Instituto Recicleiros apresenta o Relatório de Impacto Socioambiental 2024

O Instituto Recicleiros lançou a mais nova edição do seu Relatório Anual de Impacto Socioambiental, com os resultados referentes a 2024. 

Em sua terceira edição, o Relatório Recicleiros reforça o compromisso da organização com transparência e inovação e lembra sua missão primordial: fomentar a cultura da reciclagem no Brasil. O material destaca as principais conquistas, os desafios enfrentados ao longo do ano e os resultados alcançados pelas cooperativas de reciclagem que integram o Programa Recicleiros Cidades.

Veja alguns números do Relatório 2024:

  • 978.977 pessoas atendidas com o Programa Recicleiros Cidades;
  • 7.186,98 toneladas de resíduos reciclados em 2024 (18.065,24 toneladas desde o início do programa);
  • 2.136 ações de mobilização social e educação ambiental realizadas.

Muito mais do que um balanço, o relatório é um convite para a reflexão, a fim de inspirar, orientar e engajar os leitores na construção da necessária transformação socioambiental.

O documento, disponível para acesso público, também apresenta as iniciativas do Instituto Recicleiros em sua missão de integrar e dialogar com os diferentes setores da sociedade envolvidos na causa socioambiental – técnicos e gestores públicos, catadoras e catadores de materiais recicláveis, empresas e cidadãos.

Quer conhecer melhor o trabalho do Instituto Recicleiros? Baixe agora o Relatório de Impacto Socioambiental 2024!

Aproveite a leitura!

MPMS desenvolve Nota Técnica que orienta a contratação de organizações de catadores por prefeituras

O Ministério Público do Mato Grosso do Sul lançou uma Nota Técnica orientativa para gestores públicos sobre a contratação de cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis.

A Nota Técnica destaca que a contratação pelo poder público deve ser a principal fonte de receita para cooperativas e associações. Além disso, o documento apresenta outras cinco alternativas que podem garantir a sustentabilidade econômica dessas organizações:

  • Contratação pelo poder público (prioritária);
  • Venda do material;
  • Créditos de logística reversa;
  • Serviços a grandes geradores;
  • Pagamento por serviços ambientais;
  • Créditos de carbono.

“O documento nasce da necessidade de enfrentar os desafios da destinação ambientalmente adequada dos resíduos e da valorização do trabalho das associações e cooperativas de catadores, historicamente responsáveis pela coleta, triagem e comercialização de recicláveis no país. Trata-se de um instrumento que visa assegurar o cumprimento dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do trabalho, da função socioambiental das políticas públicas e da inclusão social”, afirma Luciano Loubet, Promotor de Justiça – Coordenador do Núcleo Ambiental de apoio ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente (CAOMA).

Recicleiros presente na iniciativa do MPMS

O Instituto Recicleiros participou desse processo com apoio técnico na elaboração do documento e fornecimento de dados, estudos e experiências acumuladas pelo Programa Recicleiros Cidades.

“Essa medida é muito importante na medida em que o valor de venda dos materiais historicamente não tem sido suficiente para garantir as premissas mínimas de dignidade, respeito aos direitos humanos e princípios da organização internacional do trabalho. A Nota vem como uma forma de reforçar que essa atividade seja reconhecida como um serviço que deve ser prestado para toda população pelas administrações públicas, independentemente da presença de investimentos de logística reversa e protegido da influência que o preço da matéria-prima virgem tem sobre o mercado de recicláveis pós-consumo”, comenta Rafael Henrique, Diretor de Operações do Instituto Recicleiros. 

“Entretanto, é preciso ficar claro que essa alternativa não exime de responsabilidade o setor empresarial que tem por obrigação contribuir para viabilizar a estruturação e a operacionalização desses sistemas na medida que eles também servem ao cumprimento de suas obrigações legais quanto às embalagens que colocam no mercado”, completa.

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Essa contribuição reafirma a missão do Instituto Recicleiros de fortalecer políticas públicas que promovem a sustentabilidade econômica e a inclusão socioprodutiva de catadores em todo o Brasil.

Veja a notícia e acesse a Nota Técnica completa

Parecer jurídico sobre a contratação direta

Na esteira da Nota Técnica, o corpo jurídico do Instituto Recicleiros elaborou um parecer técnico-jurídico a respeito da contratação direta de cooperativas de catadores de materiais recicláveis por município. O parecer está disponível aqui.

“O parecer jurídico visa a auxiliar as municipalidades para contratação direta de cooperativas de catadores por meio de dispensa de licitação que, além de atender o princípio da economicidade processual, poupando a Administração Pública de burocracias para contratação do serviço de coleta, processamento e destinação dos resíduos recicláveis, também traz justiça social para uma parcela vulnerável da população, com renda digna, segurança, saúde, que também são direitos constitucionais básicos”, diz Bruno Segantini, Coordenador Jurídico do Instituto Recicleiros.

Esse documento oferece respaldo técnico e jurídico para que gestores públicos adotem um modelo de contratação mais ágil, inclusivo e alinhado aos princípios constitucionais.

Vale lembrar que os gestores públicos de todo o Brasil que desejam apoio para cumprir a lei e implementar um sistema eficiente de coleta seletiva e reciclagem inclusiva podem solicitar acesso gratuito à Academia Recicleiros do Gestor Público.

Com apoio de Recicleiros, Simpósio sobre Resíduos Sólidos reuniu sociedade, academia e empresas para discutir cidades inteligentes e sustentáveis

Palestras, debates, conexões e muito conhecimento. Ao longo de quatro dias, diferentes segmentos da sociedade se uniram para a nona edição do Simpósio sobre Resíduos Sólidos (SIRS), uma realização do Núcleo de Estudo e Pesquisa de Resíduos Sólidos (NEPER) da Universidade de São Paulo (USP), com apoio do Instituto Recicleiros e patrocínio da SIG. 

O evento deste ano, um dos mais relevantes do país no tema resíduos sólidos, teve como tema “Cidades Inteligentes e Sustentáveis”, e foi realizado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP).

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O Simpósio foi dividido em quatro dias e os seguintes eixos temáticos: 

  • Governança e Políticas Públicas; 
  • Engajamento Social; 
  • Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo;
  • Workshop e Apresentações dos Trabalhos. 

Além das palestras de especialistas e mesas redondas de debates sobre a questão dos resíduos nas cidades, o evento contou com a apresentação de trabalhos acadêmicos desenvolvidos pelos alunos.

Depoimentos dos palestrantes

Destaque para a participação da nossa parceria SIG, representada por Isabela de Marchi, Gerente de Sustentabilidade, que apresentou a “Estratégia de Circularidade SIG: construindo uma cadeia ética de reciclagem”.

“Esse encontro foi extremamente produtivo e reforça a importância de promover o diálogo entre academia, sociedade civil, iniciativa privada e governo. A construção de uma cadeia ética é um grande desafio e só avançará de forma concreta com o engajamento conjunto de todos esses atores. O evento mostrou, na prática, como essa troca é enriquecedora e quantas oportunidades podem surgir para gerar impacto positivo a partir da colaboração”, destacou Isabela.

Para o Instituto Recicleiros, que atua na linha de frente para estruturar a coleta seletiva e reciclagem inclusiva em municípios brasileiros, eventos como esse, que unem diferentes atores da sociedade, são fundamentais.

“Foi muito interessante participar do simpósio realizado pelo NEPER/USP, que exerce um papel fundamental ao fomentar conhecimento técnico e debates qualificados. Tivemos a oportunidade de compreender melhor como diferentes stakeholders e representantes da sociedade podem atuar de forma conjunta: a academia promovendo reflexão e conhecimento, o governo — representado pelo Estado de Pernambuco —, a indústria, os pesquisadores e as organizações da sociedade civil, todos discutindo caminhos para avançar com mais inteligência na gestão de resíduos. Saio bastante satisfeito e animado com os resultados”, afirmou Erich Burger, Diretor Institucional do Instituto Recicleiros.

Já Danilo Nogueira, Gerente Geral de Economia Circular da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (SEMAS), destacou a qualidade das trocas de conhecimento: “foram trocas super ricas, com conhecimento, pesquisas de ponta, com dados que são importantes para o desenvolvimento de políticas públicas”.

Participação do Instituto Recicleiros e parceiros

A programação do SIRS incluiu palestras, mesas redondas e apresentação de trabalhos técnico-científicos. Foram abordados temas como políticas públicas, economia circular, logística reversa, inclusão de catadores, inovação, tecnologias aplicadas à gestão de resíduos, entre outros.

Veja as participações de Recicleiros e SIG dentro da programação:

1

Tema – Instituto Recicleiros: Núcleo de Políticas Públicas

Palestrante – Erich Burger (Diretor Institucional Instituto Recicleiros)

2

Tema – O projeto Recicla+Pernambuco: coleta seletiva e reciclagem inclusiva para municípios do estado

Palestrantes – Danilo Nogueira (Gerente Geral de Economia Circular – Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha do Estado de Pernambuco) e Erich Burger

3

Tema – Estratégia de Circularidade SIG: construindo uma cadeia ética de reciclagem. 

Palestrante – Isabela de Marchi (Gerente de Sustentabilidade da SIG)

4

Tema – Mesa Redonda sobre Governança e Políticas Públicas 

Participantes –  Danilo Nogueira (Gerente Geral de Economia Circular – Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha do Estado de Pernambuco); Erich Burger (Diretor Institucional Instituto Recicleiros); Isabela de Marchi (Gerente de Sustentabilidade da SIG); e Rafael Rodrigues (Diretor de Operações Instituto Recicleiros)

5

Tema – Apresentação Vox Lab (Laboratório de Pesquisas do Instituto Recicleiros)

Palestrantes – Luciana Ribeiro (Analista de Projetos do Vox Lab do Instituto Recicleiros); e Mônica Alves (Pesquisadora do Vox Lab do Instituto Recicleiros)

6

Tema – Mesa Redonda sobre Engajamento Social

Palestrantes – Luciana Ribeiro (Analista de Projetos do Vox Lab do Instituto Recicleiros); e Mônica Alves (Pesquisadora do Vox Lab do Instituto Recicleiros)

7

Tema – Workshop Academia do Catador: Formação Técnica e Humana 

Palestrantes – Lusimar Guimarães Pereira (Gerente da Academia Recicleiros do Catador); e Monike Vasconcelos Santos Teixeira (Coordenadora de Projetos da Academia Recicleiros do Catador)

O Simpósio de Resíduos Sólidos reforçou que não faltam conhecimento, tecnologia ou vontade. O que precisamos é de conexões – poder público, empresas, catadores e sociedade – e união entre a teoria e a prática. E que cada um de nós pode (e deve) contribuir para buscar soluções para os desafios socioambientais das nossas cidades.

Por que a reciclagem não tira férias, e nem deveria?

Reciclar vai muito além do ato de separar o lixo seco do orgânico. É, antes de tudo, um gesto de pertencimento. Um passo em direção à cidade que a gente quer habitar e reconhecer que somos agentes ativos nela.

Na raiz da transformação que a reciclagem pode gerar, estão as pessoas. E é por isso que toda campanha que se propõe a incentivar esse movimento precisa valorizar quem está no centro dele: as catadoras e os catadores, os estudantes, os professores, as famílias, as comunidades e todo esse ecossistema que é uma cidade.

Foi com esse espírito que nasceu a campanha “A Reciclagem Não Tira Férias”, integrada ao projeto “Reciclando o Futuro”, que percorreu escolas, ruas e cooperativas nas diferentes cidades brasileiras em que atuamos. Um trabalho que floresceu a partir da educação ambiental, da mobilização social e da confiança de que é possível aprender e ensinar com o cotidiano, com o que se toca, se transforma e se devolve à natureza com respeito.

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75,4 toneladas de transformação

Durante os meses de dezembro de 2024 a março de 2025, a campanha arrecadou 75,4 toneladas de materiais recicláveis em nove cidades: Cajazeiras, Caldas Novas, Garça, Guaxupé, Maracaju, Naviraí, São José do Rio Pardo, Serra Talhada e Três Rios. Cada uma dessas praças, com suas realidades, desafios e potências, adaptou o calendário à sua maneira, o que ampliou o engajamento e a participação local.

Maracaju liderou a arrecadação com 15 toneladas, seguida por Cajazeiras (12 t) e por Guaxupé, Naviraí e Três Rios, com 11 toneladas cada. Mesmo em praças com menor volume, como São José do Rio Pardo, o impacto ainda assim é profundo, porque cada quilo coletado carrega histórias, escolhas e novas possibilidades para os resíduos e para as pessoas envolvidas.

Educação ambiental que atravessa o ano letivo

Ao longo do ano, o projeto Reciclando o Futuro segue por uma trilha de aprendizagem nas escolas que leva, justamente, à campanha de férias. É como se fosse uma colheita pedagógica: os estudantes colocam em prática aquilo que aprenderam, levando para casa, para os vizinhos, para os pais e responsáveis, a responsabilidade compartilhada de cuidar do que descartamos.

Nesse processo, as crianças se tornam multiplicadoras. Os resíduos ganham valor. E as escolas deixam de ser apenas prédios, passam a ser florestas de ideias, cidadania e transformação.

Catadoras e catadores como os principais tecelões dessa rede

Outro aspecto essencial da campanha é o reconhecimento das cooperativas e dos profissionais da reciclagem. Quando valorizamos esse trabalho, combatemos estigmas, fortalecemos economias locais e damos visibilidade a quem sustenta, com as próprias mãos, um novo começo.

Em cada cidade, o envolvimento das cooperativas foi decisivo. Algumas receberam os materiais diretamente das escolas; outras participaram de formações e rodas de conversa, criando pontes com a comunidade e ampliando os vínculos com o território.

Quando o pertencimento vira política pública

Mais do que uma ação pontual, a campanha se consolida como parte de uma estratégia maior de educação ambiental. Uma política viva, que reconhece a potência das conexões e o poder da prática educativa para inspirar novos hábitos (e novos mundos).

Porque reciclar também é um gesto político. É dizer que o futuro começa agora, na escolha de onde e como colocamos nossos resíduos. E que cada pessoa, ao participar, reafirma o desejo de viver numa cidade mais habitável, mais justa e mais solidária.

A Reciclagem Não Tira Férias. E a vontade de transformar também não.

 

 

 

Saiba como o Núcleo de Políticas Públicas Recicleiros está transformando a gestão de resíduos no Brasil

A gestão eficiente de resíduos sólidos é um dos maiores desafios enfrentados pelos municípios brasileiros nas últimas décadas. Com leis ambientais mais rígidas e a necessidade urgente de ações sustentáveis para a harmonia do ecossistema do planeta, os gestores públicos precisam de soluções inovadoras e apoio técnico para implementar sistemas eficientes de coleta seletiva e reciclagem inclusiva.

É dentro desse contexto que nasce o Núcleo de Políticas Públicas (NPP) Recicleiros, cujo objetivo é oferecer uma parceria estratégica para capacitar gestores, fortalecer políticas públicas e criar caminhos sólidos para a sustentabilidade da reciclagem no Brasil. O compromisso é construir soluções duradouras, fortalecer a economia circular e ampliar a inclusão socioeconômica das catadoras e dos catadores, os protagonistas da reciclagem.

“A implementação de políticas públicas eficazes para a gestão de resíduos sólidos exige mais do que intenção – requer conhecimento técnico, planejamento estruturado e articulação institucional. Foi com essa visão que estruturamos o NPP, consolidando um modelo que oferece suporte completo aos gestores municipais. Nosso compromisso vai além da qualificação: criamos caminhos regulatórios, viabilizamos infraestrutura e fomentamos parcerias estratégicas para garantir que a coleta seletiva e a reciclagem inclusiva sejam políticas públicas sólidas e permanentes nos municípios brasileiros”, explica Fábio Augusto, Coordenador de Projetos, responsável pelo do eixo de entrada do NPP, Relacionamento e Qualificação de Municípios.

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A trajetória do NPP começou ainda em 2017, com o Edital Cidade+Recicleiros, uma iniciativa pioneira para apoiar municípios na estruturação da coleta seletiva e reciclagem inclusiva. Em 2021, a área deu um salto a partir da criação da Academia Recicleiros do Gestor Público (ARGP), uma plataforma online inovadora que ampliou o alcance de Recicleiros na esfera municipal e, além disso, aprimorou o suporte técnico oferecido.

Agora, em 2025, o NPP se fortaleceu como um pilar estratégico do Instituto Recicleiros, atuando em três frentes principais: qualificação municipal; desenvolvimento do espaço regulatório; e planejamento e instalação de ecossistemas perenes de reciclagem

Soluções que geram resultados para os municípios

O propósito do Núcleo de Políticas Públicas (NPP) Recicleiros é ser agentes de transformação, conectando governos, sociedade civil e setor privado para construir sistemas estruturantes de coleta seletiva e reciclagem que funcionem de verdade.

Para tanto, o NPP está estabelecido em quatro pilares principais de atuação:

Capacitação de Gestores: por meio da Academia Recicleiros do Gestor Público (ARGP), oferece cursos, mentorias e trilhas de conhecimento para preparar agentes públicos na implementação de políticas públicas sólidas de coleta seletiva e reciclagem.

Assessoria Técnica: auxilia na construção do arcabouço regulatório, diagnóstico local e planejamento operacional, garantindo segurança legal e eficiência nas operações.

Implantação de Infraestrutura: coordenação da instalação de Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs) dentro do Programa Recicleiros Cidades, estruturando a cadeia da reciclagem ética e inclusiva.

Articulação de Parcerias: facilitação da conexão entre municípios, cooperativas e empresas, promovendo a economia circular e a inclusão socioprodutiva de catadoras e catadores Brasil afora.

Ao longo dos anos, o NPP vem oferecendo ferramentas reais para transformar a gestão de resíduos no país. Os números mostram a importância da área para os gestores públicos municipais e as suas respectivas cidades:

  • +1.400 agentes municipais capacitados desde 2018;
  • 596 acessos à plataforma ARGP, com gestores de quase todos os estados brasileiros;
  • 18 mentorias técnicas realizadas, beneficiando prefeitos, secretários de meio ambiente e equipes técnicas;
  • 7 Leis Municipais da Coleta Seletiva, 6 Leis Orçamentárias Anuais e 4 Leis de Distribuição da Sacola Plástica implementadas com apoio direto do NPP.

Muito além de um projeto, o Núcleo de Políticas Públicas Recicleiros, que tem a SIG como patrocinadora semente, é um movimento organizado pela gestão inteligente de resíduos no Brasil. Com capacitação, estruturação e parcerias, o NPP acredita que é possível transformar desafios em oportunidades e construir cidades mais limpas, justas e sustentáveis.

Se o seu município quer promover transformações socioambientais significativas, o NPP pode indicar o caminho. Vamos juntos?

Programa Recicleiros Cidades: conheça a história do jingle que avisa as pessoas que o caminhão da coleta está chegando

O dia 6 de janeiro entrou para a história do Instituto Recicleiros. Foi na noite daquela segunda-feira que, em meio à matéria especial do Jornal Nacional sobre reciclagem, surgiu a música “Plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha… não jogue no lixo comum, separe pro dia do caminhão da reciclagem”.

O jingle, criado em 2018, e que está até hoje sendo tocado nos caminhões de coleta seletiva nos municípios que integram o Programa Recicleiros Cidades, abriu a participação do Instituto Recicleiros na série especial de quatro episódios sobre reciclagem exibido no maior e mais tradicional telejornal brasileiro.

Mas, qual é a história por trás dessa música leve e convidativa que vem marcando época e serve como um lembrete às pessoas que o caminhão da reciclagem está chegando?

 

O jingle que ganhou o Brasil

Há 7 anos, Recicleiros buscava iniciativas para conscientizar as pessoas dos municípios beneficiados com o Programa Recicleiros Cidades. A proposta era alertar a população que o caminhão da reciclagem estava passando para que os munícipes, dia a dia, adotassem o hábito de fazer a separação e a destinação correta. Afinal, para a reciclagem acontecer, de fato, é essencial que os materiais cheguem às Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs).

“Então surgiu a ideia de usar o caminhão como mídia porque o veículo passa em frente à casa das pessoas, além de um jingle para ser veiculado nas rádios locais”, lembra Felipe Sauma, Diretor de Criação, responsável por coordenar o desenvolvimento desse material.

De acordo com Sauma, o processo criativo considerou uma música que ficasse na mente dos ouvintes – lembra da música do caminhão do gás? –, mas sem criar poluição sonora. Havia o compromisso de ser uma música leve, cadenciada, mas com um tom animado, e com um refrão e uma instrução no final.

A música, desenvolvida em cerca de um mês, conta com elementos sonoros de materiais recicláveis, que serviram como percussão. Todos os itens estavam representados. “Estudamos os timbres para ver quais funcionariam melhor na música. Por exemplo, utilizamos sons de garrafas de vidro, papel amassado, tina de plástico e latão de metal”, acrescenta que se diz realizado com essa produção: “estamos trabalhando a mudança de cultura das pessoas, que estão cuidando do meio ambiente”.

Propósito de informar e conscientizar

Como a separação e o descarte correto são essenciais para a reciclagem funcionar, o jingle cumpre uma missão importantíssima na adesão da coleta seletiva e reciclagem. É isso o que tem ficado evidente nas praças que contam com cooperativas de reciclagem incubadas pelo Instituto Recicleiros.

Nas pesquisas Vox Lab realizadas por Recicleiros nos municípios onde o Programa está em pleno funcionamento, o carro de som foi um dos meios de comunicação mais votados pela população como um bom local para receber informações sobre a coleta, atrás apenas do rádio e redes sociais.

Durante as mobilizações porta a porta, é muito comum que os munícipes se refiram ao caminhão da coleta seletiva como “aquele da musiquinha”. Também não é raro ver moradores que preferem entregar o material para os coletores e, para isso, esperam ouvir a música se aproximando. E é claro, outro grande indicador de sucesso sempre será o engajamento das crianças, que costumam reproduzir a música em casa ou em atividades escolares. Sinal que o jingle tem cumprido seu propósito.

Ficha técnica

Música

“Separe pro caminhão da reciclagem.”

Direção de Criação

Felipe Sauma

Composição

Daniel Ayres

Felipe Sauma

Rodrigo Scarcello

Produção

Rodrigo Scarcello

Músicos

Ed Encarnação

Raphael Zarella

Rodrigo Scarcello

 

 

Instituto Recicleiros no Jornal Nacional: Piracaia como exemplo da mudança que queremos

Você já parou para pensar na quantidade de lixo que descartamos diariamente? Será que tudo o que vai para a lixeira deveria realmente estar ali? Um dado alarmante do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima revela que o Brasil desperdiça impressionantes R$ 38 bilhões por ano enterrando ou destinando a lixões materiais recicláveis e orgânicos que poderiam retornar à economia gerando emprego e renda para diversas famílias. 

Além disso, os municípios investem R$ 30 bilhões anualmente em coleta e destinação de resíduos, mas apenas 30% das cidades possuem programas de coleta seletiva.

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Com a aproximação da COP 30, a Conferência do Clima da ONU que será realizada em Belém, o tema da reciclagem ganha ainda mais relevância. Em sintonia com esse debate global, o Jornal Nacional lançou, no dia 6 de janeiro, uma série especial de quatro reportagens, comandada pelo jornalista André Trigueiro, para sensibilizar a população sobre o papel crucial da reciclagem na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas.

Piracaia: referência em reciclagem e inclusão socioambiental

Neste cenário, o Instituto Recicleiros teve seu trabalho em Piracaia (SP) destacado logo no primeiro episódio da série especial apresentada por Trigueiro. Há três anos, o município iniciou seus primeiros passos na separação de resíduos por meio de uma ação colaborativa promovida pelo Programa Recicleiros Cidades, que une empresas, poder público e sociedade para transformar a realidade socioambiental do município. Hoje, Piracaia é referência de como a reciclagem pode gerar resultados concretos, beneficiar a comunidade e promover mudanças duradouras. Essa trajetória reflete claramente o impacto positivo que podemos gerar juntos.

A reportagem mostrou como a coleta seletiva mudou a rotina de Piracaia. Agora, o resíduo reciclável é separado e reaproveitado, gerando renda e dignidade para as famílias que trabalham na cooperativa Recicla Piracaia. Assim, as catadoras e  os catadores passaram a contar com melhores condições de trabalho, e o impacto na renda das famílias se transformou.

Educação ambiental: mudando a cultura da população

Mas a mudança não aconteceu apenas na cooperativa. A população de Piracaia também abraçou a ideia. Com campanhas de educação ambiental e muita conversa, os moradores passaram a separar o lixo seco — plástico, vidro, papel, metal e óleo de cozinha — e a entender que pequenas mudanças de hábito fazem uma enorme diferença.  

O destaque no Jornal Nacional foi um marco para o Instituto Recicleiros. Mais do que uma história de sucesso, a experiência de Piracaia mostra que a reciclagem pode mudar vidas e realidades. Em um país que ainda enterra bilhões de reais em materiais recicláveis, iniciativas como essa provam que é possível virar o jogo.  

A série especial do Jornal Nacional é um convite para refletirmos sobre o impacto do desperdício e a importância de adotarmos hábitos mais conscientes. Reciclar é mais do que uma prática ambiental; é um passo essencial para construir um futuro sustentável, justo e equitativo. Que tal começar hoje?

Para assistir os episódios, acesse:

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Se a sua empresa quer fazer parte dessa mudança socioambiental, vem falar com a gente. Se o seu município quer implementar um sistema de coleta seletiva e reciclagem, vem falar com a gente também.

Por que o atual sistema de créditos de logística reversa não é capaz de resolver a inviabilidade e precariedade da reciclagem nas cidades brasileiras?

E se eu te disser que atualmente no Brasil são raros os casos de unidades de separação de recicláveis que possuem condições adequadas para um trabalho digno, produtivo e seguro? E se eu te disser que, mesmo nesses raros casos de infraestrutura adequada, o custo de processamento de 1 quilo de material reciclável é pelo menos o dobro do valor de venda desses materiais? E, para piorar, poucas cidades brasileiras têm programas efetivos de coleta seletiva para a população, com infraestrutura e serviços adequados ao bom desempenho dos indicadores?

Essas informações expõem o buraco existente no sistema brasileiro responsável por fazer com que a reciclagem de embalagens e resíduos sólidos urbanos aconteça.

Esse buraco torna o mercado absolutamente desinteressante e faz com que nossos resultados de reciclagem sejam pífios, insuficientes ante a emergência climática que vivemos e se arrastem durante décadas, com o pouco que existe acontecendo porque pessoas à beira da miséria se propõem a fazer esse trabalho enquanto não há nada melhor pra fazer.

Desde a origem e até hoje, a reciclagem no Brasil acontece baseada nesse modelo de miséria, onde quem não tem uma alternativa melhor para viver, acaba se dedicando à realização da primeira e fundamental etapa dessa cadeia, que é a separação primária e preparação dos recicláveis para a indústria.

Sem programas efetivos de coleta seletiva, grande parte do pouco que temos de reciclagem vem de pessoas mexendo no lixo, nas ruas e nos lixões. Quando não, a outra face da moeda mostra trabalhadores desempenhando essa atividade sem infraestrutura adequada e sem material de qualidade, o que acarreta em baixa produtividade por hora trabalhada. Baixa produtividade e preços baixos criam a equação demolidora que resulta no óbvio: pouca reciclagem e alto impacto ambiental.

Imediatamente, a melhor desculpa para a situação é empurrar a culpa para o elo mais fraco, e diante desse cenário, ouvimos em coro: “catadores precisam de capacitação!” Capacitação de operadores é sim muito importante, contanto que tenhamos condições para que esses trabalhadores possam e queiram permanecer nessas operações, e, assim, possam evoluir em capacidade e qualidade.

A alternativa viável para destravar esse cenário é enxergar os gargalos do sistema e atuar sobre eles de maneira coordenada:

  1. Desenvolver a coleta seletiva como política pública nos municípios, para garantir que haja abastecimento qualificado e permanente das unidades de separação de recicláveis;
  2. Investir em infraestrutura adequada e capacitação técnica dos operadores que permita o processamento eficiente dos materiais;
  3. Considerar o pagamento por serviços de separação e processamento prestados como complemento ao valor de comercialização dos materiais para a viabilidade econômica dessas operações.

Pode ser triste a constatação mas é fundamental assumir que o Brasil ainda está na era do investimento estruturante para reciclagem. Não podemos basear o sistema de compliance das empresas geradoras de embalagens em uma máquina de contagem de notas fiscais de comercialização de recicláveis. Nos deixamos seduzir pela velha estratégia dos selos, que ficam lindos nas embalagens, comunicam errado com o público consumidor e atribuem regularidade àqueles que os utilizam, desconsiderando toda a problemática exposta neste texto.

Precisamos de mais capacidade instalada e de melhor qualidade, que proporcione adicionalidade (reciclar mais) com mais segurança, qualidade (reciclar melhor) e perspectiva de crescimento. A portaria do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima nº 1.250 de 13 de dezembro de 2024, traz mais luz a essa realidade, uma vez que regulamenta a Lei de Incentivo à Reciclagem e cria novas oportunidades para financiar projetos que melhorem a infraestrutura, capacitação e inovação tecnológica no setor. Isso significa mais equipamentos, redes de comercialização fortalecidas e programas de educação ambiental.

A arrumação necessária tem como elemento vital os sistemas regulatórios dos estados e da federação. É fundamental jogar luz sobre o tema, reconhecer o que está acontecendo de verdade lá no campo de batalha e criar caminhos para que as ações de compensação das empresas possam gerar mudanças estruturais necessárias e que sejam de verdade atuações circulares. Que a responsabilidade compartilhada seja cumprida integralmente em suas partes, reconhecendo a limitação da atuação de cada ator, mas exigindo a efetividade requerida na parte que lhe cabe. 

Tenho chamado isso de responsabilidade compartilhada e estendida. Empresas e municípios possuem sim limitações para suas ações, por isso as etapas de responsabilidade são compartilhadas e, no âmbito da parte que lhe cabe, sua ação deve ser profunda e abranger a totalidade do encargo, indo até o resultado efetivo.

No arranjo que propomos no Programa Recicleiros Cidades e no próprio modelo de Massa Futura, cidades devem regulamentar e efetivar a coleta seletiva nos seus territórios, sendo responsáveis pelos resultados quantitativos e qualitativos dessa etapa e não somente pela disponibilização do serviço. Dessa forma, ações que apenas a municipalidade pode tomar serão levadas a cabo com foco em quantidade de massa e baixo rejeito, tais como: índice de abrangência e qualidade do serviço de coleta e obrigatoriedade do descarte seletivo por parte de moradores e estabelecimentos comerciais de todos os portes, lançando mão de fiscalização e incentivos.

Do outro lado da responsabilidade, o setor empresarial deve investir no suporte técnico ao município e na viabilização da etapa de processamento e destinação, onde deve-se observar a responsabilidade de implementar infraestrutura adequada aos princípios de trabalho digno e eficiente, além da garantia de compra por preço ético, que viabilize o custo de produção, garantido assim remunerações adequadas ao desenvolvimento virtuoso da base da cadeia da reciclagem.

O fetiche por volume de reciclagem a custos irrisórios está criando uma visão deturpada sobre os elementos necessários para a realidade do Brasil. Governos precisam estar atentos e atuar por isso com visão técnica arrojada.

Só com visão integrada e conhecimento da realidade poderemos canalizar os esforços para o que de fato pode nos levar ao ponto necessário: infraestrutura de qualidade, comprometimento da cadeia de valor e relações comerciais justas.

Esse é o futuro da reciclagem.

Recicleiros e USP firmam acordo de cooperação na área de pesquisas científicas

O Instituto Recicleiros e a Universidade de São Paulo (USP) firmaram um acordo de cooperação de pesquisa e outras atividades técnicas relacionadas às duas instituições. A parceria inédita envolve a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), por meio do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos (NEPER), e a expectativa é unir experiências teóricas e práticas, a fim de gerar conhecimento aplicável à sociedade.

O acordo prevê caminhos de interação entre as partes capazes de fortalecer a universidade e a organização socioambiental. Por exemplo, contemplam ações como a elaboração conjunta de projetos de pesquisa; a organização de eventos científicos e técnicos; intercâmbio de membros da equipe técnico-administrativa; intercâmbio de informações e publicações técnicas e científicas; elaboração e aplicação de questionários e entrevistas; e levantamento de estudos de caso.

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A interação com o Neper vai fortalecer ainda mais o Vox Lab, iniciativa do Instituto Recicleiros que promove pesquisas de comportamento para reciclagem em diversos formatos. Através de ciclos de pesquisa, o Vox Lab, que tem a SIG como apoiadora, busca entender o comportamento e o nível de conhecimento dos moradores dos municípios que integram o Programa Recicleiros Cidades sobre os processos da reciclagem. Além disso, aborda quais fatores, hábitos, influências e estímulos interferem nestas ações.

“Gestão compartilhada se faz com redes de apoio e conexão, e a academia não pode ficar de fora. A Universidade tem de estar no debate e promover atividades práticas, beneficiando toda a sociedade. Por isso, desde 2021, quando pensamos em materializar o Recicleiros Lab, tínhamos como meta estabelecer uma parceria tão importante como essa que fechamos, um Acordo de Cooperação com uma das instituições mais respeitadas da América Latina”, comenta Mônica Alves, Pesquisadora do Instituto Recicleiros.

“A parceria com Recicleiros foi recebida por toda equipe com muito entusiasmo, já conhecíamos o trabalho do Instituto e gostamos muito da ideia de poder contribuir com estas ações. O NEPER acredita que as melhorias na área de resíduos sólidos passam pela formação de profissionais, desenvolvimento de pesquisas e conexões com profissionais que atuam e conhecem o dia a dia do gerenciamento de resíduos. Acreditamos que bons frutos surgirão desse acordo”, diz Ana Teresa, mestranda na EESC-USP e integrante do NEPER.

União entre teoria e prática, e um legado para a sociedade brasileira

A interação entre Recicleiros e NEPER já começou e alguns projetos estão em andamento. Por exemplo, membros do NEPER estiveram em uma visita técnica na cooperativa Recicla Guaxupé, incubada por Recicleiros, e estão analisando a ampla pesquisa Vox Lab, realizada pelo núcleo de Pesquisa da organização socioambiental, a fim de que possam contribuir com um olhar acadêmico. 

Além disso, um mestrando da USP está iniciando uma pesquisa de campo em uma cooperativa de reciclagem. A proposta é analisar o rejeito sob a ótica do reaproveitamento energético. Esse conhecimento vai deixar um legado de conhecimento acessível, e que poderá ser replicável para outros territórios.

Por outro lado, a Recicleiros participou de uma aula do curso de Engenharia Ambiental, compartilhando sua experiência de anos acumulada no campo, dentro do Programa Recicleiros Cidades. E também estará presente no IX Simpósio Sobre Resíduos Sólidos que acontecerá em 2025 e é organizado pelo NEPER. E isso é apenas o começo. Há um enorme potencial de união a ser explorado.

De acordo com Mônica, existe a intenção de fazer trabalhos conjuntos com mestrandos e doutorandos da USP. Os pesquisadores podem chegar com uma proposta de estudo, e podem pesquisar dentro da realidade Recicleiros. Ao mesmo tempo, Recicleiros pode propor linhas de pesquisa. É tudo bem dinâmico.

Recicleiros tem muito a celebrar com essa parceria, que se estenderá a toda a sociedade, como sempre se propõe. “O NEPER tem uma grande riqueza para compartilhar. Eles são consultados por necessidades que temos, com referências e pesquisas. Esse arcabouço aliado com o laboratório vivo que somos vai ao encontro da popularização da ciência. Além disso, tem a aplicabilidade da pesquisa, já que tanto a USP quanto Recicleiros têm campo disponível para tal”, diz Luciana Ribeiro, Analista de Projetos que integra o time de Pesquisa do Instituto Recicleiros.

“Vamos gerar conhecimento com rigor acadêmico, que vai retornar para a sociedade, com métodos que podem ser replicados. Não podemos estar em todos os lugares, mas nosso conhecimento com método a gente consegue compartilhar. Esse é um legado que vamos deixar com essa parceria”, celebra Mônica.

Em parceria com Recicleiros e Recicla Campo Largo, So+ma inaugura novo Ponto de Entrega Voluntária (PEV) de recicláveis no Paraná

A So+ma inaugurou recentemente uma nova unidade da Casa So+ma, um Ponto de Entrega Voluntária (PEV) de materiais recicláveis, onde a população pode trocá-los por benefícios. A abertura da unidade em Ferraria, em uma Área de Proteção Ambiental em Campo Largo (PR), reforça a parceria com o Instituto Recicleiros, promovendo benefícios socioambientais para a cidade e para os cooperados da Recicla Campo Largo.

O evento de inauguração contou com a presença do prefeito, Mauricio Rivabem, do secretário de meio ambiente, Thiago Teixeira, da CEO da So+ma, Claudia Pires, da gerente de sustentabilidade da SIG Group na América do Sul, Isabela de Marchi, da presidente da cooperativa Recicla Campo Largo, Daiane Ziebarth, e da líder local do Instituto Recicleiros, Franciele Ortis.

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Recicla Campo Largo recebe e processa os materiais 

A nova Casa So+ma se junta à unidade já existente no centro da cidade (CIOSP), fortalecendo a política de reciclagem local e incentivando o consumo consciente. Todo o material recebido nos espaços é encaminhado para a cooperativa Recicla Campo Largo, incubada pelo Instituto Recicleiros, conforme Acordo de Cooperação.

“Ao vivenciarmos o aumento da quantidade de material que a cooperativa recebe e recicla, vemos crescer a importância dessa parceria para nós que recebemos, pois é garantia de renda aos cooperados. E o projeto proporciona recebermos material limpo, sem porcentagem de rejeito, o que demonstra conscientização. Esperamos que o volume da unidade na Ferraria seja tão grande como é na unidade do centro”, diz Daiane Ziebarth, presidente da cooperativa Recicla Campo Largo.

Hoje, cerca de 10 toneladas de materiais são recolhidos na Casa So+ma do Centro por mês e, com a abertura do novo espaço, a expectativa é ampliar ainda mais esse volume de recicláveis.

“Nossa empresa é situada na cidade, então muitos funcionários nossos são daqui, e buscamos ser uma empresa de impacto positivo. Colocamos muitas embalagens no mercado, então entendemos como nossa responsabilidade também cuidar desse ciclo, do desafio ambiental. Buscamos uma cadeia que opere de forma ética e sustentável, e quando temos parcerias da sociedade civil, dos governos e da iniciativa privada temos visto que funciona, como esse projeto que é o nosso case de maior sucesso”, diz Isabela De Marchi, gerente de sustentabilidade da SIG Group na América do Sul, patrocinador do projeto Casa So+ma, e patrocinador semente do Instituto Recicleiros.

Na ocasião, o prefeito enalteceu a parceria para a abertura da nova unidade. “Todas as entidades parceiras aqui têm o compromisso de cumprir seu papel, especialmente com a logística reversa. Agradecemos por esse programa – que é um orgulho – pelo incentivo, pelo exemplo que as pessoas precisam, pela geração de emprego, por fechar um ciclo positivo de fomento. Quando a Casa so+ma chegou em Campo Largo lembro das pessoas perguntando: o que é aquela ‘caixa amarela’? E hoje virou cartão postal”. 

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Thiago Teixeira, Campo Largo investe, atualmente, cerca de R$ 1 milhão só na coleta de resíduos recicláveis. “Mas é claro que podemos avançar muito mais. E uma das maneiras é com a Casa So+ma, um jeito de estarmos próximos da comunidade, instigando as pessoas a adotarem o hábito da reciclagem, a participarem com frequência. Agradeço aos nossos parceiros pelo desenrolar dessa bela caminhada”, completou.

Durante o evento de inauguração, foi anunciado que, em breve, acontecerá a abertura da terceira unidade da Casa So+ma em Campo Largo, desta vez no Itaqui.

Como funciona o programa So+ma vantagens

O programa So+ma vantagens é gratuito, funciona em um contêiner amarelo onde a população entrega materiais recicláveis e troca por pontos. Esses pontos podem ser trocados por diferentes tipos de benefícios (físicos ou digitais), como cursos profissionalizantes, ingressos para cinema, desconto em compras online de sites parceiros, troca por produtos básicos como mantimentos e itens de higiene pessoal, possibilidade de transferir doações para ONGs locais, entre outros.

Cada Casa So+ma conta com um atendente que auxilia na pesagem dos materiais, bem como computa os pontos. Na Ferraria, a atendente será Suzely Ramos, da cooperativa Recicla Campo Largo.

Fotos: Thiago Ramos de Souza/SIG