A reciclagem tem um papel fundamental no desenvolvimento sustentável do planeta, já que preserva recursos naturais, diminui a quantidade de resíduos nos lixões e aterros sanitários, reduz a poluição do solo, água e ar, entre outros benefícios.

Além do aspecto ambiental, a coleta seletiva e reciclagem tem um papel social importante, uma vez que um grande número de catadoras e catadores ganham a vida com a renda obtida a partir da venda de resíduos sólidos recicláveis.

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O aumento da reciclagem pode ser visto como um indutor da mitigação de lixões. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 39% do total de resíduos coletados em 2022, que corresponde a 29,7 milhões de toneladas, vão para a destinação inadequada, incluindo lixões.

Isso ocorre pois muitos municípios se deparam com a escassez de recursos financeiros para garantir a destinação final ambientalmente adequada para aterros, principalmente quando esses são distantes das cidades e o custo de transporte se torna um agravante para a inviabilidade. Aterros estão cada vez mais distantes das cidades e, portanto, cada vez mais caros para os municípios. 

Como o custo de destinação é uma relação entre volume e quantidade, quanto mais resíduos, mais caminhões, quanto mais caminhões, mais caro, a redução de quantidade de material tende a tornar a substituição de lixões por aterros mais factível. 

Para um município com alta eficiência na coleta seletiva de recicláveis, destinar os rejeitos para aterro é algo muito mais viável.

Dito isso, um ponto bastante relevante dentro desse contexto é a relação do aumento da reciclagem com a redução dos lixões. Afinal, quanto mais resíduos vão para a reciclagem e a cadeia produtiva da economia circular, menos itens têm os lixões como destino final.

Não existe a ideia de “jogar fora”

De certa forma, tudo que “jogamos fora” vai parar em algum lugar. Ou seja, na melhor das hipóteses, o lixo está indo para um aterro sanitário, o que ainda significa que está se acumulando de forma desenfreada no planeta. Por esse motivo, é bom ficarmos atentos, pois, na realidade, não existe esse conceito de “jogar fora”.

Quando não separamos os recicláveis do lixo comum, só estamos contribuindo para deixar nosso grande lar cada vez mais perto de se tornar inabitável. Mas, ao dar a destinação correta aos nossos resíduos, por meio da coleta seletiva e reciclagem, estamos contribuindo diretamente para uma cidade e um planeta mais limpo e sustentável, seja no aspecto social ou ambiental.

Por que os lixões devem ser combatidos?

Nunca é demais lembrar: o lixão é uma maneira inadequada de lidar com os resíduos, por isso devem ser extintos. 

Veja abaixo alguns motivos claros para o fim definitivo dos lixões nas cidades:

  • Poluição do solo e águas por conta do chorume acumulado.
  • Oferece riscos à saúde por conta do ambiente favorável à proliferação de doenças.
  • Recebimento de materiais perigosos, como os resíduos de serviços de saúde.
  • Gera grandes riscos a pessoas em situação de vulnerabilidade que buscam renda.
  • Geração de gases que podem provocar incêndios e potencializar mudanças climáticas. 

Para ampliar e aperfeiçoar os processos de coleta seletiva e reciclagem, a fim de vencer o desafio dos lixões, precisamos adotar novas medidas, como fomento à educação ambiental, bem como trabalhar a responsabilidade compartilhada dos diferentes agentes que fazem parte dessa cadeia sustentável.

Japão: exemplo inspirador de reciclagem

Um exemplo que pode inspirar a realidade brasileira e dar novos rumos à coleta seletiva e reciclagem é o Japão. Diante de uma área territorial restrita e grande população, lidar com a gestão dos resíduos é crucial para o país asiático. 

Houve, por anos, um investimento significativo em educação ambiental, além de busca por soluções que pudessem transformar a realidade local. Hoje, a gestão de resíduos no Japão está ancorada em três pilares principais.

O primeiro é a divisão clara de responsabilidades. Os consumidores, o setor privado, como indústria e comércio, e também o poder público tiveram seus papéis muito bem definidos. E não se trata apenas de direcionamento. Foi tudo bem estabelecido por lei. E cada parte responde pelo seu eventual descumprimento. E, aliado à lei, está a fiscalização.

O segundo pilar tem um aspecto econômico. O consumidor tem de pagar pelo descarte do lixo que produz, incluindo aqui o transporte e a reciclagem. Ou seja, quanto menos resíduos gerar, menor será a conta no final do mês. Aqui, entram também os famosos conceitos 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar.

Por fim, o terceiro ponto é a implementação gradual desse movimento em diferentes locais que, somados, acabam impactando o estado e, depois, o país inteiro. 

Em síntese, estamos falando em conscientização e educação ambiental, responsabilidade compartilhada, além da aplicação e fiscalização das leis.

Vamos trabalhar juntos pelo aumento da reciclagem? Estamos à disposição!