi um dos assuntos abordados na 4ª Mentoria Técnica da Academia Recicleiros do Gestor Público, cujo tema é “Dimensionamento do sistema – Recursos Humanos e Materiais”. 

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Mentorias com especialistas Recicleiros qualificam gestores públicos 

O evento online é parte das ações da Turma de Qualificação com os gestores de 25 municípios selecionados para concorrerem a uma vaga para o Programa Recicleiros Cidades dentro da Seletiva 2023.

A 4ª Mentoria abordou também as metas de destinação ambientalmente adequada dos recicláveis a serem percorridas pelo Programa Recicleiros Cidades, bem como os investimentos em recursos materiais e humanos, necessários ao longo do tempo.

Marcelo Dell’ Aquila, coordenador do centro de serviços compartilhados do Instituto Recicleiros, responsável pela análise dos investimentos projetados e realizados nas praças do projeto Recicleiros Cidades, pela estruturação administrativa das cooperativas e treinamento técnico aos cooperados, foi o especialista responsável pela mentoria.

Recursos para instalação e operação da coleta seletiva

Os investimentos do Instituto Recicleiros, em síntese, se resumem em duas fases. A primeira envolve a fase de instalação da Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR).

Nesse momento, os valores são aplicados em cinco pontos essenciais para o funcionamento do Programa. São eles:

  • Qualificação e Seleção
  • Roteirização
  • Equipamentos
  • Abertura da Cooperativa
  • Preparação da Planta

Já na segunda fase, a operacional, os investimentos se concentram em outros cinco pontos:

  • Impostos 
  • Despesas Administrativas
  • Despesas Operacionais
  • Transferência de Recursos para a Cooperativa
  • Assessoria Técnica

Além de detalhar a destinação dos recursos aplicados por Recicleiros, Marcelo Dell’ Aquila também falou dos investimentos do poder público e da importância de cada agente fazer a sua parte para que os trabalhos fluam e dê os resultados esperados.

“Quanto mais material reciclável entrar na UPMR, mais ele será processado. E essa entrada de material está ligada diretamente ao trabalho da prefeitura também, principalmente na conscientização e fiscalização do que está acontecendo e para onde esse material está indo”, destaca o coordenador do Instituto Recicleiros. 

A responsabilidade da prefeitura passa pelo investimentos na coleta seletiva, contratação de veículos e motoristas, contrato com Recicleiros, mão de obra, EPIs e taxa administrativa.

Por fim, um outro ponto interessante da Mentoria Técnica foi a entrada ao vivo diretamente da UPMR de Naviraí (MS). A líder de unidade Lana Farias mostrou um pouco do funcionamento e dinâmica da planta, como o processo de triagem de materiais recicláveis e o estoque, por exemplo. 

* A Academia Recicleiros do Gestor Público oferece para todos Gestores Municipais Brasileiros (em exercício) as gravações das mentorias na íntegra, dentro do blog de sua plataforma on-line, além de conteúdos exclusivos. Aos interessados(as), solicitar login e senha para o e-mail seletiva@recicleiros.org.br. (apenas e-mail oficiais .gov.br)

A importância da lei para a implantação de coleta seletiva como política pública

Para que a implantação da coleta seletiva e reciclagem nos municípios seja efetiva, uma legítima política pública, e não apenas uma ação de um governo, a Lei da Coleta Seletiva é essencial. Esse foi o centro da conversa da 2ª Mentoria Técnica, promovida pela Academia Recicleiros do Gestor Público, dentro do processo de qualificação dos municípios que concorrem a uma vaga no Programa Recicleiros Cidades. 

A Mentoria Técnica, cujo tema foi “Regulamentação: Lei da Coleta Seletiva”, foi conduzida por Bruno Ruiz Segantini, Coordenador Jurídico do Instituto Recicleiros, especialista da área que falou sobre a importância da promulgação da Lei da Coleta Seletiva, além das principais características e dos itens fundamentais dessa lei. 

Após a apresentação, Bruno ficou à disposição dos gestores públicos para debater os temas e esclarecer dúvidas.

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“A Lei da Coleta Seletiva tem muitos atores envolvidos. Contempla quem faz a coleta do munícipe, que, inclusive, precisa ser sensibilizado. Também tem o ponto da fiscalização, que é super importante. O intuito é criar uma política pública de estado, algo perene, não atrelado a uma gestão”, disse o Bruno Segantini.

“É claro que é muito importante para a gestão ter esse marco de implantação da coleta seletiva junto a uma política pública com rigor técnico, abraçando todas as questões possíveis. Mas, essa ação não pode terminar quando o governo acaba, por isso estamos falando de uma lei, e não de um decreto, que pode ser facilmente alterado”, acrescenta.

Por que ter uma Lei de Coleta Seletiva para participar do Programa Recicleiros Cidades?

Separamos 6 razões pelas quais é fundamental contar com uma Lei de Coleta Seletiva nos municípios para concorrer a uma vaga no maior programa estruturante de coleta seletiva e reciclagem do Brasil. Confira!

1. Participação social e dos atores envolvidos na temática, tornando a coleta seletiva política pública viva, em constante debate e evolução, modernizando e adequando a lei para as realidades que se apresentarem.

2. Fiscalização para coibir coleta irregular: retirando atores irregulares do processo de coleta e envolvendo apenas aqueles autorizados legalmente, que se beneficiarão diretamente da coleta, que são os cooperados.

3. Enquadramento de grandes geradores a partir da obrigatoriedade do Plano de Gerenciamento, essencial para coleta direta pelo sistema público.

4. Valorização dos catadores: previsão expressa de contratação de organização de catadores, gerando renda e promovendo a mobilidade de pessoas da vulnerabilidade social.

5. Criação da previsão legal, importância e roteirização, a partir do Plano de Coleta Seletiva.

6. Coleta seletiva como Lei torna qualquer gestão obrigada a manter a política ativa, afinal a revogação de uma lei ambiental é onerosa, burocrática e politicamente questionável.