Recicleiros promove Live para debater como Créditos de Massa Futura podem impulsionar a reciclagem

O Instituto Recicleiros promoveu na última quarta-feira (28), a Live “Créditos de Massa Futura para Logística Reversa: papel estratégico para avanço da reciclagem inclusiva e mecanismos para realização de projetos”.

O evento online contou com a participação de representantes das esferas federal, estadual e municipal, como Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, CETESB e IMASUL, prefeituras, além de nomes ligados às organizações de catadores.

O objetivo era debater como o mecanismo de Massa Futura, que surgiu no Instituto Recicleiros alguns anos atrás e, mais recentemente, tornou-se parte do Decreto 11.413/2023, está abrindo novas possibilidades em termos de infraestrutura para o avanço da reciclagem inclusiva no Brasil.

Panorama geral

A Live começou com Erich Burger e Rafael Henrique, fundadores e atuais diretores do Instituto Recicleiros, falando sobre a situação atual e precária da reciclagem no Brasil. Na pauta, a demanda por infraestrutura para a recuperação de materiais pós-consumo e o papel estratégico do mecanismo de Massa Futura para adicionalidade dos resultados de reciclagem.

O Brasil gera mais de 82 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos todos os anos, de acordo com a Abrelpe. Nesse contexto, 60% das cidades brasileiras usam lixões e apenas 4% acaba sendo reciclado. “Evoluímos pouco nesses dois indicadores da gestão de resíduos em nosso país, que é o uso de lixões e baixas taxas de reciclagem. Desde o início de Recicleiros, há 17 anos, não vemos esses números evoluírem”, comentou Erich Burger.

Hoje, temos um grande volume de recicláveis que não contam com sistema de coleta seletiva, e encontram sobrevida pelas mãos dos catadores. São cerca de 1 milhão de catadoras e catadores, muitos sobrevivem com menos de um salário por mês. Do outro lado, temos uma procura crescente e cada vez mais consolidada pela reciclagem desses materiais, seja porque as empresas têm de cumprir o que diz a legislação nacional, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, seja por terem aderido a agendas ESG, a pactos globais e precisam entregar reciclagem. 

“Existe um ponto de convergência muito íntimo entre o setor empresarial, prefeituras, catadores e cidadãos. A reciclagem precisa acontecer, mas não vem acontecendo, mesmo depois de 13 anos de Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para ter resultados, precisamos sair de uma lógica de improviso e lançar uma solução transversal, interdependente e complexa. É preciso haver políticas públicas, capacidade de reciclar, mudar o comportamento do consumidor e amadurecer a relação com o mercado, fazer a reintrodução desses materiais acontecer de maneira estruturada e virtuosa”, acrescentou Erich.

Estamos falando de um problema que é comum a todos. E, de fato, a responsabilidade para resolver essa questão é compartilhada, como preconiza a nossa lei. O maior gargalo hoje, de acordo com Rafael Henrique, é o primeiro elo de recuperação do material reciclável, que sai da casa das pessoas.

“A Massa Futura é um elemento particular de viabilização de um projeto com características muito peculiares que, sim, por natureza é estruturante. Mas, se propõe a ir um pouco além. É gerador de adicionalidade em sua essência, traz impacto social e ambiental a partir da sedimentação de políticas públicas”, disse Rafael. 

A visão do Ministério do Meio Ambiente

Depois, foi a vez de Sabrina Gimenes, Coordenadora dos Processos de Logística Reversa e Resíduos Perigosos pelo Governo Federal, trazer a visão do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima sobre o tema. Sabrina abordou os resultados esperados com a regulamentação dos Créditos de Massa Futura, as condições previstas em lei para Massa Futura, além de critérios para validação de projeto e estudo de viabilidade econômica.

Sabrina afirmou que não tem como avançar na logística reversa se a coleta seletiva também não funcionar. 

“Quando fizemos a revisão do antigo Decreto, o Recicla+ para o 11.413, o nosso foco era como melhorar a participação dos catadores e a qualidade dos resíduos. Então, reforçamos a importância da continuidade dos projetos estruturantes. Porque hoje, no Brasil, a coleta seletiva ainda é precária e temos esse desafio enorme de como integrar a coleta seletiva com a logística reversa. E vimos os Créditos de Massa Futura como uma alternativa, uma solução integrada, que dá segurança jurídica para investimentos do setor empresarial, que tem a responsabilidade da logística reversa e que apoie também os municípios na estruturação da sua coleta seletiva. Esperamos com o Decreto a continuidade dos projetos”, falou Sabrina. 

Erich e Rafael retomaram a fala e mostraram, a partir do Programa Recicleiros Cidades, que está ativo em 14 cidades brasileiras atualmente, como Recicleiros tem trabalhado, na prática, com o mecanismo de Massa Futura. A dupla detalhou a experiência precursora do Programa do Instituto Recicleiros, revelou os resultados alcançados e compartilhou as lições aprendidas e principais desafios.

A participação dos Estados nesse processo

Em seguida, a discussão foi em torno do papel do Estado na validação, monitoramento e avaliação de medidas compensatórias. Regiane Yogui, que atua no Departamento de Políticas Públicas de Resíduos Sólidos e Eficiência dos Recursos da CETESB, e Luciene de Souza e Nathalia do Amaral, que fazem parte do corpo técnico da IMASUL, abordaram os principais aspectos dos Termos de Compromisso.

As falas incluíram também a validação dos projetos submetidos e monitoramento dos resultados, e a avaliação de medidas compensatórias em caso de não cumprimento da massa no período pré-estabelecido.

Tanto São Paulo quanto Mato Grosso do Sul, de maneira pioneira, regulamentaram a logística reversa em seus territórios.

“Uma coisa que foi bem importante para nós no Estado de São Paulo, foi a publicação da decisão de diretoria, lá em 2018, que trouxe a logística reversa como condicionante para a emissão das licenças. Isso trouxe um incentivo, um estímulo para que o setor produtivo passasse a aderir e investir nesses sistemas de logística reversa. A partir daí, começamos a conversar para entender como era realmente o sistema. Foi bem interessante porque passamos a entender que a necessidade de estruturação de Massa Futura era uma estratégia importante de ser agregada junto com os outros sistemas de logística reversa para que as empresas pudessem trazer os investimentos com segurança jurídica. Foram muitas reuniões em 2019, e o Termo de Compromisso só foi celebrado em 2020”, relembrou Regiane. 

Ela continuou: “precisamos dar os meios e as condições para que as empresas cumpram a logística reversa no Estado. A capacidade de coleta não está plenamente instalada para que todos os empreendimentos, se forem cobrados, cumpram a logística reversa. Então, precisamos diversificar as estratégias e a Massa Futura é uma possibilidade para essa ampliação, para que todos consigam trazer resultados e benefícios para o meio ambiente, saúde pública, geração de oportunidades, renda e emprego”.

As representantes do IMASUL também elogiaram o modelo proposto por Recicleiros.

“Vemos com bons olhos o modelo estruturante proposto por Recicleiros. Em Naviraí (MS), existe uma realidade antes e depois de Recicleiros. Vimos de perto o dimensionamento que foi feito em serviços de coleta seletiva, os roteiros dentro da cidade, a operação e toda a estratégia de comunicação e mobilização junto à comunidade. Isso foi muito importante, além da organização da cooperativa. Esse modelo beneficia não só os catadores, mas o município como um todo por conta da geração de renda, e essas pessoas precisam desse apoio do início ao fim”, relatou Nathália.

A vez dos gestores municipais

Dando continuidade, Marcio Zanetti, Prefeito de São José do Rio Pardo (SP), e Sinézio Rodrigues, Secretário de Meio Ambiente de Serra Talhada (PE), trataram das atribuições dos municípios no arranjo da responsabilidade compartilhada. 

Os gestores públicos ressaltaram a relevância do suporte técnico aos municípios parceiros de projetos de massa futura, os investimentos complementares para sistemas de coleta seletiva municipal e, ainda, as atribuições dos municípios para o alcance dos resultados pretendidos inicialmente.

Ambos mencionaram também a importância da regulamentação e fiscalização, da coleta seletiva, além do engajamento dos munícipes.

“Dentro da ideia de co-participação, me encanta e me agrada muito o modelo ofertado para São José do Rio Pardo para que a gente pudesse cumprir enquanto poder público municipal a nossa obrigação de promover coleta seletiva. Nós identificamos no nosso município um problema e tivemos a felicidade de encontrar rapidamente um caminho que nos foi ofertado por meio de um edital público que permitiu a São José do Rio Pardo ter a oportunidade de trabalhar pela constituição de uma cooperativa com toda a assistência técnica e direcionamento dado pelo Instituto Recicleiros, que tem um projeto sustentável e confiável”, elogiou Marcio. 

O prefeito continuou: “nós, gestores públicos municipais, não estamos preparados para fazer coleta seletiva, educar ambientalmente. Nós precisamos de apoio, amparo e caminho. Vocês têm dado a nós a oportunidade de trilhar esse caminho sustentável”.

“Essa co-participação exige responsabilidade financeira de todos nós, principalmente do poder público, que tem de assumir seu papel de relevância. Por que o município não pode destinar recurso do seu orçamento para garantir a promoção e efetivação desse tipo de política tão importante?”, questionou Marcio.

Sinezio Rodrigues foi na mesma direção e falou da experiência em Serra Talhada (PE), cidade que também conta hoje com o Programa Recicleiros Cidades.

“Precisamos enquanto poder público dar incentivos para que a gente consiga resultados mais imediatos. Em Serra Talhada, estamos enviando à Câmara dos Vereadores uma proposta de incentivo para o empresariado, por meio de desconto de alvará de funcionamento de estabelecimentos àqueles que façam a adesão à coleta seletiva, e para a população por meio da taxa de coleta do lixo. São formas que encontramos para agilizar a conscientização e adesão. E, claro, muita educação ambiental. Para isso, criamos uma parceria com universidades para estudantes fazerem a conscientização porta a porta falando da importância da coleta seletiva para preservação ambiental, geração de empregos e qualificar esses trabalhadores”, contou Sinezio. 

O secretário também abordou o tema da lei. “Precisamos avançar na aplicação da legislação. Quando aprovamos o plano de coleta seletiva, criamos regras e estabelecemos passos. Acredito que associada à comunicação, ao trabalho de educação ambiental e aos incentivos, precisamos atrelar a aplicação da lei”, apontou.

A voz das organizações de catadores

Por último, foi a vez de Claudia Pereira, Presidente da Recicla Serra Talhada (PE), e Celso Luiz Moulaz, Presidente da Coocamarji (RO), cooperativas incubadas pelo Programa Recicleiros Cidades, além de Roger Koeppl, Presidente da Cooperativa Yougreen (SP) participarem do debate. O trio discorreu a respeito do envolvimento e organizações de catadores na estruturação do projeto de Massa Futura.

“Temos valores muito comuns. Minha trajetória foi construindo uma cooperativa de catadores e também com profissionais de outras áreas para provar que era possível uma cooperativa prestar serviços para grandes geradores e empresas. Preenchemos esse espaço e deu super certo. Quando começamos a nos relacionar com Recicleiros, não existia do nosso lado um grande plano de negócios, mas sim uma grande vocação em querer resolver problemas. Não tínhamos experiência na área comercial, administrativa e como se relacionar com o mercado. Quando começamos a viabilizar esses projetos com Recicleiros, parece que tudo se encaixou. No primeiro projeto, viabilizamos um caminhão, esteira, duas prensas e mais alguns equipamentos para a cooperativa, e até hoje são os itens que dão estrutura a YouGreen. Ver o avanço de Recicleiros do nosso projeto-piloto até hoje é muito gratificante”, disse Roger Koeppl.

“A Massa Futura é muito importante para nós, tivemos um crescimento muito grande na região, que é muito distante dos grandes centros e temos dificuldade na comercialização e logística. Esse mecanismo possibilitou nosso crescimento, aprendemos muito. Ainda temos muito a fazer, mas depois de Recicleiros, as coisas mudaram muito. Quando chegaram, éramos pequenos, e hoje tomamos uma proporção muito grande, tanto que já temos duas filiais aqui em Rondônia, e pretendemos abrir outras”, contou Celso.

“Eu me apaixonei pelo projeto Recicleiros, que coloca a mão na massa, procura investimentos para implantar, incubar e dar dignidade às pessoas, que foi o que aconteceu em Serra Talhada. Temos educação ambiental, treinamento, capacitação, usamos equipamentos de proteção individual, existe um carinho e dedicação por parte do Instituto Recicleiros em relação a todos os cooperados”, falou Claudia. 

Na sua fala, Claudia também apontou um grande desafio: “é preciso conscientização das pessoas e mais atividade do poder público nessa questão. O que é cooperativismo? O que é material reciclável? As pessoas são carentes dessas informações”, encerrou.

Foram quase 3h30 de conversas e debates de alto nível, com personagens que fazem a reciclagem inclusiva acontecer. Para assistir na íntegra, acesse esse link aqui.

Formação técnica e humana fortalece cooperativas de reciclagem e muda a vida dos profissionais

O Núcleo de Desenvolvimento do Catador, área do Instituto Recicleiros que atua na formação e capacitação de cooperadas e cooperados, faz um trabalho essencial na consolidação das cooperativas que hoje fazem parte do Programa Recicleiros Cidades.

Para se ter uma ideia de sua importância, 11 das 14 Unidades incubadas atualmente foram formadas do zero pelo time do Núcleo de Desenvolvimento do Catador. E todo esse trabalho envolve treinamentos e capacitações diversas, tanto técnicas, ligadas diretamente à cooperativa, quanto humanas.

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“Como organização ambientalista seria simplista falar que montamos uma planta e preparamos pessoas para trabalhar. Fazemos muito mais do que isso. Ali nasce uma organização com valores, ideias, princípios, que constrói uma visão de mundo coletiva e inclusiva”, afirma Lusimar Guimarães Pereira, Gerente do Núcleo de Desenvolvimento do Catador.

O trabalho do Núcleo em números

  • 4800 pessoas interessadas em fazer parte das cooperativas nas cidades
  • 275 pessoas convidadas para fazer parte da cooperativa nas localidades (25 por unidade)
  • 660 horas de integração/treinamentos preparatórios para operação 
  • 48 horas de treinamento para lideranças das cooperativas
  • 140 horas de mentorias às lideranças das cooperativas 

“O interessante é o impacto que causamos. Os cooperados, à medida que evoluem na jornada, são pessoas cada vez mais respeitadas na comunidade. São mais do que pessoas que trabalham na coleta seletiva, são legítimas lideranças da comunidade. Essas pessoas se empoderam também nos espaços que elas frequentam, como no bairro onde moram, por exemplo”, acrescenta.

Um dos desafios do Núcleo é fortalecer as bases das cooperativas. O trabalho passa por unir um grupo de pessoas, empoderá-las e deixá-las apaixonadas pelo negócio. Uma vez que as estruturas estão construídas, os esforços são para promover o desenvolvimento de um do negócio social. Isso inclui além de capacitações, encontros quinzenais de mentoria junto às diretorias e cooperados, visitas periódicas às praças para supervisão educacional, e o acompanhamento por meio de planos de desenvolvimento individual (PDI).

Treinamentos para o trabalho e para a vida

O trabalho desenvolvido pelo NDC gera repercussões diretas na vida desses profissionais:

“O NDC nos dá toda a assistência para lidar com as questões burocráticas da empresa e questões legais. Fornece conhecimento técnico que só conseguiríamos se fizéssemos uma faculdade”, revela Deizideria Saraiva, Cooperada da Recicla Cajazeiras (PB).

De acordo com Hugo Coutinho, líder regional do Instituto Recicleiros, o NDC contribui para o fortalecimento de vínculo de confiança e gratidão entre os cooperados e o Instituto Recicleiros, pois percebem na prática que fazem parte de um programa que investe tempo neles.

“O processo operacional é importante, mas o nosso processo também é desenvolver pessoas. Situamos essas pessoas no mundo, alguns receberam um certificado pela primeira vez. Aqui, os incentivamos a dar a opinião, se posicionar. Nós empoderamos, trabalhamos a autoestima, falamos que eles podem, sim, sonhar, e isso é fundamental para a mudança de vida”, finaliza.

Veja o que os cooperados que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades estão falando!

A voz dos cooperados #1: o impacto social proporcionado pelo Programa Recicleiros Cidades

O Programa Recicleiros Cidades muda a história do município ao estruturar do zero um sistema inteligente de coleta seletiva e reciclagem, contribuindo para a limpeza urbana, além de preservar o meio ambiente e os recursos naturais. 

Ao mesmo tempo, transforma a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade – muitos que até então já atuavam como catadores de materiais recicláveis. Com a criação de uma cooperativa de reciclagem na cidade, esses profissionais agora integram uma Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR) e passam a ter acesso, todos os meses, a uma renda digna, condições adequadas de trabalho e extensa formação, com capacitação técnica e humana.

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Veja alguns depoimentos de cooperados que atuam nas cooperativas estruturadas e incubadas pelo Instituto Recicleiros.

“A cooperativa me ajudou bastante com a chance de cursar a faculdade de Farmácia na Univértix, de poder ter uma renda para que eu consiga fazer os meus projetos, realizar meus sonhos e avançar. Também, de chegar ao final de semana e ter algum dinheiro no bolso, de correr atrás das coisas que eu planejava. Por isso, agradeço pela oportunidade, pois hoje em dia está tão difícil conseguir alguma forma de ter uma renda e a Cooperativa Recicla Três Rios me ajudou com isso”.

Messias Neves Marques, 26 anos, Recicla Três Rios.

“Estava desempregada. Estou aqui há quase 2 anos. Para mim mudou tudo. Recebo minha remuneração e consigo fazer planos. Hoje tenho minha independência financeira, vou ao mercado e compro o que eu quiser. E consegui pagar o tratamento do meu filho, que está recuperado. Foi a minha maior vitória. Tenho muitos aprendizados socialmente falando. Comunicativa eu já era e fiquei ainda melhor. Quando chego nos lugares para falar da cooperativa, consigo falar bem. Gostei também dos cursos que realizei sobre a cooperativa, de marketing, saúde, educação financeira, nutricionista, psicólogo… Só tenho a agradecer Recicleiros por ter me proporcionado esse trabalho, que veio na hora certa. Estava com alguns problemas, mas vim trabalhar e aqui estou eu. É bom demais!”

Francilene Marinheiro, 41 anos, Recicla Cajazeiras.

“Aprendi muitas funções para a minha vida e carreira profissional. Infelizmente, nos últimos empregos, fiquei apenas três meses. Aqui, já estou há sete meses, é o lugar onde estou trabalhando por mais tempo, atuando como assistente administrativo. Além disso, foi o único local que me aceitou do jeito que sou. Estou pensando em fazer faculdade de Análise de Sistemas ou Programação, visando crescer ainda mais na minha vida. Só tenho a agradecer pela oportunidade de estar trabalhando aqui, pois evolui tanto profissionalmente quanto pessoalmente, sou muito feliz aqui”.

Alex Santana, 30 anos, Recicla Piracaia.

“A experiência na Recicla Campo Largo foi uma parte muito importante da história que eu tô construindo na cidade. Sou da Bahia e as relações que eu desenvolvi na cooperativa foram as primeiras que fiz na cidade nova, com pessoas que me acompanham e torcem pelo meu sucesso. A Cleusa, a Dayane, a Adriana, o Alisson e a Dona Suzely, minha mãe, são pessoas de extrema importância para mim. Pude conhecer também o Rafa, o Erich, o Marciano e a Andréia, de Recicleiros, que acabaram agregando ainda mais e por quem vou sempre ser agradecido. Foi através do Rafa, inclusive, que cheguei à empresa onde trabalho hoje – SIG Group. Ele que enxergou meu talento e a possibilidade, que me levaram ao lugar certo na hora certa. Minha vida não seria a mesma sem ter conhecido a Recicla Campo Largo e eu serei grato eternamente à minha mãe por ter me levado até lá e a todas as pessoas que foram trazidas 'no balaio’”.

Thiago Ramos de Souza, 24 anos, ex-cooperado da Recicla Campo Largo e atualmente estagiário de comunicação na SIG Brasil.

Hoje, mais de 300 cooperados em 14 municípios brasileiros são diretamente beneficiados com o Programa Recicleiros Cidades.

Seletiva 2023: veja os 9 municípios habilitados para o Programa Recicleiros Cidades

O Instituto Recicleiros anunciou os 9 municípios habilitados que podem integrar o Programa Recicleiros Cidades a partir de 2024. A divulgação da lista encerra a quinta e última fase do processo seletivo 2023, que começou ainda no mês de janeiro.

Ao longo dos últimos meses, os municípios passaram por um longo processo de qualificação junto à Academia Recicleiros do Gestor Público, que conduziu a quinta edição da seletiva que prevê o ingresso no Programa Recicleiros Cidades.

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Esta, aliás, é uma das missões do Instituto Recicleiros: auxiliar municípios brasileiros a implantar do zero um sistema eficiente de coleta seletiva e reciclagem, que leve em consideração os aspectos ambientais e sociais.

Veja a lista dos municípios habilitados este ano, ou seja, que cumpriram parcialmente os requisitos mandatórios do Edital de Chamamento e estão mais próximos de integrarem a tecnologia em seus territórios:

  • Agudos/SP
  • Araguari/MG
  • Araripina/PE
  • Guapimirim/RJ
  • Itapecuru Mirim/MA 
  • Itapipoca/CE
  • Pederneiras/SP
  • São Bento do Sul/SC
  • Teotônio Vilela/AL

À medida que os municípios evoluírem com as pendências, poderão ser selecionados para o Programa Recicleiros Cidades e, assim, receberem até R$ 5 milhões que serão investidos na estruturação da coleta seletiva e reciclagem municipal.

“Nossa jornada começou com um sólido alicerce, através de uma equipe multidisciplinar, aprimoramos o Edital de Chamamento e planejamos minuciosamente o projeto ao longo de dois meses, momentos cruciais que pavimentaram o caminho para o sucesso alcançado. Desde então, durante quase sete meses, mergulhamos de cabeça em uma missão de colaboração com os Servidores Públicos dos 25 municípios classificados na primeira fase. Nosso compromisso foi compreender a fundo cada território, suas demandas, desafios e potenciais, visando fornecer o suporte necessário para a estruturação das políticas públicas de coleta seletiva e reciclagem”, comenta Fábio Augusto, Coordenador de Comunicação da Seletiva. 

Ele acrescenta: “Hoje, com grande orgulho, podemos afirmar que nosso esforço foi recompensado. Foram triunfos significativos e tivemos a honra de conhecer gestores realmente comprometidos em trazer inovação consciente para os seus municípios”. 

A expectativa é iniciar a implantação em ao menos dois territórios no início de 2024.

Números da Seletiva fase a fase

A primeira fase da Seletiva 2023, que aconteceu entre janeiro e março, foi um verdadeiro sucesso. Foram 606 inscrições gerais e 24 estados alcançados. As 312 inscrições consideradas oficiais representam crescimento de 184% em comparação com a Seletiva 2022. O número de municípios aptos também evoluiu consideravelmente, subindo de 75 no ano passado para 121 neste ano, ou seja, avanço de 61%.

A segunda fase do processo, em março, trouxe os 25 municípios classificados para a Turma de Qualificação, seguida da terceira fase, chamada Qualificação e Submissão das Evidências. Neste período, a Academia do Gestor Público estreitou ainda mais seu vínculo com os gestores públicos e promoveu 10 Mentorias Técnicas com especialistas Recicleiros sobre os mais variados temas ligados à implantação da coleta seletiva e reciclagem. 

Esse processo de qualificação resultou em 650 acessos de gestores(as) nas mentorias; 335 embarques na Trilha do Conhecimento; cerca de 150 documentos enviados pelos gestores e analisados pelo time de Qualificação e Seleção do Instituto Recicleiros. Na prática, esses números significam a eficiência na transferência de conhecimento proposto por Recicleiros, sempre no sentido de oferecer apoio para os gestores avançarem nas questões socioambientais locais.

A visão dos gestores públicos da Seletiva 2023

“O processo propôs uma revolução na gestão municipal dos resíduos sólidos, possibilitando uma reorganização jurídica, administrativa e operacional desse importante serviço público, regularizando e modernizando. É um divisor de águas para os municípios que estão dispostos a melhorar a gestão”, afirma Eliel Pacheco Junior, Secretário de Meio Ambiente de Pederneiras/SP.

“Sinceramente, para o nosso município só em ter tido a possibilidade de ter participado desse processo de qualificação deste projeto exitoso, foi uma realização, um objetivo social e ambiental da municipalidade. Para ficar melhor é só Itapecuru Mirim receber uma unidade!”, diz Tiago de Oliveira Ferreira, Secretário de Meio Ambiente de Itapecuru Mirim/MA.

A quarta fase mostrou a clara evolução dos municípios no avanço da construção da política pública de coleta seletiva reciclagem. 

  • + de 30 Consultorias realizadas
  • 12 Cartas Compromisso assinadas
  • 6 Leis da Coleta Seletiva promulgadas
  • 6 Leis Orçamentárias Anuais com rubrica específica para a Coleta Seletiva
  • 3 Leis das Sacolas Plásticas publicadas

“Continuaremos a trabalhar com dedicação e empenho para sustentar e expandir essas conquistas. Nossa equipe está comprometida em contribuir para um futuro mais sustentável e consciente em cada um dos municípios que servimos. Agradecemos a todos os envolvidos por fazerem parte desta jornada conosco e por acreditarem em nosso propósito. Estamos ansiosos para continuar a trilhar este caminho em busca de um mundo melhor e mais justo”, finaliza Fábio Augusto.

Quadro Gestão à Vista proporciona mais transparência e agilidade na tomada de decisão dentro das cooperativas

Mais transparência e agilidade na tomada de decisão dos cooperados. Esses são os principais benefícios do quadro de Gestão à Vista, implantado recentemente em todas as Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMRs) que integram o Programa Recicleiros Cidades.

A novidade está facilitando a gestão das cooperativas incubadas por Recicleiros, uma vez que simplifica informações relevantes do dia a dia e traz mais clareza e acessibilidade aos assuntos essenciais das UPMRs, como metas e resultados. 

“O quadro de Gestão à Vista é uma forma fácil e prática de os cooperados acompanharem os níveis de produtividade da Unidade, compreenderem a questão financeira e a entrada de materiais recicláveis a partir da coleta seletiva municipal”, explica Cauê Henrique Pelegrineli, líder de unidade. 

No painel fixado na parede da cooperativa estão dados como metas de processamento de materiais recicláveis, as entradas da última semana, o volume de rejeitos – itens enviados à coleta seletiva, mas que não são reciclados – entre outras informações importantes.

Semanalmente, os cooperados se reúnem em frente ao quadro, analisam as informações ali projetadas e podem tomar decisões estratégicas para maior eficiência da UPMR. “Por exemplo, se o volume de rejeito está alto, conversamos imediatamente com os coletores e buscamos soluções com parceiros e mobilização nas ruas para atenuar a entrada desses itens não recicláveis na cooperativa”, conta Cauê.

O quadro de Gestão à Vista foi uma construção coletiva, com líderes locais Recicleiros e, também, com a participação dos cooperados.

“Além de nos auxiliar na visibilidade das nossas metas, o quadro de Gestão à Vista nos permite a transparência de todos os dados da cooperativa. Toda vez que nos reunimos e fazemos a análise dos dados fica mais fácil demonstrar com o quadro. Ali desenhamos as nossas metas, processamento, coleta seletiva, rejeito e em como podemos diminuir faltas, além de toda parte financeira. É uma ferramenta muito importante para nós cooperados”, diz Carla Luiza Alves Cavalcante, Presidente da Recicla Garça.

Recicleiros e Owens-Illinois fecham parceria inovadora para viabilizar reciclagem de embalagens de vidro no Brasil

O entrave que impede a reciclagem de embalagens de vidro parecia intransponível. Sem uma oferta estruturada que viabilize os custos de recuperação, triagem, processamento e transporte do material até os recicladores, bem como a falta de profissionalização, colaboração e integração entre diferentes agentes da cadeia, faz cerca de 60% das embalagens de vidro irem direto para aterros e lixões. 

Comprometidos em subverter essa lógica, o Instituto Recicleiros e a Owens-Illinois (O-I), líder mundial na fabricação de embalagens de vidro, fecharam uma parceria para garantir que as embalagens de vidro pós-consumo processadas nas 14 unidades de triagem do Programa Recicleiros Cidades, espalhadas nas cinco regiões do Brasil, possam ser recicladas e transformadas em novas embalagens de vidro. A expectativa inicial é recuperar cerca de 3 mil toneladas no primeiro ano do projeto.

Desafio logístico do vidro

O principal desafio da reciclagem do vidro é logístico, uma vez que é um monomaterial permanente, ou seja, após produzido pela primeira vez, não necessita de outras matérias virgens para ser reciclado novamente, podendo fazê-lo infinitas vezes sem perder suas características principais. Entretanto, devido a problemas no descarte, na falta de infraestrutura de coleta e processamento na cadeia, o vidro pós-consumo acaba se misturando com diversos contaminantes antes de retornar à indústria.

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“Queremos aumentar a reciclagem de vidro em regiões do país onde ainda não era viável. Ao fomentar a base da cadeia e a venda desse material por parte das cooperativas diretamente para a indústria, incentivamos a geração de empregos e renda, bem como a redução da extração de matéria-prima virgem do ambiente, a redução no consumo de energia e das emissões de CO2. Outro aspecto importante é que ao reciclar o vidro, é possível aumentar a vida útil dos aterros sanitários, bem como diminuir as despesas do poder público relacionadas ao descarte desse material”, explica Alexandre Macário, gerente da área de Economia Circular da O-I.

De acordo com o Erich Burger, fundador e diretor institucional do Instituto Recicleiros, o contrato firmado entre O-I e Recicleiros representa um marco na relação entre cooperativas e indústria, pois foi negociado tendo como premissa um elemento básico fundamental na formação do preço, a garantia de remuneração mínima-justa do processo produtivo.

“De um lado, entregamos o que há de mais produtivo e seguro em termos de processo, com vistas a obter um material de muita qualidade, processado com os melhores padrões de segurança e produtividade. Do outro, a indústria reconhece os atributos de qualidade e a garantia de origem sustentável do produto, o que gera valor em um mercado pautado pela agenda ESG e os compromissos globais das grandes empresas”, diz Erich Burger.

Parceria baseada na eficiência e padrão de qualidade

A viabilidade desta parceria está baseada num modelo de busca de eficiência e padrão de qualidade que possa trazer mais valor para o material pós-consumo produzido nas unidades de triagem. Com equipamentos e processos produtivos adequados, além da busca contínua pela melhoria dos indicadores de produção, torna-se possível oferecer um material com os padrões de qualidade desejados pelos recicladores, eliminando perdas ao longo de todo o processo. Com isso é possível trazer mais valor para a negociação de venda do material, tornando viável do ponto de vista econômico o retorno desses cacos para serem reciclados.

Na visão de Erich, este é um produto diferenciado, que não pode ser tratado como outro qualquer. “Entregamos um material com rastreabilidade ponta a ponta e garantia de origem digna para que seja transformado em novos produtos e embalagens”, afirma. 

O vidro processado nas Unidades de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR) incubadas pelo Instituto Recicleiros é fruto de um projeto que começa com a criação de políticas públicas municipais apoiadas pela Academia Recicleiros do Gestor Público, da instalação de infraestrutura qualificada nas cidades, que oferece ao catador um ambiente saudável, seguro e estimulante para o trabalho, além de equipamentos que permitem melhores taxas de produtividade. Adicione-se a isso o fator remuneração mínima-justa dos catadores, primeira linha considerada na formação do preço de venda do material.

A iniciativa da Owens-Illinois ajuda a consolidar um conceito fundamental para quem quer fazer essa cadeia de recuperação de materiais pós-consumo acontecer. Inclusive, esta tem sido uma bandeira prioritária no Instituto Recicleiros: debater o tema junto à indústria.

“Responsabilidade compartilhada gera prosperidade coletiva. Enquanto maior recicladora de vidro do mundo, entendemos a urgência de unir esforços entre os diversos agentes da cadeia a fim de criar modelos de negócio que não só promovam a transição para economia circular, mas, que, principalmente, tragam adicionalidade à massa de vidro reciclada no país, de forma profissional, eficiente, ética e inclusiva, unindo indústria, cooperativas, poder público, marcas e consumidores. Recicleiros traz justamente esta proposta e decidimos apostar juntos”, acrescenta Macário.

Lógica necessária para a solidez de um grande projeto

Houve um avanço nos últimos anos com o entendimento da indústria e do governo sobre a importância das ações estruturantes para alavancar a capacidade de recuperação do material reciclável de maneira qualificada e conectada com o serviço público de limpeza urbana. Agora, para preservar e potencializar esse investimento é fundamental se olhar para o protagonismo que os contratos de venda do material têm na viabilidade econômica dessas unidades de triagem. 

É essencial que a indústria entenda que a oscilação de preços coloca em xeque a viabilidade operacional das cooperativas e, portanto, coloca em risco todo o investimento feito em infraestrutura e capacitação técnica dos catadores. Garantir o preço mínimo que viabiliza a operação digna dessas unidades de triagem operadas por catadores é dar a mínima condição desses prestadores de serviço se manterem ativos e animados para que os resultados almejados pela cadeia de valor aconteçam.

“As embalagens usadas precisam ser recicladas, isso é uma condição. Então precisamos olhar para o sistema produtivo e identificar o que ele precisa para ser o mais eficiente possível sem abrir mão da dignidade e justiça social. Nossa proposta é entregar qualidade e previsibilidade para a indústria recicladora por meio de um processo justo e sustentável”, acrescenta o diretor do Instituto Recicleiros.

Parceria inspiradora e com visão de futuro

O Decreto 11.300, de 2022, traz mudanças importantes a fim de criar um ecossistema que aumente os índices de reciclagem de vidro no Brasil. Esse acordo entre O-I e Recicleiros busca apoiar a amarração final dessa visão de construção de ecossistema, uma vez que para se criar adicionalidade na reciclagem (decreto 11.413/23 de Crédito de Massa Futura) e garantir o cumprimento das metas de recuperação de vidro (Decreto 11.300/22) é preciso investir não só em infraestrutura, mas também ter o compromisso da indústria com o preço mínimo – que viabiliza o processamento e transporte do material para reciclagem.

“O conceito de valor mínimo, que considera os custos do processo produtivo na formação do preço do material reciclável, com especial enfoque no custo da mão-de-obra dos catadores, é uma bandeira prioritária no Instituto Recicleiros para todos os materiais pelo impacto que isso tem no desenvolvimento da cadeia de valor, no aumento da reciclagem e na dignidade dos postos de trabalho dos catadores. Este é o primeiro contrato que celebramos com esse enfoque e espero que inspire um movimento nesse sentido”, comenta Rafael Henrique, fundador e diretor de operações do Instituto Recicleiros.

Transformação da realidade socioambiental

A parceria entre Recicleiros e O-I vai gerar um grande impacto positivo na cadeia produtiva.

“Esse contrato representa mais um avanço na retomada da valorização das catadoras e catadores de materiais recicláveis, buscando garantir remuneração minimamente digna pelo importante serviço prestado por esses trabalhadores e também segurança para a empresa quanto à origem dos resíduos triados. Esperamos que esse modelo possa ser replicado para outros tipos de materiais, pois sabemos que sem a remuneração justa dos serviços dos catadores não conseguiremos avançar na reciclagem e na melhoria de suas condições de trabalho”, enfatiza Sabrina Gimenes de Andrade, Coordenadora Geral de Logística Reversa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Cleiciane Soares, Presidente da Recicla Caldas Novas, uma das cooperativas beneficiadas diretamente pela parceria, já que faz parte do Programa Recicleiros Cidades, comenta sobre os impactos do acordo não apenas para a unidade, mas para o todo. 

“Esses contratos longos só têm a ajudar as cooperativas a manter o projeto, a crescer ao longo do tempo e a ter mais cooperativas abraçadas por ONGs como Recicleiros, para que mais pessoas possam sair dos lixões e virem trabalhar com equipamentos, limpos, dignos, em um local bem cuidado, onde serão bem tratados, bem vistos e a gente só tem a crescer com contratos assim”, diz Cleiciane.

Por fim, Rhaiza Matos, prefeita de Naviraí (MS), uma das 14 cidades que fazem parte do Programa Recicleiros Cidades, traz seu ponto de vista.

“A parceria que a Prefeitura de Naviraí tem com o Instituto Recicleiros tem sido fundamental para a implementação do Programa de Coleta Seletiva na nossa cidade. O vidro é um dos resíduos com a logística mais complicada e uma parceria nesse sentido vai nos garantir a destinação em maior quantidade e qualidade, proporcionando uma renda maior para os cooperados e um meio ambiente mais saudável”, encerra.

O acordo, acreditam as instituições, vai inspirar outros segmentos da indústria a fazer o mesmo e oferecer essa estabilidade necessária para a economia circular se desenvolver. Afinal, uma iniciativa como essa tem por trás um conceito de ecossistema de mercado envolvido. 

As cooperativas incubadas por Recicleiros ainda possuem desafios que precisam ser superados, como encontrar novos parceiros para o mesmo tipo de acordo, porém com outros materiais envolvidos, como plásticos e papel, por exemplo.

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